Quando Cristo nos alcança, outros também são atraídos


Vladimir Chaves

Em Marcos 1:17, Jesus olha para pescadores comuns e diz: “Vinde após mim, e eu farei que sejais pescadores de homens.” Essa palavra revela algo profundo: Jesus não chama os capacitados, mas capacita os chamados. O segredo não está em nossa força ou habilidade, mas em segui-lo de perto. Ele é quem nos transforma.

Quando aceitamos o convite de Jesus, somos levados a uma vida de renúncia. Assim como os discípulos deixaram suas redes, também somos desafiados a deixar para trás tudo o que nos prende e nos impede de obedecer ao Mestre. Seguir a Cristo exige coragem e entrega, mas é nesse caminho que descobrimos nosso verdadeiro propósito.

No final do capítulo, em Marcos 1:45, vemos o impacto da obra de Jesus. Um leproso, curado pelo seu poder, não conseguiu se calar. Mesmo tendo recebido a ordem de permanecer em silêncio, ele espalhou a notícia, e logo multidões buscavam a presença do Senhor. Isso nos mostra que a transformação que Cristo realiza em nossas vidas é tão real que não pode ser escondida.

Mas aqui há uma lição importante: nosso testemunho precisa estar alinhado à vontade de Deus. O homem curado falou em excesso e, sem perceber, atrapalhou a missão de Jesus nas cidades. Nós também corremos o risco de anunciar mais com emoção do que com obediência. O verdadeiro pescador de homens não age por impulso, mas sob a direção do Espírito Santo.

Hoje, a pergunta que fica é: temos seguido a Jesus de verdade, permitindo que Ele nos transforme? Ou ainda estamos tentando segui-lo sem deixar nossas redes? E mais: o que Ele já fez em nós tem sido compartilhado com outros? Talvez sua maior pregação não esteja em um púlpito, mas no modo como você vive, ama e serve.

Que o nosso coração esteja aberto para responder ao chamado: seguir a Cristo, ser moldado por Ele e testemunhar com fidelidade. Porque quando Jesus nos alcança, a nossa vida se torna um canal para que outros também o encontrem.

sábado, 20 de setembro de 2025

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O isolamento mata a fé, a comunhão a fortalece


Vladimir Chaves

“Não deixemos de reunir-nos como igreja, segundo o costume de alguns, mas encorajemo-nos uns aos outros, ainda mais quando vocês vêem que se aproxima o dia.” (Hebreus 10:25)

O versículo é, antes de tudo, um alerta e uma exortação à perseverança na fé em meio às dificuldades da vida cristã. Quando o autor diz: “Não deixemos de reunir-nos como igreja, segundo o costume de alguns”, ele não está apenas tratando de uma prática comunitária, mas de uma questão vital para a saúde espiritual do cristão. A fé não foi projetada para sobreviver no isolamento, e é por isso que a vida cristã exige comunhão. A igreja não é apenas um lugar de reuniões semanais, mas o corpo vivo de Cristo, onde cada membro é chamado a sustentar o outro. Negligenciar esse ajuntamento é, em certo sentido, negar a própria natureza da fé, que é comunitária e relacional.

É interessante notar que, já no primeiro século, alguns tinham o hábito de se afastar. Isso mostra que a tendência de se isolar, seja por desânimo, por decepções, por medo ou por orgulho, sempre esteve presente. Hoje não é diferente: muitos justificam seu afastamento da igreja sob o argumento de que “têm fé em Deus” e que “a igreja não salva ninguém”. Embora seja verdade que a salvação está em Cristo, é igualmente verdade que a comunhão com a igreja é um meio de graça estabelecido por Deus para nos manter firmes. Aquele que insiste em viver uma fé individualista se arrisca a cair na armadilha da autossuficiência e, gradativamente, na frieza espiritual.

O texto também aponta para o propósito do encontro: “encorajemo-nos uns aos outros”. A reunião da igreja não é centrada apenas no que se recebe, mas no que se compartilha. O verdadeiro culto não é um espetáculo para consumidores religiosos, mas um encontro de irmãos que carregam juntos os fardos da vida, repartem esperanças e se fortalecem mutuamente. O cristão maduro não vai ao culto apenas para buscar ânimo, mas também para oferecer ânimo. Quando a comunhão se torna apenas um espaço de consumo e não de serviço, a igreja perde sua essência.

Por fim, a motivação para perseverar na comunhão é escatológica: “ainda mais quando vocês vêem que se aproxima o Dia”. O “Dia” aqui é a volta de Cristo, o desfecho da história. O autor de Hebreus quer lembrar que a jornada cristã é uma corrida de resistência e que o fim se aproxima. Isso exige mais vigilância, mais comunhão e mais compromisso, não menos. Se a volta de Cristo está cada vez mais próxima, como justificar uma fé solitária e desligada da comunidade? A urgência do tempo nos chama a viver de forma ainda mais conectada e ativa no corpo de Cristo.

Portanto, Hebreus 10:25 é um chamado contra o individualismo e a indiferença espiritual. Ele denuncia a religiosidade superficial que pensa poder caminhar sozinha e nos lembra que a vida cristã só se sustenta na partilha, na exortação mútua e na esperança comum. A igreja é mais do que um prédio ou uma instituição; ela é o espaço em que Cristo manifesta Sua presença através do encontro de irmãos. Recusar essa comunhão é abrir mão de um dos instrumentos mais preciosos que Deus nos deu para perseverar até o fim.

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Glorificar a Deus é o propósito maior da nossa existência


Vladimir Chaves

“Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus” (1 Coríntios 10:31).

Esse versículo nos mostra que a vida cristã não se limita ao culto ou à oração. Tudo o que fazemos: comer, beber, trabalhar, descansar e até sonhar, deve ser conduzido com a consciência de que pertencemos ao Senhor e existimos para glorificá-Lo. Essa visão confronta a mentalidade comum, que separa o “sagrado” do “profano”, como se Deus estivesse interessado apenas em momentos específicos.

O conhecimento de Deus é o alicerce que sustenta essa forma de viver. Nossas ações sempre refletem aquilo que cremos, e nossos desejos são moldados por aquilo que conhecemos. Quem ignora quem Deus é acaba buscando sentido em si mesmo ou nas circunstâncias, tornando-se vulnerável ao vazio. Mas quanto mais profundo for o conhecimento do caráter divino, mais o coração encontra direção, propósito e equilíbrio.

A verdadeira felicidade não nasce da ausência de problemas, mas da certeza de que a vida está alinhada à vontade de Deus. É por isso que o estudo diário das Escrituras não deve ser visto como rotina mecânica, mas como alimento vital. Assim como o corpo não pode permanecer saudável sem nutrição, o espírito não pode se manter firme sem ser sustentado pela Palavra.

Quando nossas motivações são guiadas pela verdade eterna, até mesmo os gestos mais simples; uma refeição, um conselho, um ato de trabalho, se transformam em adoração. Viver para glorificar a Deus não significa buscar perfeição humana, mas permitir que cada pensamento, decisão e atitude revelem que pertencemos a Ele.

Quanto mais conhecemos a Deus, mais desejamos que Ele seja exaltado em nós e através de nós. Assim, a vida deixa de ser uma busca vazia de satisfação pessoal e se torna uma jornada de plenitude e propósito na presença do Senhor.

sexta-feira, 19 de setembro de 2025

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Deus deseja frutos, mas precisa de vasos maiores


Vladimir Chaves

Isaías 54:1 nos mostra que o desejo de Deus é que sejamos frutíferos, gerando vidas espirituais e trazendo mais pessoas para serem seus filhos. Porém, muitas vezes nos encontramos em um estado de esterilidade, incapazes de gerar frutos para o Reino. A boa notícia é que o Senhor pode reverter isso, mas de acordo com as condições estabelecidas em sua Palavra.

Nos versículos seguintes, Isaías 54:2-3, há um chamado para alargar as estacas e estender as cortinas da tenda. Isso nos ensina que, se desejamos frutificar, precisamos ampliar nossa capacidade de receber.

Assim como um vaso pequeno limita o crescimento de uma planta, uma igreja sem edificação e preparo limita a colheita de novas almas. Para que haja crescimento saudável, é necessário que toda a comunidade assuma a responsabilidade. O peso da missão não pode estar apenas sobre alguns, mas sobre todo o Corpo de Cristo, em unidade.

O Senhor é quem define a medida da bênção. Ele conhece o quanto estamos prontos para cuidar daquilo que confia às nossas mãos. Ele anda no meio dos candeeiros (Apocalipse 2:1), inspecionando e avaliando sua igreja, e só libera mais frutos quando vê que há estrutura para acolhê-los. Se eles ainda não chegaram, é porque o Senhor sabe que não temos condições de sustentá-los.

Por isso, é fundamental que cada membro da igreja assuma sua parte no chamado. Não podemos ser responsáveis pela ausência de novos frutos, nem pela perda dos que já chegaram. A frutificação é desejo de Deus, mas exige expansão, edificação e comprometimento coletivo, para que Ele encontre em nós um campo fértil e pronto para a grande colheita.

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Jeremias 36 e o Brasil de hoje: uma reflexão


Vladimir Chaves


O capítulo 36 de Jeremias descreve um momento decisivo na história de Judá: Deus ordena que o profeta reúna em um rolo todas as palavras já anunciadas contra Israel, Judá e as nações. O objetivo era simples e profundo; que, ao ouvirem a mensagem, o povo se arrependesse de seus pecados e se voltasse ao Senhor. Jeremias dita, Baruque escreve, e o texto é lido publicamente no templo, em meio a um dia de jejum. Ali estava a oportunidade de mudança. Contudo, quando o rolo chega às mãos do rei Jeoaquim, em vez de quebrantamento, há desprezo: ele corta o texto em pedaços e o lança ao fogo, rejeitando a voz de Deus e fechando as portas para o arrependimento.

A intenção de Deus, ao mandar Jeremias registrar todas as palavras já anunciadas, era clara: dar mais uma chance ao povo. O Senhor sempre se mostra disposto a perdoar, se houver arrependimento. No entanto, diante da dureza do coração humano, a paciência divina dá lugar ao juízo.

Quando olhamos para a realidade brasileira, percebemos semelhanças nesse episódio. A Palavra de Deus continua sendo anunciada em nosso tempo: pelas igrejas, pelos pregadores, pelos cristãos em geral. Mas a maioria reage como Jeoaquim: rejeita, ridiculariza ou ignora.

Quando leis são propostas em desacordo com os princípios da justiça divina, estamos queimando o rolo.

Quando líderes políticos e religiosos se preocupam mais com poder, lucro e imagem do que com verdade, estamos queimando o rolo.

Quando o povo prefere o silêncio da indiferença ao chamado ao arrependimento, o rolo continua sendo lançado ao fogo.

O Brasil enfrenta corrupção endêmica, violência crescente, desrespeito à vida, desagregação familiar e uma onda de relativismo moral. Não são apenas crises sociais: são sintomas de uma crise espiritual. Jeremias 36 nos lembra que a raiz do problema está na rejeição à voz de Deus.

Mas a mensagem não é só de juízo. Assim como o Senhor mandou Jeremias escrever outro rolo, mais extenso, Ele também reafirma hoje: Sua Palavra não pode ser destruída. Governos passam, ideologias mudam, mas o que Deus declarou permanece. O Brasil pode tentar apagar a voz profética, mas não poderá impedir o cumprimento da Palavra.

Diante disso, a reflexão é pessoal e coletiva: vamos ouvir ou rejeitar? Vamos acolher a Palavra como correção que gera vida ou desprezá-la como incômoda e ultrapassada?

A história de Jeoaquim é um alerta: rejeitar a voz de Deus é escolher o caminho da ruína. Mas ainda há tempo de fazer diferente. O mesmo Deus que ofereceu a Judá uma nova chance, hoje oferece ao Brasil e a cada um de nós a oportunidade de arrependimento, restauração e vida.

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Confiando em Deus mesmo diante dos ‘Simeis’ da vida


Vladimir Chaves


Sempre existirão “Simeis” em nosso caminho, pessoas que não suportam ver o outro prosperar ou ocupar o lugar que Deus lhe deu. Na Bíblia, isso fica evidente em 2 Samuel 16:5-8, quando Simei, filho de Gera, amaldiçoou o rei Davi, lançando pedras e acusando-o injustamente de causar a morte da família de Saul. Esse comportamento revela inveja, malícia e desejo de ver o outro cair. Ter discernimento espiritual é o primeiro passo para enfrentá-los com fé, sabedoria e firmeza.

Diante de ataques injustos, Davi nos ensina a confiar plenamente em Deus. Embora humilhado publicamente, ele escolheu não retaliar Simei. Quando seu servo Abisai sugeriu que o matasse, Davi respondeu: “Deixe-o amaldiçoar, pois o Senhor lhe disse que amaldiçoasse Davi” (2 Samuel 16:11). A verdadeira força não está na vingança, mas na confiança de que Deus é justo.

A história também nos ensina sobre perdão e prudência. Mais tarde, Simei se arrependeu e pediu perdão a Davi, que o poupou. O perdão não significa ignorar a justiça, mas permitir que Deus conduza a situação. Como lembra Romanos 12:19: “Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira de Deus, porque está escrito: Minha é a vingança, eu retribuirei, diz o Senhor.”

A presença dos “Simeis” nos lembra que o caminho da bênção não será livre de obstáculos. Críticas, inveja e oposição testam nossa fé e perseverança. Cabe a cada cristão manter o coração firme em Deus, praticar o perdão sem abrir mão da justiça divina e permanecer resiliente, confiando que Ele protege e garante que ninguém pode impedir o plano perfeito que Ele tem para nossas vidas.

quinta-feira, 18 de setembro de 2025

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O dia em que a Câmara dos Deputados abalou o inferno


Vladimir Chaves


Brasília viveu um dia histórico. Na noite em que a Câmara dos Deputados aprovou a urgência do projeto de anistia aos presos políticos do 8 de janeiro, não foi apenas o tabuleiro político que se mexeu — foi o próprio reino das trevas que sentiu o impacto. O placar, 311 votos favoráveis contra 163 contrários, soou como um trovão em meio ao silêncio da injustiça. Foi mais que um movimento parlamentar; foi um recado claro de que parte do Legislativo não aceita a perseguição cega e desproporcional contra cidadãos que hoje pagam penas superiores a criminosos de alta periculosidade.

Se no mundo visível deputados levantavam seus “cartões de voto”, no mundo espiritual demônios urravam. Os que se alimentam da dor alheia, que se regozijam com famílias destruídas e com a criminalização de um protesto, reagiram em fúria. Como disse o profeta Isaías: “Ai dos que decretam leis injustas, dos que escrevem decretos de opressão, para privar os pobres dos seus direitos e para com violência arrebatar o direito dos aflitos do meu povo” (Isaías 10:1-2). Não é à toa que o resultado da votação gerou tanto ranger de dentes entre aqueles que veem na condenação em massa uma forma de vingança política.

Para maioria dos brasileiros, as sentenças proferidas após o 8 de janeiro não obedeceram ao espírito de justiça, mas ao de exemplaridade forçada. A prova mais gritante disso foi a condenação de uma mulher por ter rabiscado com batom uma estátua — símbolo de que a balança da justiça foi trocada por um porrete ideológico. Contudo, como lembra o salmista: “Pois o Senhor ama a justiça e não desamparará os seus santos” (Salmo 37:28). O clamor que sobe dos lares atingidos por essas decisões encontra eco nos céus, e a resposta começa a se manifestar no cenário político.

É claro que a batalha está longe do fim. A aprovação da urgência não significa a vitória final, mas abre caminho para que o projeto de anistia seja debatido e, possivelmente, aprovado. Os que hoje celebram sabem que cada passo será contestado por aqueles que, como os fariseus de outrora, “coam um mosquito, mas engolem um camelo” (Mateus 23:24), ou seja, punem com severidade desproporcional pequenos atos enquanto fecham os olhos para escândalos de corrupção bilionária que dilapidaram o país.

No entanto, o povo que crê não esmorece. Nas igrejas, nas casas e nas ruas, há uma multidão que continua intercedendo, porque entende que a verdadeira vitória não está nos números da votação, mas na fidelidade de Deus em ouvir o clamor dos que são injustiçados. “Se Deus é por nós, quem será contra nós?” (Romanos 8:31). A sessão de ontem foi apenas a primeira de muitas batalhas. A guerra ainda está em curso, mas um recado já foi dado: quando o povo de Deus se levanta em oração e quando a política ecoa a justiça, até o inferno treme.

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Casas cheias de enganos: da corrupção do INSS ao peso injusto das condenações do 8 de janeiro


Vladimir Chaves


“Suas casas são cheias de enganos, como gaiolas cheias de pássaros...” (Jeremias 5:27). O profeta descrevia a corrupção de Judá, mas suas palavras soam como denúncia ao Brasil de hoje. Vivemos em um país onde a mentira virou política de Estado e a corrupção se tornou prática cultural. Isaías já havia advertido: “Ai dos que decretam leis injustas e dos escrivães que escrevem perversidade” (Isaías 10:1). A advertência ecoa em nossas instituições.

As gaiolas estão cheias. Não de pássaros, mas de propinas e contratos fraudulentos. Foi assim no mensalão, quando votos no Congresso foram comprados. Foi assim no petrolão, que drenou bilhões da maior estatal do país. E segue sendo assim no escândalo do INSS, em que quadrilhas desviaram benefícios de aposentados e pensionistas. O dinheiro que deveria sustentar os mais frágeis virou fonte de luxo para corruptos. Enquanto uns engordam, idosos enfrentam filas intermináveis. Jeremias tinha razão: “Engordam, estão nédios; até ultrapassam em obras malignas” (Jeremias 5:28).

E a justiça? No Brasil, ela pesa mais sobre os fracos. No episódio de 8 de janeiro, vimos condenações desproporcionais contra cidadãos comuns, como a mulher sentenciada a mais de 15 anos de prisão por rabiscar com batom uma estátua. A pena imposta a ela é maior do que a de muitos homicidas. Enquanto isso, corruptos que desviaram bilhões cumprem penas brandas ou conseguem brechas jurídicas. A Bíblia já alertava: “Não torcerás o juízo; não farás acepção de pessoas, nem tomarás suborno” (Deuteronômio 16:19). Mas o Brasil insiste em torcer a balança.

Esse é o retrato de uma nação adoecida: líderes que engordam na corrupção, instituições que punem seletivamente e um povo que chama de “jeitinho” aquilo que é, de fato, engano. Vivemos um ciclo de cinismo coletivo. Rimos das falcatruas, mas somos os pássaros presos dentro da gaiola. Esquecemos que “os lábios mentirosos são abominação ao Senhor” (Provérbios 12:22). O que parece vantagem é, na verdade, prisão espiritual e social.

Jeremias denunciou a podridão de sua geração, e sua voz atravessa os séculos. O Brasil precisa decidir se continuará sendo uma nação de casas cheias de engano e vazias de esperança, ou se terá coragem de romper com a mentira, escolhendo a verdade, a justiça e a dignidade como fundamentos. Como disse Jesus: “Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (João 8:32). Sem essa escolha, não haverá futuro livre nem para os governados, nem para os governantes.

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O céu reconhece os que não buscam aplausos


Vladimir Chaves

A história bíblica nos ensina que os verdadeiros escolhidos não constroem sua trajetória por meio de bajulações ou autopromoções, mas pela confiança firme no Deus que chama, sustenta e exalta no tempo certo.

Eliseu, ao seguir Elias, não buscou o favor humano, nem tentou manipular a situação para herdar sua posição. Pelo contrário, manteve-se fiel, servindo e acompanhando o profeta, até que Deus mesmo confirmou sua escolha concedendo-lhe porção dobrada do Espírito (2 Reis 2:9-15). Foi a fidelidade e não a bajulação que abriu caminho para a unção.

Da mesma forma, José não precisou se autopromover diante do faraó nem se vangloriar de seus dons. Foi no silêncio da prisão, na humilhação e na aparente derrota que Deus o moldou para governar. Quando chegou o tempo, o Senhor mesmo abriu as portas e o fez sentar-se no trono do Egito, para cumprir seus propósitos:

“Não fostes vós que me enviastes para cá, e sim Deus, que me pôs por pai de Faraó, e por senhor de toda a sua casa, e como governador em toda a terra do Egito” (Gênesis 45:8).

A Bíblia é clara: os escolhidos não vivem em busca de aplausos, pois sabem que a aprovação do Céu é suficiente.

“Porque não é aprovado quem a si mesmo se recomenda, mas aquele a quem o Senhor recomenda” (2 Coríntios 10:18).

Assim, quando Deus decide levantar alguém, nenhuma barreira humana pode impedir. Ele é Aquele que abre e ninguém fecha, e fecha e ninguém abre (Apocalipse 3:7). Nenhuma porta fechada pelo homem pode resistir ao decreto divino.

Portanto, o segredo não está em conquistar visibilidade diante dos homens, mas em permanecer fiel diante de Deus. O tempo de Deus é perfeito, e quando chega a hora, não há força contrária capaz de frustrar seu plano.

“Humilhai-vos, pois, debaixo da potente mão de Deus, para que, a seu tempo, vos exalte” (1 Pedro 5:6).

quarta-feira, 17 de setembro de 2025

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Cristo alcança os que o mundo ignora


Vladimir Chaves


Aqueles que o mundo despreza, Jesus busca. Nas ruas, nos becos, nos corações quebrantados e invisíveis aos olhos humanos, o Evangelho se revela em sua força mais pura. Mateus 5:3-4 nos lembra: “Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus. Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados.” Enquanto o mundo rejeita, Cristo alcança; onde há exclusão, Ele abre caminhos de redenção.

Evangelho que não confronta é ilusão. Conforto sem cruz é mentira. Muitos buscam uma fé que apenas acalme, sem exigir mudança real. Mas Jesus não nos chamou para sermos fãs, e sim discípulos. Lucas 14:27 é claro: “E qualquer que não levar a sua cruz e não vier após mim não pode ser meu discípulo.” Quem prega apenas alívio espiritual está pregando um Cristo domesticado.

A igreja enfrenta uma escolha: formar discípulos ou deixar que o mundo molde reféns. Romanos 12:2 diz: “Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente.” Um discípulo é corajoso, ativo e transformado; um refém é confortável e acomodado. A igreja verdadeira chama à conversão, confronta a superficialidade e molda vidas segundo Cristo.

Alcançar os excluídos é uma convocação radical. Amar os rejeitados, enfrentar o pecado e proclamar a verdade sem meias palavras. Marcos 16:15 nos lembra: “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura.” Não há neutralidade, não há conforto permanente: ou a igreja forma discípulos que transformam o mundo, ou o mundo continuará formando reféns sem esperança.

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Política, fiéis e Cristo – Qual deve ser a postura da igreja?


Vladimir Chaves

A vida cristã não pode estar dissociada da vida em sociedade. O apóstolo Paulo, em Romanos 13:7, já nos ensinava que devemos dar “a cada um o que lhe é devido: imposto a quem imposto, tributo a quem tributo, temor a quem temor, honra a quem honra”. Ou seja, a política faz parte da vida em sociedade e, por consequência, também da vida do cristão. Como sal e luz no mundo (Mt 5:13-16), o discípulo de Cristo é chamado a exercer influência em todos os âmbitos, inclusive no político, que molda leis, costumes e valores de uma nação.

A Escritura nos oferece exemplos de servos de Deus que atuaram em posições de governo: José, que como governador do Egito preservou vidas em tempos de crise; Ester, que como rainha da Pérsia intercedeu pelo seu povo; e Daniel, que mesmo em meio a impérios pagãos, permaneceu fiel e foi referência de integridade e sabedoria. Esses testemunhos mostram que a presença do justo em lugares de poder é não apenas legítima, mas necessária.

Infelizmente, durante muito tempo a omissão política da igreja evangélica abriu espaço para que ateus, ímpios e imorais ocupassem o poder, moldando leis e valores contrários à cultura judaico-cristã. Essa omissão não foi neutra, mas colaborou para a ascensão de ideologias e lideranças que afrontam a fé e a moral bíblica. Nos últimos anos, contudo, observa-se um amadurecimento: muitos cristãos têm despertado para a necessidade de participar e se posicionar. Mas ainda é preciso aprofundar a consciência política, aprendendo a distinguir entre vocação pública e politicagem, lembrando sempre que a atuação deve ser feita com temor a Deus.

O alerta de Paulo à igreja de Corinto permanece atual: “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis... que comunhão tem a luz com as trevas?” (2Co 6:14-15). Esse princípio nos chama à coerência. Não é aceitável apoiar políticos ou partidos cujas bandeiras afrontam diretamente as convicções cristãs, especialmente aqueles que defendem ideologias contrárias à fé, como o comunismo, que historicamente perseguiu a igreja e substituiu a confiança em Deus pela idolatria ao Estado.

Todavia, é igualmente necessário estabelecer limites éticos. O púlpito da igreja não é palanque eleitoral. O espaço de culto deve ser preservado para a adoração e a pregação da Palavra. Misturar campanha política com liturgia é desvirtuar a missão da igreja. Entretanto, líderes espirituais têm sim a responsabilidade de instruir os fiéis a observarem propostas, estatutos partidários e trajetórias de candidatos sob a ótica bíblica, lembrando da advertência de Isaías 5:20: “Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem mal”.

Outro ponto essencial é não depositar a esperança em políticos. Ainda que Deus levante homens e mulheres íntegros para governar, a confiança final do cristão jamais deve se deslocar de Cristo. Nossa identidade é espiritual, e perder isso é cair na idolatria política. A atuação política deve ser exercida com discernimento, equilíbrio e sabedoria, reconhecendo que a igreja não pode se ausentar da arena pública, mas também não pode confundir missão espiritual com militância partidária.

Portanto, a igreja é chamada a ocupar seu espaço na sociedade, influenciando-a positivamente, sem negociar seus valores eternos nem ceder ao pragmatismo. Cabe ao cristão ser voz profética, critério de luz em meio às trevas, exemplo de integridade e esperança. Afinal, somente quando a política é iluminada pela fé é que ela deixa de ser instrumento de corrupção e se torna instrumento de justiça.

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Assim foi e assim continuará: quem produz sempre incomoda.


Vladimir Chaves

A Bíblia mostra claramente que a vida frutífera do cristão não passa despercebida. O verdadeiro discípulo de Cristo, ao produzir frutos que glorificam a Deus, inevitavelmente desperta incômodo em um mundo que prefere a esterilidade espiritual.

Jesus afirmou: “Eu sou a videira verdadeira, e o meu Pai é o agricultor. Todo ramo que, estando em mim, não der fruto, ele o corta; e todo que dá fruto limpa, para que produza mais fruto ainda.” (João 15:1-2)

Ou seja, quem está em Cristo não pode viver uma vida infrutífera. O fruto é sinal de vida espiritual. Mas exatamente por produzir fruto, o cristão se torna alvo de resistência, críticas e até perseguições.

Paulo disse a Timóteo: “Ora, todos quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos.” (2 Timóteo 3:12)

Esse incômodo não vem apenas do mundo, mas também de pessoas religiosas. José, por exemplo, foi odiado pelos irmãos por ser alguém com sonhos e propósito (Gênesis 37:4-5). Da mesma forma, Daniel foi perseguido não por viver em pecado, mas porque sua excelência incomodava os adversários (Daniel 6:3-4).

Produzir incomoda porque:

Revela contraste: A luz sempre incomoda as trevas. Jesus declarou: “E a condenação é esta: a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más.” (João 3:19)

Exige mudança: A vida frutífera denuncia a esterilidade alheia. Quem não produz prefere atacar quem produz, em vez de se arrepender.

Mostra fidelidade: A fidelidade ao Senhor traz frutos que incomodam quem vive apenas de aparência.

Contudo, Jesus nos anima: “Nisto é glorificado meu Pai, que deis muito fruto; e assim sereis meus discípulos.” (João 15:8)

Portanto, se a sua vida em Cristo tem causado incômodo, não desanime. Isso é sinal de que você está produzindo frutos que glorificam a Deus. O incômodo é inevitável, mas o fruto permanece para a eternidade.

“De modo que nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá o crescimento.” (1 Coríntios 3:7)

terça-feira, 16 de setembro de 2025

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A emoção que engana e o perigo da ignorância no coração


Vladimir Chaves

Muitos cristãos vivem uma fé limitada à emoção. Sentem o coração arder nos cultos, cantam, louvam e se emocionam, mas ao primeiro desafio ou tentação da semana, tropeçam e se desviam. Esse é o cristão espiritualmente cego: aquele que confunde sentimento com convicção. Paulo nos alerta: “Oro também para que os olhos do coração de vocês sejam iluminados, a fim de que conheçam a esperança para a qual ele os chamou” (Efésios 1:18).

A cegueira espiritual não se mede pela frequência à igreja ou pela leitura da Bíblia, mas pelo coração que não obedece. Ló escolheu as planícies férteis de Sodoma, encantado pelo que via, mas não percebeu que conduzia sua família à destruição (Gênesis 13:10-13). Muitos trocam o eterno pelo imediato, vendendo a alma por prazeres passageiros e justificando suas escolhas com palavras bonitas.

O diabo não precisa arrancar a Bíblia de suas mãos; basta embaçar seus olhos espirituais, fazendo com que você leia sem ver ou veja e não compreenda. Ele não precisa transformar alguém em ateu; basta mantê-lo cego dentro da igreja. Isaías 59:10 descreve essa realidade: “Nós andávamos às cegas, todos nós, sem visão; caminhávamos como se estivéssemos tateando às mãos, guiando-nos como os cegos; todos nós tropeçávamos a cada passo.”

Abrir os olhos do coração é uma decisão que exige obediência e arrependimento. Quem enxerga espiritualmente discerne entre o certo e o errado e resiste às seduções do mundo (Efésios 5:15-17). Não adianta cantar santidade no domingo e ceder ao pecado na segunda-feira; essa duplicidade só prolonga a queda.

A verdade é direta: ou você pede a Deus para abrir seus olhos agora, ou continuará tropeçando nas mesmas armadilhas, confundindo o mal com o bem e o bem com o mal. Salmos 119:105 nos lembra: “Lâmpada para os meus pés é a tua palavra e luz para o meu caminho.” Sem essa luz, cada escolha é um risco. A fé verdadeira se mede pela obediência diária e coragem de seguir a luz que salva.

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Não despreze o material que Deus trouxe


Vladimir Chaves

Em Êxodo 25, Deus ordenou a Moisés que o povo trouxesse ofertas para a construção do tabernáculo, o lugar onde Ele habitaria entre eles: “E me farão um santuário, e habitarei no meio deles” (Êxodo 25:8). O tabernáculo seria erguido com materiais preciosos, trabalhados por homens que receberam habilidade do Espírito para transformar matéria bruta em algo digno da presença do Senhor.

No Novo Testamento, essa realidade aponta para a igreja. Hoje, o santuário não é feito de madeira, ouro ou pedras, mas de vidas compradas pelo sangue de Cristo. Paulo lembra: “Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?” (1 Coríntios 3:16). Cada pessoa que chega à igreja é uma “pedra viva”, parte do templo que Deus edifica.

Essas vidas, porém, não chegam prontas. São pedras brutas, cheias de marcas e imperfeições. A missão da igreja é lapidá-las com amor e paciência, revelando nelas o brilho de Cristo. Assim como no passado Deus deu dons a Bezalel e Aoliabe para trabalhar o tabernáculo (Êxodo 31:1-6), hoje Ele capacita os seus servos para cuidarem de cada alma com sabedoria.

O erro de muitos é julgar o material que chega, esquecendo que cada vida foi adquirida por Cristo: “Porque fostes comprados por bom preço” (1 Coríntios 6:20). Se a lapidação não acontece, a culpa não é da pedra, mas do artífice que não soube usar a ferramenta certa: o amor. O papel da igreja não é selecionar os melhores, mas acolher todos os que Deus traz.

Portanto, o verdadeiro santuário que Deus está construindo hoje não são paredes de pedra, mas corações restaurados. Cabe à igreja amar, lapidar e preparar esses materiais vivos, lembrando sempre que a obra é de Cristo. Quem rejeita ou despreza vidas, constrói templos de pedra, mas não participa do templo eterno que o Senhor edifica para Si.

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O espírito e a edificação nos tempos finais


Vladimir Chaves

Nos tempos finais, a vida cristã exige mais do que fé; exige sensibilidade ao Espírito Santo. Pois a verdadeira edificação da Igreja não depende apenas de atividades externas, mas da ação transformadora do Espírito em nossas vidas.

Quando confiamos em nossas próprias forças, corremos o risco de perder a direção divina. É o Espírito Santo quem fortalece, orienta e capacita os cristãos a permanecer firmes na fé e a cumprir a missão de testemunhar o evangelho, mesmo em meio aos desafios do mundo atual.

Este é um convite para refletirmos: como está nossa relação com o Espírito Santo? Estamos atentos à Sua direção? A oração, a obediência e a sensibilidade ao Seu mover são essenciais para que a Igreja esteja preparada para a volta de Cristo.

segunda-feira, 15 de setembro de 2025

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A igreja que canta muito, mas adora pouco


Vladimir Chaves

Há tempos em que a linha que separa o sagrado do profano vem sendo diluída de forma preocupante. O que deveria ser reverenciado como expressão exclusiva de culto a Deus vem sendo relativizado e transformado em entretenimento. A Bíblia é clara ao nos alertar: “Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento” (Romanos 12:2). No entanto, vemos a igreja se adaptando cada vez mais às exigências da cultura, perdendo a distinção que deveria marcá-la como povo santo.

Um dos sinais mais evidentes dessa descaracterização está no louvor congregacional. Corinhos simples e espirituais, outrora cantados com devoção, recebem roupagens de forró, frevo, samba, axé e até rock. O que deveria edificar torna-se apenas ritmo contagiante, confundindo emoção com adoração. Paulo já advertia: “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas convêm; todas as coisas me são lícitas, mas nem todas edificam” (1 Coríntios 10:23). Ao ignorar essa verdade, substituímos a edificação espiritual pelo mero prazer estético.

Esse problema se agrava ainda mais quando pensamos nas novas gerações. Crianças que deveriam ser ensinadas a valorizar a riqueza espiritual da Harpa Cristã (patrimônio de fé que moldou a devoção de nossos pais) são incentivadas a cantar músicas moldadas em ritmos profanos. A consequência é clara: cresce uma geração que não reconhece o valor da herança espiritual recebida. A Palavra, no entanto, ensina: “Instrui o menino no caminho em que deve andar, e até quando envelhecer não se desviará dele” (Provérbios 22:6).

Ao transformar o louvor em espetáculo e o culto em palco de entretenimento, perde-se o foco da verdadeira adoração. Canta-se muito, mas adora-se pouco; emociona-se a carne, mas não se quebranta o espírito. Jesus advertiu a respeito dessa falsa adoração ao dizer: “Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim” (Mateus 15:8). É exatamente isso que acontece quando a igreja se deixa seduzir por estilos mundanos em vez de preservar a reverência devida ao Senhor.

É urgente recuperar a essência da adoração, devolvendo ao culto sua centralidade em Deus. Precisamos resgatar o valor da Harpa Cristã, da simplicidade do louvor e do temor ao Senhor, para que nossas canções sejam ofertas santas e não espetáculos profanos. Como diz o salmista: “Cantai ao Senhor um cântico novo; cantai ao Senhor, todos os moradores da terra” (Salmo 96:1). Só assim a igreja poderá se distinguir do mundo e oferecer a Deus um culto que seja em espírito e em verdade (João 4:24).

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A ética Cristã


Vladimir Chaves

A ética cristã é o campo da teologia que orienta a conduta do crente a partir da revelação divina. Diferente da ética filosófica, que se baseia em consensos humanos e mutáveis, a ética cristã tem como fundamento absoluto a Palavra de Deus, que permanece para sempre (Mt 24:35). O apóstolo Paulo, em 1 Coríntios 10:23, afirma que todas as coisas são lícitas, mas nem todas convêm ou edificam, mostrando que a liberdade cristã é regulada pela santificação, pelo amor e pela responsabilidade diante de Deus e da comunidade.

Desde o Antigo Testamento, a ética do povo de Deus está ligada à obediência a princípios imutáveis. O Decálogo (Êx 20:1-17) expressa a lei moral divina; os profetas denunciaram injustiça e idolatria, chamando à fidelidade; e no Novo Testamento, o Sermão do Monte (Mt 5–7) apresenta o mais alto ideal moral, abordando temas como pureza, perdão, generosidade e amor. Os Evangelhos mostram Cristo como modelo de vida santa (Mc 10:42-45), enquanto as epístolas aplicam os princípios do Reino às relações familiares, sociais e espirituais, destacando que a nova vida no Espírito substitui as obras da carne (Cl 3:5; Gl 5).

A ética cristã é também escatológica: projeta a vida presente à luz do Reino vindouro. A história bíblica mostra que a desobediência à lei moral trouxe juízo a Israel, e essa advertência permanece atual. Em tempos de relativismo e distorções da graça, a Igreja é chamada a permanecer firme, lembrando que toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para instruir em justiça (2 Tm 3:16-17).

Assim, a ética cristã não é mero código de normas, mas expressão prática da fé em Cristo. Ela chama o cristão a ser sal da terra e luz do mundo (Mt 5:13-14), vivendo em santidade e testemunhando que os princípios imutáveis da Palavra continuam sendo o fundamento seguro para uma vida justa, santa e cheia de amor.

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As ressurreições que revelam o poder de Deus


Vladimir Chaves

Ao longo da Bíblia, encontramos registros de pessoas ressuscitadas como testemunho do poder de Deus sobre a vida e a morte. Todas voltaram à vida comum e morreram novamente. Somente Jesus venceu a morte de forma definitiva, inaugurando a esperança da ressurreição eterna para todos os que creem.

Ressurreições no Antigo Testamento

Filho da viúva de Sarepta

Quem realizou: Elias

Referência: 1 Reis 17:17-24

Mostra o cuidado de Deus em tempos de fome e reafirma o papel do profeta como porta-voz do Senhor.

Filho da sunamita

Quem realizou: Eliseu

Referência: 2 Reis 4:32-37

Reafirma que a vida pertence ao Senhor e que Deus cumpre suas promessas aos fiéis.

Homem lançado na sepultura de Eliseu

Quem realizou: Deus, através dos ossos de Eliseu

Referência: 2 Reis 13:21

Demonstra que o poder de Deus é maior que a morte, mesmo após a morte do profeta.

Ressurreições nos Evangelhos

Filha de Jairo

Quem realizou: Jesus

Referência: Marcos 5:35-43

Revela a autoridade de Cristo sobre a morte e fortalece a fé em momentos de luto.

Filho da viúva de Naim

Quem realizou: Jesus

Referência: Lucas 7:11-17

Mostra a compaixão de Cristo e o poder do Reino de Deus em favor dos aflitos.

Lázaro

Quem realizou: Jesus

Referência: João 11:1-44

Confirma que Jesus é “a ressurreição e a vida” e antecipa Sua própria vitória sobre a morte.

A Ressurreição de Cristo

Jesus Cristo

Quem realizou: Deus Pai, pelo Espírito Santo

Referência: Mateus 28; Marcos 16; Lucas 24; João 20

Jesus ressuscitou com corpo glorificado, tornando-se o primogênito dentre os mortos e inaugurando a vida eterna para todos que creem.

Ressurreições na Igreja Primitiva

Tabita

Quem realizou: Pedro

Referência: Atos 9:36-41

Mostra o cuidado de Deus com sua igreja e recompensa o serviço fiel.

Êutico

Quem realizou: Paulo

Referência: Atos 20:9-12

Demonstra a continuidade do poder de Deus operando através dos apóstolos e fortalece a fé da comunidade.

Um acontecimento singular

Muitos santos ressuscitados em Jerusalém

Quem realizou: Deus, após a vitória de Cristo

Referência: Mateus 27:52-53

Mostra que a vitória de Jesus sobre a morte teve efeitos imediatos e cósmicos, inaugurando uma nova era.

Todas as ressurreições bíblicas apontam para a maior de todas: a de Jesus Cristo. Ele abriu o caminho da vida eterna, garantindo que todos os que creem n’Ele experimentarão a mesma vitória sobre a morte, com corpos incorruptíveis na presença de Deus.

 

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Vigiai e tende azeite


Vladimir Chaves

Não basta ter a lâmpada; é preciso também ter o azeite. O brilho pode enganar, mas apenas a reserva sustenta até o fim. Como Jesus disse em Mateus 25:4, “as prudentes levaram azeite em suas vasilhas, com as suas lâmpadas”. A luz que impressiona não garante resistência; o que nos mantém firmes é a intimidade com Deus, cultivada em oração, Palavra e obediência silenciosa.

O azeite simboliza a presença do Espírito, aquela força que nos sustenta nas longas noites, quando tudo parece escuro. A fé verdadeira não se revela na aparência, mas na perseverança e na profundidade do coração que permanece aceso, mesmo quando ninguém vê.

Que possamos viver com lâmpadas acesas e azeite suficiente, conscientes de que o brilho passageiro não salva, mas a reserva interior nos mantém firmes até o encontro com o Senhor. Como Ele prometeu: “Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida” (João 8:12).

domingo, 14 de setembro de 2025

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A urgência dos tempos finais preparem-se para a volta de Cristo


Vladimir Chaves

Os sinais dos tempos finais já se manifestam claramente aos nossos olhos. Guerras, pestes, fome, crises espirituais, o esfriamento do amor e a multiplicação da iniquidade confirmam o cumprimento das profecias descritas em Apocalipse e nas palavras de Jesus em Mateus 24. Esses acontecimentos são um alerta para a Igreja se preparar para a volta de Cristo.

Diante desse cenário, Deus não espera uma igreja apática, mas uma igreja fervorosa. Ele deseja um povo cheio do Espírito, que viva com ardor, consagração e zelo. Não há espaço para a mornidão espiritual, pois Jesus advertiu que os mornos seriam rejeitados (Ap 3:16). A fé deve ser viva, ardente e perseverante.

A Escritura revela que, nos tempos finais, o Espírito Santo atuará com intensidade plena. Em Apocalipse, Ele é chamado de os sete Espíritos de Deus (Ap 1:4; 4:5), simbolizando perfeição e plenitude. As sete tochas de fogo representam o Espírito sete vezes intensificado, capacitando a Igreja a permanecer firme diante da crescente iniquidade.

Se a iniquidade aumenta em proporções assustadoras, é indispensável que intensifiquemos nossa vida no Espírito. Sem oração fervorosa, estudo diário da Palavra e uma vida marcada pela entrega total, não conseguiremos resistir. O mundo caminha para a decadência total, mas, em meio à escuridão, a Igreja será edificada e sustentada pelo poder do Espírito Santo.

Por isso, somos chamados a uma comunhão mais intensa com Deus. O Espírito deseja aquecer nossos corações e nos manter vigilantes. A vitória contra a apostasia só será possível para aqueles que se enchem continuamente do Espírito. O Senhor está às portas; que sejamos encontrados fiéis, cheios de fervor, santidade e esperança na volta gloriosa de Cristo.

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