"A imprensa é a vista
da nação. Por ela é que a nação acompanha o que lhe passa ao perto e ao longe,
enxerga o que lhe malfazem, devassa o que lhe ocultam e tramam...” Foi por
acreditar nessas palavras de Rui Barbosa que subi na tribuna da Câmara Federal
na semana passada e protestei contra o projeto autoritário de controle da mídia
do governo petista.
Dirigi-me ao ministro das
Comunicações, Ricardo Berzoini, que estava diante de mim naquele plenário. Na
condição de representante do povo brasileiro, não perdi a oportunidade de
contestar um projeto literalmente importado da entidade internacional a qual o
Governo do PT ilegalmente se submete: o Foro de São Paulo.
Apontei as reais intenções
da proposta de cercear a liberdade de expressão, fazendo um paralelo com
idênticas ações adotadas por governantes de ditaduras que também são
integrantes desse pacto antidemocrático: a Venezuela de Maduro e a Argentina
dos Kirchners.
O meu protesto repercutiu
em todo o país. O colunista Felipe Moura Brasil, da Veja.com, postou um vídeo
de meu pronunciamento que “viralizou” nas redes sociais. Recebi inúmeras
mensagens me parabenizando pela defesa da liberdade de expressão.
Mas o que mais me
impressionou foi o repetido questionamento das pessoas sobre a demasiada demora
de o Brasil acordar para o perigo de ter o PT e o Foro de São Paulo no comando
de nosso país. Isso me fez lembrar da Berlim de 1933, quando a Alemanha estava
a caminho da tragédia nazista.
Desse período da história,
ficou a primordial lição de que não é prudente conviver com governos que não se
pautam nos valores fundamentais de respeito à vida, à liberdade e à justiça. A
opção do povo alemão e da maioria dos líderes nacionais e internacionais pelo
apaziguamento naquela ocasião não resultou num final feliz, muito pelo
contrário.
É indiscutível que não há
angustia maior para uma pessoa que perceber, dia após dia, a extinção de sua
liberdade, como ocorreu na Alemanha, na década de 1930, e, o pior, sem poder
reagir. Portanto, como não compreender o sentido dessas mensagens que me foram
enviadas? Para mim, elas representaram o desespero de uma vítima, amarrada aos
trilhos, que ouve o barulho do trem a se aproximar.
Por que o povo brasileiro
demorou tanto a enxergar o mal que o PT faz ao Brasil? Por que esse mal não foi
enfrentado de frente? Chego à conclusão de que o PT, durante todos esses anos,
tentou monopolizar fraudulentamente as virtudes morais de nossa sociedade.
Temos, na verdade, convivido com uma caricatura dissimulada, propagando uma
ética e honestidade imaginária que, por fim, se revelou uma grande fraude.
Não existe nada mais
danoso a um país do que o cinismo travestido de honestidade. O PT, representado
na figura de Lula, revelou-se um grande embuste. Hoje, felizmente, o país
acordou para a grande crise econômica, política e moral que o PT criou. Quando
um governo perde popularidade, todos estão diante de um cenário preocupante.
Mas, quando a ausência de apoio popular vem acompanhada da falta de
credibilidade, acendem-se todos os sinais de alerta.
Algo tem de ser feito! As
nossas instituições foram inegavelmente atacadas ao longo desses 12 anos, nossa
liberdade foi claramente afrontada e a nossa cultura tradicional vilipendiada
por intelectuais forjados no petismo. A tarefa à nossa frente é árdua. As
dúvidas são muitas.
O Brasil vive um momento
de grande incerteza. Contudo, é necessário fazer as perguntas certas, antes de
apresentar respostas incompletas. E, num
país que se acostumou a não perguntar, isso já é um grande feito! Por enquanto,
tudo que ouso é, humildemente, deixar as respostas com o senhor da razão: o
tempo.
Deputado federal José
Carlos Aleluia.
Artigo originalmente
publicado no jornal A Tarde.
0 comentários:
Postar um comentário