Há tempos em que a linha que
separa o sagrado do profano vem sendo diluída de forma preocupante. O que
deveria ser reverenciado como expressão exclusiva de culto a Deus vem sendo
relativizado e transformado em entretenimento. A Bíblia é clara ao nos alertar:
“Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso
entendimento” (Romanos 12:2). No entanto, vemos a igreja se adaptando
cada vez mais às exigências da cultura, perdendo a distinção que deveria
marcá-la como povo santo.
Um dos sinais mais evidentes
dessa descaracterização está no louvor congregacional. Corinhos simples e
espirituais, outrora cantados com devoção, recebem roupagens de forró, frevo,
samba, axé e até rock. O que deveria edificar torna-se apenas ritmo
contagiante, confundindo emoção com adoração. Paulo já advertia: “Todas as
coisas me são lícitas, mas nem todas convêm; todas as coisas me são lícitas,
mas nem todas edificam” (1 Coríntios 10:23). Ao ignorar essa verdade,
substituímos a edificação espiritual pelo mero prazer estético.
Esse problema se agrava
ainda mais quando pensamos nas novas gerações. Crianças que deveriam ser
ensinadas a valorizar a riqueza espiritual da Harpa Cristã (patrimônio de fé
que moldou a devoção de nossos pais) são incentivadas a cantar músicas moldadas
em ritmos profanos. A consequência é clara: cresce uma geração que não
reconhece o valor da herança espiritual recebida. A Palavra, no entanto,
ensina: “Instrui o menino no caminho em que deve andar, e até quando envelhecer
não se desviará dele” (Provérbios 22:6).
Ao transformar o louvor em
espetáculo e o culto em palco de entretenimento, perde-se o foco da verdadeira
adoração. Canta-se muito, mas adora-se pouco; emociona-se a carne, mas não se
quebranta o espírito. Jesus advertiu a respeito dessa falsa adoração ao dizer:
“Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim” (Mateus
15:8). É exatamente isso que acontece quando a igreja se deixa seduzir por
estilos mundanos em vez de preservar a reverência devida ao Senhor.
É urgente recuperar a
essência da adoração, devolvendo ao culto sua centralidade em Deus. Precisamos
resgatar o valor da Harpa Cristã, da simplicidade do louvor e do temor ao
Senhor, para que nossas canções sejam ofertas santas e não espetáculos profanos.
Como diz o salmista: “Cantai ao Senhor um cântico novo; cantai ao Senhor, todos
os moradores da terra” (Salmo 96:1). Só assim a igreja poderá se
distinguir do mundo e oferecer a Deus um culto que seja em espírito e em
verdade (João 4:24).
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