Brasília viveu um dia
histórico. Na noite em que a Câmara dos Deputados aprovou a urgência do projeto
de anistia aos presos políticos do 8 de janeiro, não foi apenas o tabuleiro
político que se mexeu — foi o próprio reino das trevas que sentiu o impacto. O
placar, 311 votos favoráveis contra 163 contrários, soou como um trovão em meio
ao silêncio da injustiça. Foi mais que um movimento parlamentar; foi um recado
claro de que parte do Legislativo não aceita a perseguição cega e
desproporcional contra cidadãos que hoje pagam penas superiores a criminosos de
alta periculosidade.
Se no mundo visível
deputados levantavam seus “cartões de voto”, no mundo espiritual demônios
urravam. Os que se alimentam da dor alheia, que se regozijam com famílias
destruídas e com a criminalização de um protesto, reagiram em fúria. Como disse
o profeta Isaías: “Ai dos que decretam leis injustas, dos que escrevem decretos
de opressão, para privar os pobres dos seus direitos e para com violência
arrebatar o direito dos aflitos do meu povo” (Isaías 10:1-2). Não é à
toa que o resultado da votação gerou tanto ranger de dentes entre aqueles que
veem na condenação em massa uma forma de vingança política.
Para maioria dos
brasileiros, as sentenças proferidas após o 8 de janeiro não obedeceram ao
espírito de justiça, mas ao de exemplaridade forçada. A prova mais gritante
disso foi a condenação de uma mulher por ter rabiscado com batom uma estátua —
símbolo de que a balança da justiça foi trocada por um porrete ideológico.
Contudo, como lembra o salmista: “Pois o Senhor ama a justiça e não desamparará
os seus santos” (Salmo 37:28). O clamor que sobe dos lares atingidos por
essas decisões encontra eco nos céus, e a resposta começa a se manifestar no
cenário político.
É claro que a batalha está
longe do fim. A aprovação da urgência não significa a vitória final, mas abre
caminho para que o projeto de anistia seja debatido e, possivelmente, aprovado.
Os que hoje celebram sabem que cada passo será contestado por aqueles que, como
os fariseus de outrora, “coam um mosquito, mas engolem um camelo” (Mateus
23:24), ou seja, punem com severidade desproporcional pequenos atos
enquanto fecham os olhos para escândalos de corrupção bilionária que
dilapidaram o país.
No entanto, o povo que crê
não esmorece. Nas igrejas, nas casas e nas ruas, há uma multidão que continua
intercedendo, porque entende que a verdadeira vitória não está nos números da
votação, mas na fidelidade de Deus em ouvir o clamor dos que são injustiçados.
“Se Deus é por nós, quem será contra nós?” (Romanos 8:31). A sessão de
ontem foi apenas a primeira de muitas batalhas. A guerra ainda está em curso,
mas um recado já foi dado: quando o povo de Deus se levanta em oração e quando
a política ecoa a justiça, até o inferno treme.





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