As regiões Norte e Nordeste
do Brasil são as que apresentam mais problemas relacionados à falta de
professores com formação adequada. É o que revela um estudo publicado
recentemente pela Nexus - Pesquisa e Inteligência de Dados.
De acordo com o
levantamento, as duas regiões também são as que tiveram o pior desempenho no
Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), em 2023. Os dados foram levantados com
base em informações do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
Anísio Teixeira (Inep).
No ano passado,
aproximadamente de 1/3 dos professores do Nordeste e do Norte que davam aula no
Ensino Médio não tinham formação adequada nas disciplinas que lecionavam. Nos
últimos anos do Ensino Fundamental – período que corresponde do 6º ao 9º ano -
esse índice era de 52,7% no Nordeste e 52,3% no Norte. No Brasil, a média era
de 39,6%.
Déficit de professores de
Ensino Médio
A pesquisa também mostra
que, desde 2014, a Região Nordeste conta com um déficit de professores de
Ensino Médio maior que a média nacional. No Norte, por sua vez, houve uma
oscilação nesse período. Em todo o período analisado, o Centro-Oeste do país
também apresentou dados preocupantes em relação à falta de docentes com
formação específica comparados à média nacional. Já Sudeste e Sul registraram
resultados mais positivos.
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Além disso, tanto o Nordeste
quanto o Norte apesentaram os piores desempenhos no Enem não apenas em 2023,
mas em todos os anos desde 2014. Nesse período, as médias de notas na prova das
duas regiões ficaram abaixo da nacional. Déficit de professores com formação
adequada na rede pública
Ainda segundo o estudo da
Nexus, a falta de professores graduados nas disciplinas que lecionam é um
problema mais expressivo na rede pública. No Ensino Médio, por exemplo, a média
do déficit no Brasil em 2023 foi de 31,8%, mas chegou a 32,3% nas escolas públicas.
Nos colégios particulares, o índice chegou a 29,4%. Já nos anos finais do
Ensino Fundamental, a taxa atingiu 39,6%.
Na educação pública, o
índice supera 40%, contra cerca de 34% na rede particular. Em 2014, mais da
metade dos professores do 6º ao 9º ano não tinha formação adequada. Naquele
mesmo ano, a situação do Ensino Médio também era pior, quando 40,5% dos professores
não estavam aptos a lecionar essas matérias.