Reforma tributária: quais são os novos impostos e quando começam a valer?


Vladimir Chaves



O Brasil tem um novo sistema de cobrança de impostos sobre o consumo de produtos e serviços. A aprovação definitiva da reforma tributária pela Câmara dos Deputados, impõe mudanças significativas ao poder público, às empresas e aos consumidores.

Confira abaixo como vai funcionar o novo modelo e quando começa a valer.

Modelo IVA

A proposta substitui os cinco principais impostos sobre o consumo por três novos tributos. IPI, PIS e Cofins (federais) dão origem à Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS). Já ICMS (estadual) e ISS (municipal) dão lugar ao Imposto sobre Bens e Serviços (IBS). O texto também cria um Imposto Seletivo (IS), que vai incidir sobre bens e serviços tidos como prejudiciais à saúde e ao meio ambiente.

A CBS será o imposto cobrado pelo governo federal, enquanto o IBS será arrecadado de forma conjunta por estados e municípios. A adoção de ambos os tributos se inspira no Imposto sobre Valor Agregado (IVA), modelo presente em cerca de 170 países. Por ser composto por CBS e IBS, o IVA brasileiro foi batizado de "IVA Dual".

O IVA tem como principais características:

Base ampla de incidência, ou seja, recai sobre todos os bens e serviços em circulação;

Tributação no destino, o que significa que a arrecadação com a CBS e o IBS ficam no local onde há o consumo do produto ou serviço e não mais onde há a produção (origem);

Legislação igual em todo o país;

Não-cumulatividade plena, isto é, cobra-se o tributo apenas sobre o valor adicionado em cada etapa de produção e os impostos pagos ao longo da cadeia produtiva geram créditos;

Cobrança "por fora" — o que significa que o imposto não compõe a base de cálculo dele próprio.

Período de transição

Sete anos. Esse é o prazo de transição que o texto da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 45/2019 estabelece para que os atuais impostos sobre o consumo deem lugar a novos tributos.

De acordo com o texto, a CBS    novo tributo federal —  entra em vigor em 2026, inicialmente com uma alíquota de 0,9%. A partir de 2027, ela substitui integralmente o Programa de Integração Social (PIS) e a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), que serão extintos.

No mesmo ano, o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) terá suas alíquotas zeradas, exceto em relação aos produtos que tenham industrialização incentivada na Zona Franca de Manaus. Em 2027, entra em cena o IS.

O IBS —  novo tributo de estados e municípios    também passa a existir a partir de 2026, a princípio com uma alíquota de teste de 0,1%, cenário que permanece em 2027 e 2028. Entre 2029 e 2032, as alíquotas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) —  estadual    e do Imposto Sobre Serviços (ISS)    municipal —  caem de forma gradual. No mesmo período, a alíquota do IBS cresce de forma gradual.

A partir de 2033, CBS, IBS e IS serão os únicos impostos sobre o consumo de produtos e serviços.

A reforma tributária prevê, também, um período de transição de 50 anos para a partilha da arrecadação. O intervalo entre 2029 e 2078 será usado para que estados e municípios tenham tempo de se adaptarem à mudança da tributação da origem para o destino.

terça-feira, 19 de dezembro de 2023

 Nenhum comentário

Projeto "Fazendo a Diferença" de 2023 supera expectativas ao levar educação ambiental a comunidades da Paraíba


Vladimir Chaves



Atuando pela primeira vez na Paraíba, o Projeto Fazendo a Diferença – iniciativa da Fundação Energia e Saneamento do Estado de São Paulo e patrocinada pela CTG Brasil para mobilização e transformação ambiental – levou técnicas ecológicas de saneamento para 198 participantes de duas comunidades rurais de Nova Palmeira, a 240 km da capital João Pessoa. Além de conhecimento, o projeto trouxe autonomia aos beneficiados, de acordo com Rafael Ferreira, coordenador do projeto.

“Esse ano, tivemos um resultado maior que todos os outros, porque conseguimos chegar em um ponto de multiplicação de conhecimento e continuidade das ações. Depois que fomos embora, eles ainda assumiram o compromisso de fazer mais”, comemora Rafael.

Entre 8 e 16 de outubro, o projeto esteve em duas comunidades rurais de Nova Palmeira e ofereceu, por meio de 8 oficinas práticas, diversas técnicas de tratamento sanitário de efluentes e aproveitamento eficiente dos escassos recursos hídricos do semiárido nordestino.

As técnicas de permacultura e criação de fossas ecológicas das oficinas foram rapidamente absorvidas pelas comunidades, pois alguns moradores já dominavam técnicas de construção de infraestrutura básica. A partir dos novos conhecimentos adquiridos, eles começaram a trabalhar na melhoria de sistemas sanitários da própria comunidade.

“Com a informação, o conhecimento e a técnica das nossas oficinas práticas, levamos soluções simples, baratas e sustentáveis que resolvem questões essenciais, como saneamento em locais remotos, e que causam grande impacto no dia a dia das pessoas”, explica Rafael.

Fazendo a Diferença

O projeto Fazendo a Diferença está no 4º ano de existência e já beneficiou comunidades rurais do interior de São Paulo e capital, além do Paraná, em edições anteriores. As cidades que já foram contempladas com o programa são, em 2020: Chavantes (SP), Ribeirão Claro (SP) e Carlópolis (PR), em 2021: Itaguajé (PR), Mirante do Paranapanema (SP) e São Paulo (SP) e em 2022: Ilha Solteira (SP) e Rosana (SP).

Segundo Rita Martins, diretora executiva da Fundação Energia e Saneamento, o objetivo do projeto é disseminar a educação ambiental em comunidades, por meio de práticas de consumo consciente de recursos, manejo de água, produção de alimentos e tratamento de resíduos sólidos com tecnologias ambientais de baixo custo,

“Queremos mostrar que as pessoas podem ser protagonistas em questões socioambientais. Para isso, compartilhar conhecimento e conscientização ambiental é essencial para criar impactos positivos na comunidade e meio ambiente”, comenta Rita.

A participação dos moradores e coordenadores do projeto será comemorada em um festival que acontece no dia 9 de dezembro. No encontro, será exibido um documentário sobre o projeto na região, com o depoimento das comunidades e as ações realizadas. O evento comemorativo vai contar com oficinas práticas de habilidades manuais, culinária e apresentações musicais conduzidas pelos próprios moradores.

Para o próximo ano, o objetivo é expandir as ações para todo o Brasil, adianta Rita. “Queremos levar o projeto para mais comunidades rurais e fortalecer a ideia de que é possível viver bem nessas localidades, com qualidade de vida e saúde.”

Sobre a Fundação Energia e Saneamento

Desde 1998, a Fundação Energia e Saneamento pesquisa, preserva e divulga o patrimônio histórico e cultural dos setores de energia e de saneamento ambiental. Atuando em várias regiões do Estado de São Paulo por meio das unidades do Museu da Energia (São Paulo, Itu e Salesópolis), realiza ações culturais e educativas que reforçam conceitos de cidadania e incentivam o uso responsável de recursos naturais, trabalhando nos eixos de história, ciência, tecnologia e meio ambiente.

 Nenhum comentário

FPM: Governo repassa R$ 3,6 bilhões no 2º decênio de dezembro, 48 municípios estão bloqueados.


Vladimir Chaves



O 2º decêndio de dezembro do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) será pago nesta quarta-feira (20), mas 48 cidades podem não receber o repasse na data porque estão bloqueadas. Ao todo, serão repassados R$ 3,6 bilhões para os municípios brasileiros, sendo R$ 3,1 bilhões para cidades do interior e R$ 361 milhões para as capitais.

As cidades entram na lista do Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi) quando apresentam alguma irregularidade, seja por pendências previdenciárias ou dívidas com a União. A lista, atualizada no último dia 15, mostra que a maioria dos municípios bloqueados está no Rio Grande do Sul (18).

Por ser uma importante fonte de renda para os municípios de pequeno e médio porte, o consultor de orçamento César Lima afirma que a regularização deve ser feita o quanto antes. O especialista aponta o possível motivo da inclusão de novas cidades na lista.

“Tem os recursos previdenciários agora no final do ano, como aumenta o repasse para a folha, também aumenta as obrigações previdenciárias dos entes, então isso aí pode ter alguma ligação. É interessante que a prefeitura faça o ajuste dessas pendências para que ela possa receber esses valores que ficaram bloqueados”, observa.

Queda nos repasses

Em relação ao primeiro repasse do mês, quando foram pagos R$ 5,2 bilhões, houve uma queda de 45%. Já na comparação com o mesmo decêndio do ano passado, o valor foi 2% menor (R$ 3,7 bi). Os estados que recebem os maiores montantes são, respectivamente, São Paulo (R$ 445 mi), Minas Gerais (R$ 443 mi) e Bahia (R$ 289 mi).

Os valores do FPM fazem parte do dinheiro arrecadado pela União, por meio de impostos, e são repassados aos municípios brasileiros a cada 10 dias. Os percentuais de participação de cada município são calculados pelo Tribunal de Contas da União (TCU), de acordo com o número de habitantes de cada cidade e a renda per capita. 

 

Confira quais são os municípios bloqueados — até 15/12:

 

ALMINO AFONSO (RN)

ALTO BOA VISTA (MT)

AMARANTE (PI)

ANAPURUS (MA)

APARECIDA DE GOIÂNIA (GO)

ARAGARÇAS (GO)

ARAGUAPAZ    (GO)

AREIA BRANCA (SE)

AUGUSTO PESTANA (RS)

BAGÉ    (RS)

BRASNORTE (MT)

BREJÕES (BA)

CACHOEIRINHA (RS)

CALDAS BRANDÃO    (PB)

CANINDÉ DE SÃO FRANCISCO (SE)

CARAPEBUS (RJ)

CARIRA (SE)

CATUÍPE (RS)

CURAÇÁ (BA)

CURRALINHO (PA)

DOM PEDRITO (RS)

ESTEIO (RS)

FORMIGUEIRO (RS)

GUANAMBI (BA)

IJUÍ (RS)

IPIRANGA DE GOIÁS (GO)

ITAMBARACÁ (PR)

JAGUARÃO (RS)

LAGOA REAL (BA)

LAGUNA (SC)

MAÇAMBARÁ (RS)

MAIQUINIQUE (BA)

MATÕES DO NORTE (MA)

NOSSA SENHORA DAS DORES (SE)

NOSSA SENHORA DO SOCORRO    (SE)

PENAFORTE    (CE)

PINHAL DA SERRA (RS)

POCONÉ (MT)

QUEVEDOS (RS)

RIO VERDE (GO)

RIOZINHO (RS)

ROSÁRIO DO SUL (RS)

SANTA MARIA DA VITÓRIA (BA)

SÃO JOÃO (PE)

SÃO NICOLAU (RS)

SÃO PEDRO DAS MISSÕES (RS)

SÃO PEDRO DO BUTIÁ (RS)

TOROPI (RS)

segunda-feira, 18 de dezembro de 2023

 Nenhum comentário

ACM Neto exalta filiação de Bruno: “trata-se de um dos nomes mais valorosos da política brasileira”


Vladimir Chaves



De volta a Campina Grande, após quase duas décadas, o ex-prefeito de Salvador (Bahia), Antônio Carlos Magalhães Neto (ACM Neto), participou do ato de filiação do prefeito Bruno Cunha Lima ao União Brasil. Agora na condição de secretário geral do UB, o líder baiano atestou que a legenda está feliz com a filiação concretizada neste domingo, 17, pelo fato de Bruno ser um dos melhores prefeitos do Brasil.

“A vinda de Bruno tem peso e relevância para o União Brasil em nível nacional. Ele representa um quadro político importantíssimo, sendo, sem dúvida, um dos jovens mais valorosos da política brasileira. Ele chega para brilhar em nossa legenda”, afirmou.

ACM Neto revelou ainda a sua admiração por Bruno por conta do compromisso do prefeito campinense com a eficiência administrativa, zelo pelo erário e o equilibro das contas, além da ampliação de serviços públicos que atendam às expectativas do povo campinense, sobretudo dos segmentos sociais mais carentes.

Por conta da trajetória administrativa de Bruno, ele previu que Bruno vai ser reeleito em Campina Grande, em 2024, no primeiro turno, contando, para tanto, com o apoio e o empenho de todos os segmentos do União Brasil, além de outras lideranças comprometidas com o desenvolvimento da Rainha da Borborema.

“Vamos enfrentar as dificuldades e vencer, pois o projeto é pelo futuro de Campina Grande e do Brasil, daí a nossa alegria e orgulho em contar, em nossos quadros, com um líder deste nível, cujo trabalho é motivo de orgulho para a sua terra”, finalizou ACM Neto.

 Nenhum comentário