Quando o evangelho é rejeitado, a lição está em Mateus 10:14


Vladimir Chaves

“E, se alguém não vos receber, nem ouvir as vossas palavras, ao sairdes daquela casa ou daquela cidade, sacudi o pó dos vossos pés.” (Mateus 10:14)

Neste versículo, Jesus ensina aos discípulos como reagir quando a mensagem do evangelho não é aceita.

Sacudir o pó era como dizer: “Cumprimos a nossa missão; a responsabilidade agora é de vocês”. Esse gesto indica que não há comunhão entre a luz do evangelho e a dureza do coração que se recusa a ouvir.

Mateus 10:14 também enfatiza que os discípulos não são responsáveis pelos resultados, mas pela fidelidade em anunciar a mensagem. Caso alguém rejeitasse o evangelho, eles não deveriam insistir a ponto de perder tempo, mas seguir para aqueles que estivessem abertos à Palavra.

Sacudir o pó não é um ato de desprezo pessoal, mas um sinal de que aquela casa ou cidade ficará sem desculpa diante de Deus, pois rejeitou a mensagem da vida. Isso reforça a seriedade de ouvir e receber o evangelho.

Não devemos esmorecer diante da rejeição ou de julgamentos injustos. Devemos seguir nosso caminho com amor e persistência, entendendo que a conversão é obra do Espírito Santo.

Quando há rejeição deliberada e contínua, não devemos perder a paz nem desanimar, mas seguir nossa caminhada, orando por aquelas pessoas.

Diante da rejeição ao evangelho, não devemos carregar mágoas, pois Deus julgará cada coração.

sábado, 26 de julho de 2025

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Sabemos interpretar os sinais do tempo presente?


Vladimir Chaves

Estamos em uma era de informações rápidas, previsões tecnológicas e análises sofisticadas. Conseguimos saber a previsão do clima com dias de antecedência, prever tendências econômicas e até calcular probabilidades de eventos futuros. Mas será que temos a mesma capacidade de perceber os sinais espirituais?

Em Lucas 12:54-56, Jesus nos alerta com palavras fortes:

“Quando vocês veem uma nuvem se levantando no ocidente, logo dizem: Vai chover, e assim acontece.

E quando sopra o vento sul, vocês logo dizem: Vai fazer calor, e assim ocorre.

Hipócritas! Vocês sabem interpretar o aspecto da terra e do céu. Como não sabem interpretar o tempo presente?”

Esta passagem nos convida a uma profunda reflexão: o que Jesus quis dizer com “interpretar o tempo presente”?

A inteligência humana x cegueira espiritual

A multidão que ouvia Jesus tinha habilidade para ler os sinais da natureza e prever mudanças no clima. Porém, estavam cegos para o maior sinal da história: o Filho de Deus estava entre eles, cumprindo as profecias, realizando milagres e trazendo salvação.

Hoje, vivemos algo semelhante. Sabemos prever terremotos, furacões, tempestades e até antecipar resultados eleitorais, mas muitos não reconhecem a presença de Deus em meio aos acontecimentos.

O tempo presente é uma oportunidade divina

Na linguagem bíblica, “tempo” não é algo cronológico. Jesus falava do tempo oportuno, tempo de plenitude, a estação da graça e do arrependimento.

Interpretar o tempo presente significa perceber o que Deus está fazendo agora, na história e na nossa vida.

Será que estamos atentos às oportunidades de nos aproximarmos de Deus? Ou estamos tão ocupados com preocupações terrenas que ignoramos os sinais espirituais?

Sinais que não podemos ignorar

Os sinais do Reino de Deus não são apenas eventos grandiosos, mas também chamados silenciosos no coração. Cada oração atendida, cada mensagem de esperança, cada lembrança do amor de Cristo é um sinal.

Assim como os fariseus e multidões foram desafiados a ver o Messias diante deles, somos desafiados a reconhecer Jesus como Senhor do nosso presente.

Um chamado à vigilância

Jesus nos chama de hipócritas quando sabemos prever fenômenos passageiros, mas não discernimos as realidades eternas. A verdadeira sabedoria é aquela que enxerga o agora como oportunidade para mudar, amar e servir.

Interpretar o tempo presente é viver com a consciência de que cada dia é uma chance de caminhar com Deus e preparar o coração para a eternidade.

Façamos a nós mesmos as seguintes perguntas:

Se hoje fosse o último dia de nossas vidas, estaríamos prontos para encontrar Jesus?

Reconhecemos os sinais de Deus em nossas vidas, ou estamos distraídos com as “previsões” do mundo?

Não desperdice o tempo presente. Ele é o momento perfeito para recomeçar com Cristo.

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"Como é precioso o teu amor! Na sombra das tuas asas, encontramos proteção" (Salmo 36:7)


Vladimir Chaves

O Salmo 36:7 nos revela uma verdade que acalma o coração: o amor de Deus é precioso e inestimável. Quando o salmista compara a proteção divina às “asas” do Senhor, ele transmite a imagem de cuidado e segurança, semelhante a uma ave que guarda seus filhotes dos perigos e da tempestade.

Em um mundo cheio de incertezas, o amor de Deus é a fortaleza onde encontramos paz e descanso. Ele não apenas nos protege, mas nos envolve com graça e misericórdia.

O amor de Deus é precioso porque não pode ser comprado nem merecido. Ele nos envolve mesmo quando falhamos, e permanece firme quando tudo à nossa volta desmorona. Por isso, o melhor lugar para o coração cansado é aos pés do Senhor, debaixo de Suas asas.

Deus nos oferece um refúgio para os dias de angústia e um lugar seguro para renovar as forças. É ali, na intimidade com Ele, que encontramos verdadeiro descanso para a alma.

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Onde há joelhos dobrados não há batalhas perdidas


Vladimir Chaves

As nossas maiores vitórias não são conquistadas pela força dos braços, mas pela força da oração. Quando nos colocamos diante de Deus em humildade, fé e dependência, Ele mesmo luta por nós.

A Bíblia nos mostra isso em diversas passagens. Quando o rei Josafá enfrentou um exército muito maior do que o seu, ele não confiou em estratégias humanas, mas buscou ao Senhor com todo o povo, em jejum e oração. Deus respondeu: “Não temais, nem vos assusteis por causa desta grande multidão, pois a batalha não é vossa, mas de Deus” (2 Crônicas 20:15).

Dobrar os joelhos é um ato de rendição e confiança. É reconhecer que nossa sabedoria e força são limitadas, mas que o nosso Deus é Todo-Poderoso. Foi assim com Daniel, que, mesmo diante do decreto de morte, orou três vezes ao dia e viu a boca dos leões ser fechada (Daniel 6:10, 22). Foi assim com Jesus no Getsêmani, que, mesmo diante da cruz, dobrou os joelhos e venceu a maior batalha da humanidade (Lucas 22:41-44).

Quando oramos, não apenas apresentamos nossas lutas, mas também entregamos o controle a quem pode transformar qualquer cenário. Por isso, não há batalha perdida para quem ora, pois a oração nos alinha à vontade perfeita de Deus e abre espaço para o agir sobrenatural do Espírito Santo.

Se hoje você está enfrentando desafios, dobre seus joelhos. Busque ao Senhor com confiança, porque Ele é fiel para ouvir e responder. “Clama a mim, e responder-te-ei, e anunciar-te-ei coisas grandes e firmes que não sabes” (Jeremias 33:3).

 

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Oh! Jesus Me Ama – A história e inspiração de um hino eterno


Vladimir Chaves

Entre os 640 hinos da Harpa Cristã, poucos tocam tanto os nossos corações quanto o hino nº 169, “Oh! Jesus Me Ama”. Cantado por gerações em cultos, devocionais e momentos de oração, ele expressa, de forma simples e profunda, a certeza do amor de Cristo por cada pessoa. Mas você conhece a história e a inspiração dessa letra?

A origem do poema

A letra original foi escrita pela americana Anna Bartlett Warner (1827–1915). Ela era irmã da escritora Susan Warner e frequentava a Academia Militar de West Point, onde ministrava aulas bíblicas para cadetes. A certa altura, criou um poema de conforto para um menino doente em situação terminal, no contexto do livro Say and Seal (1860): “Jesus loves me, this I know / For the Bible tells me so…”

Do poema ao hino

Em 1862, o compositor William Batchelder Bradbury (1816–1868) encontrou o poema e percebeu seu potencial como canção. Ele compôs uma melodia cativante e adicionou o famoso refrão “Yes, Jesus loves me… The Bible tells me so”, publicando-o no hinário The Golden Shower of Sabbath School Melodies. Esse foi o início do hino que hoje é cantado em todo o mundo.

As raízes do hino

O hino “Oh! Jesus Me Ama” é uma adaptação brasileira feita pelo pastor e compositor Paulo Leivas Macalão (P.L.M.), um dos principais organizadores da Harpa Cristã. Macalão traduziu e adaptou centenas de hinos estrangeiros, mantendo a mensagem central e a beleza das melodias originais.

A versão original do hino tem sua origem no contexto pentecostal sueco, ligada ao pastor Lewi Pethrus (1884–1974), um dos líderes mais influentes do movimento pentecostal na Europa. A melodia aparece no hinário sueco Segertoner (1930), e a letra, em sueco, já transmitia a mensagem de um amor divino inexplicável, que salva e transforma vidas.

A mensagem central

A letra de “Oh! Jesus Me Ama” é um testemunho pessoal. Cada estrofe descreve uma jornada espiritual:

A distância de Deus: o cantor reconhece que estava “longe do Senhor” e vivia sem a busca pelo Seu amor.

O amor inexplicável: surge a pergunta sincera, “Oh! por que Jesus me ama? Eu não posso te explicar!”.

O encontro com Cristo: o peso do pecado é deixado aos pés da cruz, onde o fardo se transforma em alívio e paz.

O compromisso de fé: a decisão de permanecer em comunhão com Jesus, em gratidão pelo Seu sacrifício.

Essa simplicidade na linguagem, aliada a uma melodia suave, explica por que o hino se tornou tão querido. Sua mensagem é universal: mesmo sem compreendermos totalmente, sabemos que o amor de Jesus é real, profundo e transformador.

Uma canção que atravessa gerações

Desde a primeira edição com música da Harpa Cristã em 1937, o hino nº 169 se firmou como uma das canções mais amadas nos cultos das Assembleias de Deus. Ele é frequentemente entoado em momentos de consagração, batismos e reuniões de avivamento, sempre convidando os fiéis a refletirem sobre o amor divino.

Além disso, gravações antigas e novas versões do hino, de orquestras, grupos vocais e cantores solo, continuam a ser compartilhadas em plataformas como YouTube e TikTok, provando que sua mensagem permanece viva no coração da igreja.

O legado de Paulo Leivas Macalão

Responsável por cerca de 246 hinos da Harpa Cristã, entre traduções e composições, Macalão deixou um legado inestimável para a música cristã brasileira. “Oh! Jesus Me Ama” é um dos exemplos mais tocantes de como ele conseguiu transmitir a essência da fé pentecostal em uma linguagem acessível e emocional.

Conclusão

“Oh! Jesus Me Ama” é mais do que um hino; é uma declaração de fé e gratidão. Ele nos lembra que, mesmo diante de nossas imperfeições, Jesus nos ama com um amor imensurável e eterno. Cantar esse hino é renovar a esperança, é declarar que há um Salvador pronto para receber todo aquele que se volta para Ele.

Fontes consultadas:

“Harpa Cristã n. 169 – Oh! Jesus Me Ama” (Cooperadores do Evangelho), que nomeia Lewi Pethrus como autor original e P.L.M. como tradutor

“Hino da Harpa Cristã 169 – Oh! Jesus Me Ama” do blog Um Só Corpo, que confirma P.L.M. como autor/tradutor e traz a letra completa

Hinos da Harpa Cristã Online

Página geral da Harpa Cristã (Wikipedia), que dá contexto histórico da edição do hinário e das adaptações literárias feitas por Macalão e outros missionários suecos

Artigo sobre Lewi Pethrus no site Hinos da Harpa Cristã, que afirma a autoria original da letra e sua presença em Segertoner

(Wikipédia, hinosdaharpa.org, Cooperadores do Evangelho)

 

(Por Jornalista Vladimir Chaves)

sexta-feira, 25 de julho de 2025

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Ousadia para enfrentar a oposição ao Evangelho


Vladimir Chaves

A história da igreja primitiva é marcada por homens e mulheres que, mesmo diante de perseguições, não se deixaram intimidar. Em Atos 4.29, vemos uma oração que revela o coração desses crentes: “Agora, Senhor, olha para as suas ameaças e concede aos teus servos que anunciem com toda a ousadia a tua palavra.” Eles não pediram para que os obstáculos fossem removidos, mas para que Deus lhes desse coragem para continuar proclamando a verdade.

Essa postura nos ensina que uma igreja cheia do Espírito Santo é uma igreja perseverante. O Espírito fortalece a fé e produz ousadia para enfrentar qualquer tipo de oposição, seja ela cultural, política ou espiritual. Quando a igreja se submete ao Espírito, ela compreende que a mensagem do Evangelho é mais importante do que qualquer conforto terreno ou aceitação social.

Por outro lado, uma igreja que tenta moldar a sua mensagem às exigências do Estado ou às tendências da cultura perde sua autoridade espiritual e sua legitimidade bíblica. A Palavra de Deus não é negociável; ela permanece firme, mesmo quando o mundo tenta enfraquecê-la ou distorcê-la.

Por isso, precisamos perseverar nas Escrituras, custe o que custar. A verdadeira igreja de Cristo não se curva diante das ameaças, mas permanece de pé, convicta de que “é necessário obedecer a Deus antes que aos homens” (At 5.29). Assim como os primeiros cristãos, devemos orar para que Deus nos conceda a mesma ousadia, perseverança e fidelidade.

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A Parábola dos Trabalhadores da Vinha: um ensinamento que desafia a lógica humana


Vladimir Chaves

A Parábola dos Trabalhadores da Vinha, contada por Jesus em Mateus 20:1-16, revela como funciona o Reino dos Céus. Nela, um proprietário contrata trabalhadores em diferentes horários para sua vinha, mas, no final do dia, todos recebem a mesma recompensa. Essa situação desperta indignação entre os primeiros trabalhadores, que acreditavam merecer mais.

Nessa parábola, Jesus ensina que a recompensa do Reino de Deus não é baseada na quantidade de esforço ou tempo de serviço, mas na graça soberana do Senhor. Assim como o dono da vinha pagou o mesmo a todos, Deus concede a salvação igualmente aos que O buscam, sejam eles antigos fiéis ou aqueles que O encontram nos últimos momentos da vida.

A graça é um presente divino: ninguém ganha o amor ou a salvação de Deus; tudo é dado por misericórdia           (Efésios 2:8-9).

Jesus nos mostra que não devemos comparar bênçãos, pois o Reino de Deus não é uma competição.

Deus é justo e bondoso; o pagamento igual não significa injustiça, mas a soberania de Deus, que recompensa de acordo com Seu propósito, pois todo chamado tem o seu valor. Não importa se você começou cedo ou tarde na fé. O importante é estar na vinha, servindo com gratidão.

Sendo assim:

Evite comparações; concentre-se na missão que Deus lhe confiou. Sirva com alegria, ignore e silencie as pedras de tropeço, pois a recompensa está garantida: a vida eterna.

Valorize cada oportunidade, pois aqueles que chegam “na última hora” também experimentam a plenitude do amor de Deus.

Deus é justo e bondoso; o dono da vinha age de forma justa e dá a todos o que prometeu. Tenha cuidado com a inveja espiritual. Não permita que ela esfrie sua fé; ignore os que olham para sua vida questionando a bondade de Deus.

Independentemente da hora em que fomos chamados para trabalhar na “vinha do Senhor”, o importante é responder com um coração grato.

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Orando fundamentado na Palavra de Deus


Vladimir Chaves



A oração é um dos maiores privilégios do cristão, mas nem toda oração tem a mesma eficácia. A Bíblia ensina que orar não é simplesmente falar com Deus de forma aleatória, mas apresentar petições em sintonia com Sua vontade e fundamentadas na Sua Palavra.

Jesus nos alerta em João 15:7:

Se vós estiverdes em mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito.”

Aqui vemos que o poder da oração está relacionado à nossa comunhão com Cristo e ao conhecimento das Escrituras. Orar com base na Palavra significa falar com Deus segundo aquilo que Ele já revelou como Sua vontade.

1. Não basta orar, é preciso orar tomando por base a Palavra de Deus

A oração é eficaz quando está alinhada ao caráter e aos propósitos divinos. O salmista declara:

“Deleita-te também no Senhor, e ele te concederá o que deseja o teu coração.” (Salmos 37:4)

Isso não significa que Deus atenderá qualquer desejo humano, mas sim que, ao buscar a Deus, nossa mente e coração se alinham com os Seus pensamentos, e passamos a pedir aquilo que está em harmonia com Sua Palavra.

Exemplo bíblico:

Quando Ezequias orou por sua vida (2 Reis 20:2-6), ele apresentou diante de Deus sua fidelidade e seu compromisso, algo que estava em consonância com a vontade do Senhor.

 

2. Orar fundamentado na Palavra é orar crendo

A fé nasce da Palavra de Deus:

“De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus.” (Romanos 10:17)

Quando usamos as Escrituras em nossas orações, nossa fé é fortalecida, pois sabemos que estamos pedindo segundo a vontade de Deus. É por isso que Jesus nos ensina a orar confiando:

“Tudo quanto pedirdes em oração, crendo, recebereis.” (Mateus 21:22)

Declare promessas bíblicas em suas orações. Por exemplo, ao interceder por provisão, ore dizendo: “Senhor, a Tua Palavra diz que o Senhor é o meu pastor e nada me faltará (Salmos 23:1). Creio nisso e apresento minha necessidade a Ti.”

3. Uma oração fora da Palavra de Deus não garante que Ele ouça

Deus não responde orações que vão contra Seus princípios ou Sua vontade. O apóstolo João afirma:

“E esta é a confiança que temos nele: que, se pedirmos alguma coisa, segundo a sua vontade, ele nos ouve.” (1 João 5:14)

Muitas vezes, as orações não são atendidas porque estão baseadas apenas em desejos egoístas ou contrários à vontade divina. Tiago 4:3 reforça isso:

“Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para esbanjardes em vossos prazeres.”

4. O fracasso na vida de orações pode estar na falta de fundamentação bíblica

O cristão que não se alimenta da Palavra tende a ter uma vida de oração fraca, porque não sabe como orar segundo os princípios de Deus. Jesus nos ensinou a orar com base no modelo do Pai Nosso (Mateus 6:9-13), que está cheio de referências aos atributos e propósitos divinos.

Além disso, Paulo orienta:

“Orai sem cessar.” (1 Tessalonicenses 5:17)

“Habite, ricamente, em vós a palavra de Cristo.” (Colossenses 3:16)

Quando a Palavra habita em nós, ela molda nossa forma de pensar, falar e orar. É a Bíblia que nos fornece a direção correta para orar de forma eficaz.

A oração fundamentada na Palavra é uma oração que agrada a Deus, pois revela confiança em quem Ele é e no que Ele prometeu. Para que nossas orações sejam poderosas, precisamos conhecer as Escrituras e aplicá-las. Orar sem a Palavra é como falar ao vento; orar com a Palavra é como lançar sementes em solo fértil.

“Porque a palavra de Deus é viva e eficaz.” (Hebreus 4:12)

quinta-feira, 24 de julho de 2025

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A parábola dos dois caminhos


Vladimir Chaves

Em Mateus 7:13-14, encontramos uma das palavras mais impactantes e confrontadoras de Jesus:

“Entrem pela porta estreita, pois larga é a porta e amplo o caminho que leva à perdição, e são muitos os que entram por ela; Como é estreita a porta, e apertado o caminho que leva à vida, são poucos os que a encontram.”

Com essas poucas linhas, Jesus nos diz que há apenas dois caminhos, e todos nós estamos trilhando um deles neste exato momento. Não há neutralidade. Não há uma “terceira via”. O caminho largo leva à perdição, enquanto o caminho estreito conduz à vida eterna.

Significado da porta estreita

A porta estreita representa o caminho da salvação em Cristo. Para passar por ela, é preciso abrir mão do orgulho, dos pecados, ela exige arrependimento e transformação real de quem deseja entrar.

Jesus deixa claro: poucos encontraram essa porta. Não porque ela esteja escondida, mas porque muitos rejeitam a ideia de renúncia e mudança. A salvação é um dom gratuito de Deus, mas requer um coração quebrantado e arrependido, disposto a seguir os passos de Cristo.

Significado da porta larga

O caminho largo é convidativo, confortável e cheio de opções. É o caminho em que a maioria decide andar, pois não há restrições e é democrático. Nele, a vida é guiada pelos desejos do coração humano, pela busca incessante de prazeres e por valores distorcidos.

No entanto, essa “liberdade” é ilusória. O pecado promete prazer, mas traz destruição. O caminho largo é cheio de brilho, mas está manchado pela escuridão do afastamento de Deus. É um caminho fácil, porque não exige arrependimento nem renúncia, mas seu fim é a separação eterna do Criador.

Seguir Cristo não é caminhar com a multidão, mas fazer escolhas diárias que glorifiquem a Deus, mesmo que isso signifique renúncia, lágrimas e fé inabalável.

“Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim.” (João 14:6)

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O poder da oração e a saúde, o que dizem as pesquisas científicas


Vladimir Chaves

Nos últimos anos, diversas pesquisas em universidades renomadas, como Harvard, Duke e Mayo Clinic, têm investigado os efeitos da oração sobre a saúde e a qualidade de vida. Embora os resultados não sejam uma prova absoluta de causalidade, há evidências consistentes de que pessoas com práticas espirituais regulares, como a oração, apresentam melhor saúde mental e física, bem como menor risco de mortalidade em comparação às que não mantêm essas práticas.

Oração e Longevidade

Estudos realizados por Harvard, como a pesquisa publicada no JAMA Internal Medicine (2016), analisaram a frequência a serviços religiosos e encontraram uma redução de aproximadamente 33% na taxa de mortalidade entre mulheres que frequentavam cultos mais de uma vez por semana. Essa redução, quando ajustada para outros fatores, poderia representar até sete anos a mais de expectativa de vida, segundo um estudo clássico de Hummer e colegas (1999).

Efeitos da oração no corpo e na mente

A neurociência também tem estudado como a oração influencia o cérebro. Pesquisas com neuroimagem funcional mostram que orar ativa regiões relacionadas à atenção, empatia e controle emocional, como o córtex pré-frontal. Embora falar em “mudanças físicas” permanentes no cérebro exija cautela, há indícios de neuroplasticidade em pessoas que mantêm práticas espirituais ou contemplativas por longo período.

Além disso, a oração está associada a níveis mais baixos de cortisol, o hormônio do estresse, melhorando o bem-estar psicológico. Também há relatos de benefícios indiretos, como melhor qualidade do sono, redução da ansiedade e menor incidência de doenças cardiovasculares. Muitos desses efeitos podem estar relacionados à sensação de paz, à diminuição da tensão e ao fortalecimento do propósito de vida, fatores que impactam diretamente a saúde.

É importante ressaltar que esses estudos mostram associações e não causas diretas. Pessoas que oram ou frequentam cultos costumam ter redes de apoio social mais fortes, comportamentos de vida mais saudáveis, menor consumo de álcool e drogas, além de maior resiliência emocional, tudo isso contribui para uma vida mais longa e saudável.

Conclusão

A ciência reconhece que a espiritualidade, incluindo a oração, tem um impacto positivo no bem-estar físico e emocional, mesmo que os mecanismos exatos ainda estejam sendo investigados. No entanto, já está comprovado que a fé é um poderoso recurso para reduzir o estresse, melhorar a qualidade de vida e fortalecer a esperança.



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A maior luta de um convertido é contra o “Eu”


Vladimir Chaves

A maior batalha de Paulo não era contra os perseguidores, contra as prisões ou a ira do Império Romano. A sua maior luta era nunca mais ser Saulo. Ele sabia o peso do passado e a força do “eu” que insiste em ressurgir, querendo tomar de volta seu coração.

Assim é quase todos os que foram alcançados por Cristo. A conversão não nos isenta da luta, ela nos insere nela. É uma guerra silenciosa, travada na mente e no coração, contra o orgulho, contra a vaidade, contra a carne que clama por reconhecimento e glória própria. É uma batalha para não esquecer quem nos salvou, para não deixar que o brilho do mundo apague a luz da cruz.

O “eu” é astuto e tenta voltar, especialmente quando a fé esfria e a alma se distrai. É por isso que Jesus nos chama a tomar a cruz diariamente, pois crucificar o ego não é um ato único, é uma luta constante.

Mas, em meio a essa luta, existe uma certeza inabalável: a graça é maior. Quando as forças se esgotam, a mão de Cristo nos sustenta. Quando o passado tenta nos alcançar, a cruz nos lembra que tudo foi perdoado.

A maior vitória do convertido não é sobre os outros, mas sobre si mesmo. É permanecer rendido aos pés de Jesus, permitindo que a vida de Cristo brilhe acima da nossa, até que possamos dizer, como Paulo:
“Já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim.” (Gálatas 2:20)

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O louco que ignora a eternidade


Vladimir Chaves

“Louco! Esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será?” (Lucas 12:20)

Jesus contou a parábola do homem rico que acumulou bens e planejou viver apenas para desfrutar do que tinha, sem pensar na eternidade. A resposta de Deus foi direta: “Louco!”

A loucura espiritual não está apenas em perder a razão, mas em viver como se Deus não existisse. O “louco” é aquele que:

Ignora a eternidade, vivendo apenas para o presente e esquecendo-se da vida após a morte.

Acha que tem o controle da própria vida, como se pudesse prolongar seus dias ou decidir seu futuro sem depender de Deus.

Duvida da existência de Deus, preferindo acreditar que tudo termina aqui e agora.

Prefere o mundo condenado à vida eterna, buscando prazer nas coisas passageiras.

Investe em tudo, menos na salvação, dedicando tempo, esforço e recursos para conquistar bens e status, mas negligenciando a comunhão com o Criador.

Enche-se de sonhos e ambições, acumulando imóveis, carros, dinheiro, festas e conquistas materiais, enquanto sua alma se distancia de Deus.

Permanece com a alma apodrecendo no pecado, sem arrependimento, vivendo como se nunca fosse prestar contas ao Senhor.

O que você tem feito com o tempo que Deus lhe dá? Sua vida está sendo construída sobre as riquezas deste mundo ou sobre a esperança da eternidade com Cristo?

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Quando a verdade é destruída, restam os escombros


Vladimir Chaves

Vivemos dias em que a mentira veste terno e gravata, a injustiça desfila de toga, e a família é atacada como se fosse um resquício de um passado incômodo. Há uma orquestra de zombaria contra Deus, enquanto a falsa religiosidade se multiplica em palcos, programas e púlpitos contaminados. E todos fingem não ver que os alicerces da civilização estão sendo corroídos, silenciosa e implacavelmente.

A violência não é apenas aquela que sangra nas ruas; ela já foi institucionalizada. A justiça deixou de ser um ideal para se tornar um instrumento nas mãos de quem grita mais alto. A inversão de valores se tornou política de Estado. Mas engana-se quem acredita que isso nasceu de fora. Tudo isso brota do coração de uma geração que trocou o temor de Deus pela ganância, pela sede de poder e pela idolatria de si mesma.

A pergunta é inevitável: até onde vamos tolerar esse colapso moral? Até quando aceitaremos ver a verdade ser calada em nome de uma suposta “tolerância” que tolera tudo, menos a verdade?

O salmista já nos alertava: “Se os fundamentos forem destruídos, o que poderá fazer o justo?” (Salmo 11:3).

Acho que a resposta é esta: o justo não se cala. Ele denuncia, se mantém firme e não negocia a verdade. Porque, no fim, ou reconstruímos os fundamentos, ou nos afogamos nos escombros de uma sociedade que zombou de Deus e riu da própria destruição.

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Hebreus: A Carta que rasga as estruturas da religião e revela a Nova Aliança


Vladimir Chaves

A carta aos Hebreus não é apenas uma epístola doutrinária. É uma convocação ousada à maturidade espiritual, um confronto direto com tradições que resistem à revelação plena de Cristo. Escrita para cristãos judeus que ainda seguiam os ritos do Antigo Testamento, Hebreus cita verdades que desconstroem a religiosidade e reafirma a supremacia de Jesus como mediador de uma nova aliança.

A velha aliança, fundamentada na Lei mosaica, foi estabelecida com Israel no Sinai. Seu foco estava nos sacrifícios contínuos, no sacerdócio levítico e na obediência externa. Era uma aliança sombra, provisória, que apontava para algo maior.

A nova aliança, por sua vez, é superior em todos os aspectos, afirma Hebreus 8:6. Ela foi selada com o sangue de Cristo, que entrou de uma vez por todas no Santo dos Santos celestiais, oferecendo um sacrifício perfeito e eterno. Não mais cabras, bois e altares terrenos, mas Cristo, o Cordeiro de Deus, trazendo perdão definitivo e comunhão direta com o Pai.

“Ao dizer nova aliança, envelheceu a primeira; ora, aquilo que se torna antiquado e envelhecido, perto está de desaparecer.” (Hebreus 8:13)

Hebreus confronta a dependência de símbolos religiosos, templos materiais e sacerdócios humanos. Tudo isso perde sentido diante da revelação de que Cristo é o verdadeiro Sumo Sacerdote (Hebreus 4:14) e que o véu foi rasgado (Hebreus 10:19-20), abrindo acesso ao Pai.

Essa carta desinstala a estrutura religiosa baseada em formas e rotinas, convidando o povo de Deus a uma fé viva, sustentada não por ritos, mas por relacionamento com Cristo. Ela mostra que apegar-se à antiga aliança depois da cruz é rejeitar o próprio Evangelho.

Ainda hoje, muitos vivem uma fé antiga em vestes novas. Rituais, repetições vazias, lideranças autorreferentes... Hebreus afirma: não há mais sacrifícios a oferecer, pois tudo foi consumado na cruz. O que resta é vivermos como filhos da nova aliança, lavados pelo sangue, guiados pelo Espírito e ancorados em uma esperança eterna.

Que o leitor entenda: não se trata apenas de história teológica, mas de um chamado urgente à verdadeira fé.

quarta-feira, 23 de julho de 2025

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Discernimento espiritual em tempos de vozes misturadas


Vladimir Chaves

Vivemos tempos em que muitas vozes se levantam, algumas eloquentes, outras até convincentes. Em meio a tantas falas, é fácil confundir verdade com direção divina. Mas a Bíblia nos mostra que nem toda verdade procede do Espírito Santo. Uma fala pode ser aparentemente correta, mas nascer de uma fonte impura.

Um exemplo disso está em Atos 16:16-18. Uma escrava possessa por um espírito de adivinhação seguia Paulo e Silas dizendo:

“Estes homens são servos do Deus Altíssimo e vos anunciam o caminho da salvação.” (Atos 16:17)

Ela falava a verdade. Eles eram, de fato, servos do Deus Altíssimo. Mas o espírito que movia aquela escrava não era santo, era maligno. Isso nos ensina que discernimento espiritual não é apenas reconhecer o que está sendo dito, mas perceber quem está por trás da voz.

Paulo não se enganou pela verdade dita. Ele discerniu o espírito por trás da fala e, incomodado, expulsou o demônio em nome de Jesus. Isso mostra que o apóstolo tinha sensibilidade espiritual. Ele não se impressionou com palavras que exaltavam o ministério, ele percebeu que aquela verdade era usada para confundir, misturar, talvez até manchar o testemunho.

Em nossos dias, muitas vozes podem citar a Bíblia, usar jargões cristãos ou até fazer "profecias" aparentemente inofensivas. Mas a pergunta essencial é: de que fonte essa voz vem? Está operando debaixo do Espírito Santo ou de uma inspiração carnal, ou até demoníaca?

Nem toda fala bonita vem de Deus. Nem todo elogio é bênção. Nem toda “verdade” é santa.

É por isso que o dom do discernimento espiritual é tão necessário para os dias de hoje (1 Coríntios 12:10). O cristão maduro precisa estar atento, não apenas ao conteúdo da fala, mas ao espírito por trás da mensagem. O diabo é astuto. Ele também sabe usar a verdade como isca, distorcida, manipulada, instrumentalizada.

Que o Espírito Santo nos ensine a discernir. Que saibamos ouvir com os ouvidos espirituais. E que, como Paulo, não sejamos enganados por aquilo que parece verdadeiro, mas que vem da mentira.

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Pérgamo: A igreja que morava onde estava o trono de Satanás


Vladimir Chaves


“Conheço as tuas obras, e onde habitas, que é onde está o trono de Satanás; e reténs o meu nome, e não negaste a minha fé...” (Apocalipse 2:13a)

A carta à igreja de Pérgamo, registrada em Apocalipse 2:12-17, revela uma comunidade cristã que vivia sob intensa pressão espiritual e cultural. Jesus reconhece algo impressionante: eles habitavam num lugar onde estava o “trono de Satanás”, uma referência ao ambiente profundamente corrompido pela idolatria, perversão moral e perseguição.

Mesmo em um local hostil à fé, muitos membros da igreja de Pérgamo permaneciam firmes. O próprio Senhor elogia: “Reténs o meu nome, e não negaste a minha fé, mesmo nos dias de Antipas, minha fiel testemunha” (Ap2.13). Eles não se curvaram ao medo, nem negaram o nome de Cristo diante da oposição.

Apesar da fidelidade de alguns, Jesus repreende a igreja por tolerar doutrinas que corrompiam a verdade. Havia entre eles os que seguiam os ensinos de Balaão e dos nicolaítas — influências que promoviam imoralidade e idolatria no seio da congregação. A mensagem é clara: não basta resistir à perseguição externa; é preciso vigiar contra a corrupção interna.

Assim como Pérgamo, muitas igrejas atuais vivem cercadas por um mundo que exalta valores contrários aos de Deus. Permanecer fiel, hoje, exige discernimento e coragem. Não podemos negociar a verdade em nome da aceitação cultural, nem permitir que doutrinas antibíblicas se infiltrem disfarçadas de "tolerância" ou "inclusão".

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Não negocie seus valores, a fidelidade é a marca da igreja viva


Vladimir Chaves


“E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” (Romanos 12:2)

Em nome da aceitação, do progresso ou da relevância, muitos têm relativizado princípios que deveriam ser inegociáveis. O resultado é alarmante: igrejas que um dia foram cheias do Espírito agora se tornam apenas instituições religiosas, com aparência de piedade, mas negando seu poder (2Tm 3:5).

Uma das marcas mais evidentes de uma igreja que está perdendo o mover do Espírito é a aceitação de práticas e ideias que confrontam abertamente as Escrituras. Quando o pecado deixa de ser confrontado e passa a ser tolerado, ou até mesmo celebrado, é sinal de que a luz está se apagando. Como aconteceu com a igreja de Pérgamo (Ap 2:14-15), o erro doutrinário e moral tolerado leva ao afastamento da presença de Deus.

Recusar-se a negociar valores não é sinal de rigidez legalista, mas de fidelidade a Cristo. Ser firme na verdade bíblica é um ato de amor: amor a Deus, amor à igreja e amor às almas. Jesus nunca moldou sua mensagem para agradar multidões. Pelo contrário, Ele disse:

“Quem quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me.” (Mateus 16:24)

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A doutrina dos nicolaítas: uma doutrina odiada por Cristo


Vladimir Chaves


“Assim tens também os que seguem a doutrina dos nicolaítas, o que eu odeio.” (Apocalipse 2:15)

Entre as cartas enviadas por Jesus às igrejas da Ásia, há uma repreensão direta à presença dos nicolaítas, um grupo que ensinava doutrinas distorcidas e perigosas. Eles são mencionados nas cartas às igrejas de Éfeso (Ap 2:6) e Pérgamo (Ap 2:15), e em ambas Jesus deixa claro: Ele odeia suas obras e doutrinas.

A doutrina dos nicolaítas envolvia ensinos que permitiam libertinagem moral, práticas sexuais impuras, idolatria, participação em festas pagãs e cultos aos imperadores romanos. Distorciam a graça, ensinando que, por estarem sob a graça, os cristãos poderiam viver como quisessem, sem consequências espirituais.

Essa doutrina era sutil e destrutiva. Misturava verdade com mentira, fé com carnalidade, liberdade com pecado; anulava o chamado à santidade e conduzia os fiéis à mornidão espiritual.

Jesus odeia qualquer ensino que afaste o povo de Deus da verdade. Tolerar tal doutrina, como aconteceu em Pérgamo, é abrir espaço para a decadência espiritual dentro da igreja.

Nos dias de hoje, a doutrina dos nicolaítas continua ativa em igrejas que suavizam o pecado, toleram o erro, promovem líderes que dominam espiritualmente as pessoas e priorizam influência e conveniência acima da verdade bíblica.

O espírito dos nicolaítas está nas mensagens que dizem: “siga seu coração”, “você merece ser feliz, mesmo que isso signifique quebrar princípios” ou “Deus entende”. É o evangelho do ego, da conveniência, do entretenimento, que afasta o povo da Palavra e os aproxima da doutrina nicolaíta.

Infelizmente, essa doutrina se manifesta de forma sutil em nossos dias, com testemunhos que trazem histórias de “superação pessoal”, colocando o próprio testemunhante no centro, como se fosse o autor da vitória (ego e soberba). Popularizaram-se ritmos de músicas pagãs, como axé, samba ou funk; embora as letras digam “Jesus”, não comunicam reverência nem aproximam o coração do Espírito Santo. Igrejas que investem tempo e energia em festividades, campanhas e programações diversas, mas negligenciam a exposição da Palavra e o tempo de oração.

Precisamos da Palavra, da direção do Espírito e de vigilância espiritual. Jesus continua buscando uma noiva pura, que abomina o pecado, ama a verdade e vive com temor.

“Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.” (Apocalipse 2:17)

 

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Barnabé: O homem dos bastidores que iluminou o Reino de Deus


Vladimir Chaves

Em um tempo em que muitos desejam os holofotes do púlpito, Barnabé nos ensina que não é preciso estar no palco para servir com excelência no Reino de Deus. Seu brilho não vinha da visibilidade, mas da integridade. Ele nos mostra que os bastidores também são lugar de impacto eterno.

Seu nome de nascimento era José, mas foi apelidado pelos apóstolos de Barnabé, que significa “Filho da Consolação” (Atos 4:36). E esse nome não foi à toa. Ele era alguém que consolava, encorajava e levantava os caídos. Em vez de buscar reconhecimento, ele buscava restaurar pessoas.

Logo nos primeiros capítulos de Atos, vemos Barnabé vendendo uma propriedade e entregando todo o valor aos necessitados. Em contraste com muitos de hoje que se aproveitam do Evangelho para enriquecer, Barnabé servia com generosidade autêntica, sem esperar nada em troca. Seu coração estava em Deus, não nas riquezas.

Homem de discernimento espiritual

Quando ninguém acreditava em Saulo (Paulo), Barnabé foi o primeiro a confiar nele. Ele enxergava com os olhos do Espírito, e não com os olhos da desconfiança. Foi Barnabé quem levou Paulo aos apóstolos, quem o discipulou e caminhou ao seu lado nos primeiros anos de ministério. A fé de Barnabé abriu portas para o maior missionário do Novo Testamento.

Foi ao lado de Barnabé, em Antioquia, que Paulo iniciou sua jornada missionária. Ali, os discípulos foram chamados pela primeira vez de cristãos (Atos 11:25-26). Que honra! E, mesmo assim, Barnabé continuava nos bastidores, mais preocupado em servir do que em ser visto.

A Bíblia resume Barnabé como um “homem bom, cheio do Espírito Santo e de fé” (Atos 11:24). Ele não buscava posições de destaque, mas pessoas. Não queria cargos, queria curas. Não acumulava seguidores, restaurava vidas. Quando João Marcos falhou, Barnabé o acolheu e o restaurou, o mesmo jovem que mais tarde se tornaria autor do Evangelho de Marcos.

Barnabé é um lembrete poderoso de que a verdadeira grandeza no Reino de Deus está no serviço, não na exposição. Ele não fundou igrejas, não escreveu epístolas, mas sem ele, talvez Paulo e Marcos não tivessem cumprido seus chamados. Ele preferiu ser ponte, e por isso mesmo, tornou-se essencial.

Que nós também possamos ser como Barnabé: invisíveis aos olhos do mundo, mas indispensáveis aos olhos de Deus.

terça-feira, 22 de julho de 2025

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O Túnel de Ezequias e a Fonte de Siloé em Jerusalém


Vladimir Chaves



O Túnel de Ezequias, também conhecido como Túnel de Siloé, é uma das maiores obras de engenharia hidráulica da Antiguidade. Escavado diretamente na rocha sólida sob a colina de Ofel, na cidade de Jerusalém, por volta de 701 a.C., durante o reinado do rei Ezequias de Judá, ele se tornou um elemento vital na sobrevivência da cidade diante das ameaças militares, especialmente o cerco assírio conduzido por Senaqueribe.

Essa passagem subterrânea estratégica desviava as águas da fonte de Giom, localizada fora das muralhas da cidade, para um reservatório protegido dentro da cidade, o Tanque de Siloé. A sua existência mostra não apenas habilidade técnica notável para a época, mas também o cuidado e a sabedoria do rei Ezequias ao preparar Jerusalém para resistir às agressões inimigas.

Contexto Histórico e Bíblico

O cenário político do século VIII a.C. era marcado pelo expansionismo do império assírio, que avançava cada vez mais pelo Oriente Médio. O rei Ezequias, que governou Judá aproximadamente de 715 a 686 a.C., é descrito na Bíblia como um líder fiel a Deus e reformador religioso (2 Reis 18–20; 2 Crônicas 29–32; Isaías 36–39).

Temendo o avanço de Senaqueribe, rei da Assíria, Ezequias tomou medidas defensivas, espirituais e práticas para preparar Jerusalém. Uma das mais notáveis foi o projeto de canalização da água:

"Vendo, pois, Ezequias que Senaqueribe vinha e que estava resolvido a atacar Jerusalém, teve conselho com os seus príncipes e os seus homens valentes para taparem as fontes das águas, que havia fora da cidade; e eles o ajudaram."     (2 Crônicas 32:2–3)

E mais adiante: "Este Ezequias tapou a nascente superior das águas de Giom e as fez correr por baixo para o lado ocidental da cidade de Davi." (2 Crônicas 32:30)

A Obra de Engenharia

O túnel tem cerca de 533 metros de extensão, escavado na rocha sólida. O mais surpreendente é que dois grupos de operários trabalharam a partir de direções opostas e se encontraram quase perfeitamente no meio, um feito incrível considerando os recursos disponíveis à época. A técnica empregada envolvia escavação com ferramentas simples, como cinzéis de ferro.

O trajeto é em forma de serpentina e levemente inclinado, permitindo que a água fluísse da Fonte de Giom, situada no vale do Cédron (lado leste da cidade), até o Tanque de Siloé, localizado no lado sul da antiga Jerusalém, dentro das muralhas.

A Inscrição de Siloé

Em 1880, arqueólogos descobriram dentro do túnel uma inscrição em hebraico antigo conhecida como Inscrição de Siloé. Trata-se de uma das mais antigas inscrições hebraicas conhecidas e descreve o momento dramático em que os dois grupos de escavadores se encontraram:

“E aconteceu que, enquanto [os escavadores] ainda estavam com o cinzel, cada homem em direção a seu companheiro, e enquanto ainda havia três cúbitos a escavar, foi ouvida a voz de um homem chamando ao seu companheiro — pois havia uma fenda na rocha do lado direito e do lado esquerdo. E no dia da perfuração os escavadores cortaram, cada um indo ao encontro do outro, cinzel contra cinzel, e a água fluiu da fonte para o reservatório por 1.200 côvados...”

Essa inscrição é um testemunho extraordinário da engenharia e também da mentalidade do povo de Judá em proteger sua cidade.

Importância Estratégica e Sobrevivência Durante o Cerco

A Fonte de Giom era o único suprimento de água doce da região e estava exposta fora dos muros da cidade. Caso um inimigo a controlasse, Jerusalém estaria perdida. Ao canalizar essa água para dentro dos muros, Ezequias privou os inimigos do acesso à água e garantiu abastecimento à população em caso de cerco.

Quando Senaqueribe cercou Jerusalém em 701 a.C., conforme descrito na Bíblia e confirmado em registros assírios (como os Anais de Senaqueribe), a cidade resistiu. O profeta Isaías também menciona essa época como uma manifestação da fé e da providência divina.

Segundo o relato bíblico, Jerusalém foi poupada milagrosamente:

"Então saiu o anjo do Senhor e feriu no arraial dos assírios cento e oitenta e cinco mil..." (Isaías 37:36)

Descoberta e Arqueologia Moderna

O túnel foi redescoberto por exploradores ocidentais no século XIX e hoje é acessível a visitantes. O túnel ainda está em funcionamento, com água corrente de Giom para Siloé. A Inscrição de Siloé foi removida em 1890 e está atualmente no Museu Arqueológico de Istambul, na Turquia.

Arqueólogos modernos veem o túnel como uma das maiores provas arqueológicas de eventos bíblicos, por reunir dados textuais, históricos e físicos numa mesma estrutura.

Fé, Estratégia e Sobrevivência

O Túnel de Ezequias é uma união de fé, sabedoria administrativa e capacidade técnica. Ele permitiu a sobrevivência de Jerusalém diante de um império esmagador e ainda hoje é testemunho da engenhosidade de um povo que confiava em Deus, mas que também se preparava com responsabilidade.

Mais do que um túnel, ele representa o esforço de um rei justo em proteger seu povo e sua fé — e reforça o princípio bíblico de que preparação e confiança em Deus caminham juntas.

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