A pandemia do vírus chinês
ceifou muitas vidas em todo o mundo, principalmente de populações vulneráveis
como idosos e pessoas com comorbidades. Muitos não têm acesso ao tratamento
precoce e, com razão, estão preocupados com sua saúde e talvez à espera de uma
‘vacina promissora’.
Há notícias de que vacinas
contra a covid-19 estarão em breve disponíveis no mercado, e algumas já estão
em alguns países. Não entrando no mérito da segurança dessas vacinas, mas
apenas focando nos aspectos éticos, há relatórios de que muitas dessas vacinas
foram desenvolvidas e/ou testadas usando linhagens celulares derivadas de bebês
abortados.
O uso de linhagens
celulares derivadas do aborto em qualquer estágio do desenvolvimento de vacinas
(pesquisa, projeto, teste ou fabricação) viola os direitos humanos fundamentais
da vítima, o bebê não-nascido.
Segundo a Live Action, os
principais especialistas em ética pró-vida dizem que os consumidores podem
tomar uma vacina em sã consciência, apesar das ações perversas em curso das
empresas farmacêuticas. De acordo com esses especialistas, as pessoas que tomam
uma vacina criada com linhagens de células derivadas do aborto não estão
cometendo um mau moral porque não estão participando diretamente do ato de
aborto que levou à criação dessas linhagens de células. Em muitos casos, as
linhas de células utilizadas foram originalmente derivadas de abortos cometidos
no início dos anos 1970.
O erro moral já foi
cometido pelo abortista e pela mãe que matou o bebê no seu ventre, enquanto as
empresas farmacêuticas se envolvem em um mal contínuo usando linhagens de
células derivadas do aborto para pesquisas médicas, testes e fabricação,
segundo esses especialistas.
No entanto, para os
cidadãos e consumidores que acreditam na proteção da vida humana, é importante
que todos sejam informados sobre quais vacinas estão eticamente comprometidas e
com base nisso possam fazer suas escolhas pessoais conscientemente.
Vacinas criadas com o uso
de linhagens celulares derivadas do aborto
Pfizer: A vacina Pfizer
que recebeu autorização de uso de emergência da Food and Drug Administration
(FDA) não é fabricada com células derivadas do aborto. No entanto, as linhas celulares
HEK-293 derivadas do aborto foram usadas em pelo menos um teste laboratorial
confirmatório. Esta linha celular vem do tecido renal de uma menina que foi
morta em um aborto cometido na Holanda no início dos anos 1970.
Moderna: Da mesma forma, a
vacina da Moderna, que também recebeu autorização de uso de emergência do FDA,
contou com a linha de células HEK-293 para teste, mas não na fabricação. Com
relação às vacinas Moderna e Pfizer, alguns comentaristas pró-vida disseram que
essas vacinas são eticamente “incontroversas”. O teólogo John Hass, do National
Catholic Bioethics Center (NCBC), disse que sua “conexão” com o aborto está
distante, uma vez que a linha HEK-293 não foi usada no processo de fabricação,
embora Hass não tenha chegado a chamar essas vacinas de eticamente
incontroversas. A Conferência de Bispos Católicos dos Estados Unidos (USCCB)
também declarou que as vacinas Pfizer e Moderna “não estão completamente
isentas de qualquer conexão com o aborto”, uma vez que ambas as empresas usaram
HEK-293 para testes laboratoriais confirmatórios.
Sanofi Pasteur: A vacina
Sanofi Pasteur, financiada e desenvolvida em parceria com a Translate Bio,
também realizou testes com a linha celular HEK-293. A Sanofi Pasteur também
está desenvolvendo uma vacina em parceria com a GlaxoSmithKline que parece não
ter usado nenhuma linhagem de células derivadas do aborto em seus testes. A
Sanofi e a GSK não são tão avançadas em testes clínicos quanto outras empresas
como a Pfizer, Moderna ou AstraZeneca. A Sanofi espera concluir seu teste de
Fase 2 até o final de 2020.
Novavax: De acordo com o
Population Research Institute (Instituto de Pesquisa Populacional), a
farmacêutica Novavax, sediada em Maryland, nos EUA, está “usando uma linha
celular de invertebrados eticamente derivada da Sf9” para testar sua vacina,
que está atualmente em testes clínicos de Fase 3. Empresas como Novavax e
Sanofi estão demonstrando claramente que vacinas contra covid-19 podem ser
desenvolvidas sem depender de linhagens celulares derivadas do aborto. A
Novavax está entre um número de vacinas que podem estar disponíveis nos Estados
Unidos já no segundo trimestre de 2021.
AstraZeneca: Atualmente em
testes clínicos de Fase 3, a AstraZeneca está usando linhas de células HEK-293
derivadas do aborto em testes e fabricação.
Johnson & Johnson: A
Johnson & Johnson, que também está atualmente em testes clínicos de Fase 3,
está usando linhas celulares PER.C6 derivadas do aborto em testes e fabricação.
A linha PER.C6 foi retirada do tecido retinal de um menino com 18 semanas,
abortado na Holanda em meados da década de 1980.
A ponta do iceberg
A prática rotineira de
usar linhagens de células fetais de décadas atrás derivadas de bebês abortados
é, de forma alarmante, apenas a ponta do iceberg.
Em um estudo recente da
Universidade de Pittsburgh, no estado americano da Pensilvânia, a pele de um
bebê abortado foi enxertada em roedores para estudar infecções de pele e o
sistema imunológico humano. A mãe da criança consentiu com esta experimentação
quando ela abortou seu bebê. Este estudo foi pago em parte com doações do
National Institutes of Health, uma agência governamental dos EUA.
Em 2019, o Governo Trump
mudou as regras do Instituto Nacional de Saúde (National Institutes of Health –
NIH) sobre doações, proibindo os candidatos de usar tecido fetal humano
abortado em pesquisas sem uma justificativa de não haver nenhuma outra
alternativa disponível. Esta política se aplica a todas as bolsas de pesquisa
do NIH após outubro de 2019. O estudo da Universidade de Pittsburgh parece ter
sido financiado em parte pelo NIH.
Caso esse tipo de barbárie continue permissível em
universidades e laboratórios de pesquisa, o mercado de coleta de bebês
abortados continuará a se expandir a tal ponto que cada medicamento, vacina,
terapia e tratamento terá a chance de ter sido desenvolvido por pesquisas
médicas que pode ser ligada a um aborto.
O Departamento de Saúde e
Serviços Humanos (HHS) dos EUA, por meio da Autoridade de Pesquisa e
Desenvolvimento Biomédico Avançado (BARDA) administrou bilhões em fundos de
subsídios para acelerar a pesquisa de vacinas, incluindo $ 483 milhões para a
Moderna, mais de $ 1 bilhão para a AstraZeneca e $ 456 milhões para Johnson e
Johnson.
Na verdade, muitas das
empresas farmacêuticas mais proeminentes receberam financiamento da BARDA para
desenvolver suas vacinas e provavelmente continuarão a receber este
financiamento.
É alarmante que mais de US
$ 1 bilhão em subsídios de contribuintes americanos já tenham financiado
empresas que usam linhagens de células derivadas do aborto. Qualquer pesquisa
médica subsidiada pelo contribuinte deve ser condicionada ao uso de práticas
éticas de pesquisa. Isso significa que as empresas que usam linhagens celulares
derivadas do aborto em sua pesquisa e desenvolvimento não deveriam receber
fundos federais da BARDA ou de qualquer outra entidade governamental.
Texto de Thaís Garcia, publicado
no “Conexão Politica” em 29/12/2022.