Produtores de Cachaça lançam Manifesto pela igualdade tributária durante a 4ª edição do Brasil Cachaças


Vladimir Chaves


No documento, os produtores defendem a Reforma Tributária, mas alertam para os impactos negativos que o atual texto em discussão pelo Senado Federal terá sobre toda a cadeia produtiva, que gera mais de 600.000 empregos diretos e indiretos. Durante o evento, os visitantes poderão conhecer a íntegra do Manifesto e tirar dúvidas no stand do Instituto Brasileiro da Cachaça (IBRAC).

O Manifesto é uma realização do IBRAC e conta com o apoio de várias entidades da cadeia produtiva da Cachaça de todo o Brasil.

O que diz o Manifesto

O Manifesto da Cachaça defende a igualdade tributária no Imposto Seletivo de bebidas alcoólicas e apela ao Senado Federal que revise o texto de regulamentação da Reforma Tributária, alterado pela Câmara dos Deputados, especialmente no que se refere ao Imposto Seletivo sobre bebidas alcoólicas, que prejudicará o destilado típico e tradicional do Brasil. Isso significa a exclusão do parágrafo 4º, do art. 419, do Projeto de Lei Complementar 68/2014 aprovado pela Câmara dos Deputados, voltando ao texto original enviado pelo Senado.

Segundo Carlos Lima, presidente do Instituto Brasileiro da Cachaça (IBRAC), as mudanças promovidas na reta final da tramitação e poucos minutos antes da votação na Câmara dos Deputados pioram o já distorcido sistema tributário brasileiro aplicado às bebidas alcoólicas. Para ele, a inclusão de uma diferenciação de produtos com base no teor alcoólico, na aplicação da alíquota ad valorem do Imposto Seletivo introduzida pela Câmara, beneficiará a cerveja, que representa 90% do consumo de bebidas alcoólicas do Brasil, enquanto prejudicará diretamente a cadeia produtiva da Cachaça, um produto genuinamente brasileiro.

A mudança na proposta original do Executivo, com a introdução de um parágrafo de última hora do início da votação prevendo que a alíquota ad valorem possa ser específica por categoria e possa ser progressiva por teor alcoólico, tem gerado preocupação entre os produtores de Cachaça, que enfrentam uma carga tributária desproporcional. “A percepção que temos é que a proposta aprovada pela Câmara tenta forçar uma diferenciação entre as bebidas dentro da tributação ad valorem, que pode acabar por beneficiar desproporcionalmente a cerveja e colapsando o setor da Cachaça, principalmente”, destaca.

Lima também alerta: “se utilizarmos como referência as já distorcidas alíquotas nominais de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), o setor paga cerca de quatro vezes mais impostos do que a cerveja. Esse desequilíbrio representa um desafio significativo para a sobrevivência da Cachaça e, caso o Senado Federal não altere o texto aprovado pela Câmara dos Deputados, excluindo o parágrafo 4º, do art. 419, do Projeto de Lei Complementar 68/2024, esse desequilíbrio continuará. A falta de tratamento igualitário na tributação de bebidas alcoólicas no Brasil, há anos impacta negativamente o setor produtivo da Cachaça. Neste momento de discussão da Reforma Tributária, é crucial que o Brasil dê tratamento igualitário às bebidas alcoólicas e que o setor da Cachaça não seja ainda mais prejudicado”, frisa.

O documento defende ainda que, em um cenário que considere o fim dos atuais privilégios existentes para algumas categorias de bebidas alcoólicas, micro e pequenos produtores tenham um tratamento diferenciado no Imposto Seletivo.

Entenda a proposta de tributação

Durante as discussões da regulamentação da Reforma Tributária, o Executivo apresentou uma proposta que combinava em um modelo híbrido de tributação, uma alíquota Ad valorem e uma específica.

Ad valorem: tributação baseada no valor do produto. Por exemplo, um percentual fixo do preço de venda.

Específica: tributação baseada na quantidade de álcool puro (teor alcoólico da bebida multiplicado pelo tamanho do vasilhame).

No entanto, a Câmara dos Deputados alterou a proposta para permitir que a alíquota ad valorem aplicada às bebidas alcoólicas possa ser específica por categoria e, ainda, progressiva por teor alcoólico.

O presidente do IBRAC reforça ainda que a alteração feita pela Câmara dos Deputados distorce o princípio que norteia a aplicação e a lógica de uma tributação ad valorem.  “A alíquota ad valorem consiste na aplicação de um percentual sobre o valor do bem. A proposta da Câmara prevê que essa alíquota possa ser diferenciada por categoria e, ainda, progressiva em função do teor alcoólico. No entanto, alíquotas ad valorem não deveriam considerar outros atributos que não o valor dos bens. A consideração de outros atributos, no caso da alteração aprovada (o teor alcoólico), é típica da tributação ad rem. Vale ainda lembrar que uma lata de cerveja, uma taça de vinho, uma dose de Cachaça ou destilado têm a mesma quantidade de álcool puro. Além disso, não existe uma bebida da moderação e, sim, a prática da moderação.” explica.

 Risco para a saúde do consumidor 

O Manifesto também destaca que alíquotas diferenciadas de acordo com o teor alcoólico podem promover o consumo excessivo de bebidas com menor teor alcoólico, o que representa um risco para a saúde do consumidor. “O que pedimos ao Poder Público e à sociedade é que se mantenha o texto original do Executivo, que não previa para a cobrança ad valorem alíquotas específicas por categorias, nem aplicação de alíquotas por teor alcoólico. É essencial garantir uma tributação igualitária para todas as bebidas alcoólicas e evitar o colapso de um setor vital para o Brasil”, enfatiza Carlos Lima.

Setor Produtivo

De acordo com o Anuário da Cachaça 2024 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), em 2023 o Brasil contou com 10.526 marcas de Cachaça e 1.217 cachaçarias registradas.  A cadeia produtiva abrange desde a produção da cana-de-açúcar até a comercialização em bares e restaurantes, gerando mais de 600 mil empregos diretos e indiretos.

terça-feira, 22 de outubro de 2024

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Lei obriga empresas facilitarem atendimento para cancelamento de serviços na Paraíba


Vladimir Chaves


A partir do dia 21 de dezembro deste ano, as empresas paraibanas – prestadoras de serviço público ou de utilidade pública, inclusive instituições financeiras – estão obrigadas a dispor de atendimento integral para facilitar o processo de contratação ou cancelamento de produtos e serviços em seus estabelecimentos. A iniciativa tem como finalidade coibir artifícios para evitar o cancelamento.

A lei 13.421/2024, de autoria do deputado Wallber Virgolino, foi promulgada pelo presidente da ALPB, Adriano Galdino, e publicada no Diário Oficial do Estado desta terça-feira (22).

Entende-se por atendimento integral a possibilidade de o consumidor contratar, cancelar e/ou desistir de qualquer espécie de contrato, produto ou serviço, de forma pessoal e direta, em locais de atendimento.

“Um dos meios artificiosos para manter as contratações indesejadas é condicionar o cancelamento a um único meio, seja telefone, internet ou atendimento presencial. Não são raros os casos de negligência, mal atendimento, falhas, cancelamento de horários ou exposição do contratante a esperas exaustivas. A precariedade do atendimento faz com que os clientes acabem desistindo do cancelamento, fato que beneficia maus empresários”, alertou Wallber Virgolino, autor da proposta.

Assim, de acordo com a lei, as empresas que dificultarem o cancelamento ou contratação de qualquer serviço ou produto estará sujeita à multa de 50 UFR-PB (cerca de R$ 3,3 mil).

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Pesquisa Real Time Big Data aponta empate técnico entre Bruno Cunha Lima e Jhony Bezerra.


Vladimir Chaves


Pesquisa do instituto Real Time Big Data sobre as intenções de voto para a Prefeitura de Campina Grande (PB) divulgada nesta terça-feira (22) mostra um empate técnico no limite da margem de erro entre o prefeito Bruno Cunha Lima (União Brasil), com 48%, e Dr. Jhony (PSB), com 42%.

O resultado foi constatado no levantamento estimulado, quando os nomes dos candidatos são  apresentada aos eleitores. Veja:

Bruno Cunha Lima (União Brasil): 48%

Dr. Jhony (PSB): 42%

Nulo/Branco: 6%

NS/NR: 4%

Considerando os votos válidos (quando são excluídos os brancos e nulos), Bruno Cunha Lima tem 53%, e Dr. Jhony, 47%.

O levantamento foi encomendado pela RECORD e ouviu 1.000 pessoas, entre os dias 19 e 21 de outubro. A margem de erro é de 3 pontos percentuais, para mais ou para menos. A pesquisa, registrada no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) sob o número PB-03761/2024, tem um nível de confiança de 95%.

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Ex-presidente peruano Alejandro Toledo é condenado a 20 anos de prisão por corrupção no caso Odebrecht


Vladimir Chaves


A Justiça peruana condenou a 20 anos e seis meses de prisão o ex-presidente Alejandro Toledo, após considerá-lo culpado de receber propinas milionárias da construtora brasileira Odebrecht em troca de contratos com o seu governo (2001-2006).

"Este colegiado assume o pedido feito pela Promotoria de 20 anos e seis meses de prisão para o senhor Alejandro Toledo Manrique", anunciou a Suprema Corte em uma audiência na qual o ex-mandatário de 78 anos esteve presente.

Preso desde 2023 em uma prisão especial em Lima, Toledo recebeu calmamente o veredicto que o considerou culpado de conluio e lavagem de dinheiro por ter recebido US$ 35 milhões da Odebrecht.

De acordo com a sentença, o ex-presidente aceitou os subornos em troca de licitações para construir duas seções da rodovia Interoceânica Sul, que liga a costa do Pacífico do Peru à costa atlântica do Brasil.

O tribunal de três membros, presidido pela juíza Zaida Pérez, condenou Toledo a nove anos por conluio e 11 anos e seis meses por lavagem de dinheiro.

Toledo, que alega sofrer de câncer e problemas cardíacos, é o primeiro dos quatro ex-presidentes peruanos investigados no escândalo de corrupção da Odebrecht a ser condenado pela Justiça.

De acordo com os promotores, o esquema da Odebrecht no Peru também envolveu Alan García (2006-2011), que se suicidou em 2019 antes de ser preso, Ollanta Humala (2011-2016) e Pedro Pablo Kuczynski (2016-2018).

A sentença foi lida em uma audiência no tribunal adjacente à pequena prisão para ex-presidentes a leste de Lima, onde Toledo está detido há 18 meses em prisão preventiva desde que foi extraditado dos Estados Unidos em abril de 2023. 

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Sem limites e sem regras: os desafios da permissividade parental


Vladimir Chaves



Por Esther Cristina Pereira,

Vivemos em um tempo de muitos conflitos na educação, na política, nas famílias, nas relações e nos pensamentos. Há alguns anos atrás, a lei e as regras eram voltados para todos. Todos as seguiam sem ao menos cogitar um caminho diferente do que era estabelecido pela sociedade e considerado como correto. Se eu, quando criança, quebrasse o vidro da janela do meu vizinho com uma pedrada, ele poderia chamar a minha atenção e meu pai ou minha mãe, certamente, me dariam um castigo. Já o custo do conserto, com certeza sairia da minha mesada.

Agora, se eu fosse criança nos dias de hoje e quebrasse o vidro da janela do meu vizinho, ele não poderia chamar a minha atenção, pois isso poderia ser motivação para um processo de danos morais. Certamente, meus pais não achariam positivo uma pessoa estranha falando de forma severa comigo e, ainda, pensariam na possibilidade de não pagar o vidro quebrado, pois haveria uma justificativa para tal.

Nesse cenário hipotético, percebemos uma mudança de paradigma, uma transformação que impacta diretamente o comportamento e o desenvolvimento das crianças dentro do ambiente escolar. A permissividade dos pais diante das situações do cotidiano na escola e em casa geram no estudante uma visão de mundo deturpada e que dificilmente pode ser alterada.

Dentro de casa, precisamos lembrar que as regras existem, mas que transitam entre dois polos: os posicionamentos da mãe e os do pai. Com rotinas atribuladas, é raro que ambos se reúnam para definir o ponto em comum, o lado a ser seguido. Assim, a criança, com sua capacidade perceptiva de analisar os posicionamentos dos adultos e a relação entre os membros da família, determina individualmente uma forma de funcionamento que se complica em demasia quando passa a conviver socialmente em outros ambientes e, principalmente, na escola, que é o primeiro núcleo frequentado depois da família.

No ambiente escolar, o sofrimento dessa criança que chega sem freios para o convívio social é imenso, pois ela se depara com um espaço delimitador, com outros seres humanos empoderados assim como ela e com adultos que não aceitam certos comportamentos. Esse choque gera sofrimento e estresse, inclusive, para os que trabalham na linha de frente: os professores e todos os profissionais da educação. Afinal, na escola, do porteiro ao cozinheiro, todos educam.

Ao se deparar com o primeiro meio social, sem os pais presentes, o estudante pode ter dificuldade e, até mesmo, gerar uma repulsa em relação a regras, ao correto, à prática da empatia e a inúmeras outras situações. Por isso, se faz necessário que adultos que têm crianças em casa eduquem esses indivíduos para conviver com regras e como parte de uma sociedade regrada.

Não é possível educar um ser humano aos quatro anos. A educação é feita no cotidiano, desde o seu nascimento, estabelecendo pequenas normas como, por exemplo, horários de mamadas, horários de sono e diálogo frequente, mesmo sem resposta nos primeiros anos. Os pais precisam ter compreensão de que aquele bebê está formando sua personalidade e sua maneira de ver o mundo desde seu primeiro dia de vida.

Precisamos relembrar a máxima de que a escola não educa, quem educa é a família. O plantio da boa educação envolve inúmeros fatores, sentimentos, sensações e, principalmente, conquistas. Mas até lá, muitas vezes, a jornada da educação pode doer tanto para quem educa quanto para quem está sendo educado. Por esse motivo, muitos deixam de educar e perdem a oportunidade preciosa de contribuir para uma transformação real nas novas gerações.

A educação se dá, em grande parte do tempo, pelo exemplo. Nós somos os adultos e é nossa a responsabilidade de educar com palavras e com ações. As cobranças, as regras e as exigências fazem parte do processo educativo. Independentemente da idade, as crianças têm, desde cedo, uma capacidade enorme de absorção de informações e de entendimento. É assim que vemos frequentemente crianças pequenas reproduzindo as atitudes dos pais com extrema fidelidade.

Seja na escola, em consultas com especialistas de fora ou em qualquer instituição séria que preze pela educação, é importante que os pais tenham uma voz experiente para auxiliá-los na educação dos filhos. Ao nascer em um terreno fértil e amplo para aprendizagens, as crianças têm suas capacidades potencializadas e estimuladas adequadamente. Vale sempre lembrar que o plantio está intimamente ligado à colheita. O que for plantado na vida da criança, ela irá colher e a sociedade como um todo também.

Esther Cristina Pereira é pedagoga, psicopedagoga, professora, conselheira da Escola Atuação e diretora da FENEP (Federação Nacional das Escolas Particulares).

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José Mariz chama advogados à reflexão sobre mandato de 30 anos para magistrado pelo Quinto Constitucional da OAB


Vladimir Chaves


Com mais de três décadas de experiência na advocacia e histórico de atuação em defesa das prerrogativas dos advogados da Paraíba, o Dr. José Mariz, candidato (nº19) a desembargador da Paraíba pelo Quinto Constitucional pela OAB, demonstra profundo conhecimento jurídico e uma visão inovadora que promete transformar o Tribunal de Justiça da Paraíba.

Em entrevista concedida ao podcast “OABerta”, Dr. Mariz defendeu o mandato com tempo limitado para magistrados e chamou a atenção dos advogados do estado sobre a expectativa de tempo de reabertura da vaga de representante da advocacia para outros que possam exercer o direito legítimo de candidatura ao cargo.

Durante o bate papo com os advogados José Maia Mariz e Patrícia Azevedo, o candidato a desembargador se posicionou a favor do limite de tempo de mandato para os magistrados.

“Não existe nada melhor do que alternância de poder. Eu me refiro a um mandato curto e sou favorável ao projeto de lei que tramita sobre alteração constitucional para os ministros do Supremo e desembargadores porque é uma forma de oxigenar, oferecer uma contribuição maior e alternar no poder como é a essência da Democracia”, disse o Dr. José Mariz.

O candidato a desembargador pelo Quinto Constitucional da OAB exemplificou o que costuma acontecer com os magistrados que passam décadas nos Tribunais.

O candidato a desembargador também fez um convite para que os advogados da Paraíba façam uma reflexão sobre o tempo que o representante da advocacia ficará no poder e enquanto tempo será reaberta a vaga do Quinto Constitucional.

“Coloque 30 anos sobre a sua idade e você quase não verá a vaga ser reaberta”, disse Mariz mostrando que, um dia algum advogado pode pensar em se candidatar, mas para que isso ocorra é necessário a existência de vaga. “Talvez não estejamos despertando para este ponto”, acrescentou.

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CMJP: Justiça eleitoral anula posse Raissa Lacerda e determina posse de Renato Martins


Vladimir Chaves


O Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba (TRE-PB) anulou, na tarde desta segunda-feira (21), a posse da vereadora Raíssa Lacerda (PSB), vaga deixada pelo vereador Professor Gabriel (Avante), que faleceu em maio do corrente ano. A justiça determinou ainda a posse imediata do suplente do Avante, Renato Martins.

O procurador-regional Eleitoral, Renan Paes, entendeu que a vaga não deve ser ocupada por Raíssa, pois ela havia deixado o Avante e migrado para o PSB na janela partidária. Para o procurador, o fato de Lacerda ser suplente não lhe dá o direito de mudar de legenda sem os riscos de perda de mandato.

“Caso a senhora Raíssa Lacerda já fosse detentora do mandato, poderia sair e preservar, mas nesse período não era detentora de mandato”, defendeu Paes.

Mesmo entendimento adotado pelo relator do caso, juiz Fábio Leandro, que estabeleceu um prazo de 10 dias para posse de Renato. Os demais integrantes do Tribunal seguiram a posição de Leandro.

Atualmente, Raíssa está impedida de exercer o mandato de vereadora, por decisão da juíza Maria Fátima Ramalho, da 64ª Zona Eleitoral de João Pessoa, no âmbito da Operação Território Livre da Polícia Federal, que apura o aliciamento violento de eleitores da capital. Lacerda chegou a ser presa no mês passado, mas conseguiu sair da cadeia mediante a imposição de medidas cautelares. Na última sexta-feira (18), a Justiça entendeu que a parlamentar estava tumultuando a investigação e a afastou do cargo.

segunda-feira, 21 de outubro de 2024

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Estudo mostra crescimento no número de mulheres eleitas em 2024.


Vladimir Chaves



O número de mulheres eleitas no pleito municipal de 2024 cresceu dois pontos percentuais em relação a 2020, segundo dados da Consultoria-Geral da Câmara dos Deputados. Elas representam 17,92% dos eleitos este ano. Nas últimas eleições, totalizaram 15,83% do total de prefeitos e vereadores eleitos.

Em 2020, das 58 mil vagas de vereador, 9,3 mil (ou 16,13%) foram preenchidas por mulheres. Agora, das 58,3 mil vagas, 10,6 mil (18,24%) foram ocupadas por elas. Foram eleitas no primeiro turno das eleições 724 prefeitas, o que representa 13% do total de prefeitos do País. Em 2020, foram 663 prefeitas eleitas (12%). 

Os dados constam em  painéis dinâmicos sobre as eleições municipais desenvolvidos pela Consultoria-geral, que permitem comparar resultados dos pleitos de 2020 e 2024. Essa é a primeira iniciativa do novo núcleo de dados da Consultoria-Geral.

Segundo turno

No entanto, os dados ainda serão alterados pelos resultados do segundo turno eleitoral, que conta com 15 candidatas a prefeita. Sete estão na disputa em capitais: Campo Grande (MA), Curitiba (PR), Natal (RN), Porto Velho (RO), Porto Alegre (RS), Aracaju (SE) e Palmas (TO). Nesta eleição, todos os candidatos eleitos para prefeituras de capitais no primeiro turno são homens. 

No segundo turno de 2020, eram 20 candidatas mulheres, mas apenas cinco em capitais. Somente uma mulher foi eleita prefeita de capital na eleição passada - Cinthia Ribeiro (PSDB), em Palmas. 

Das candidatas a prefeita no segundo turno, quatro são deputadas federais: Natália Bonavides (PT), em Natal; Maria do Rosário (PT), em Porto Alegre; Rosana Valle (PL), em Santos; Mariana Carvalho (Republicanos), em Imperatriz (MA).

O segundo turno é disputado entre duas mulheres em duas cidades, dando certeza a uma vitória feminina. Em Campo Grande (MS), Adriane Lopes (PP) disputa a prefeitura com Rosiane Modesto (União). E em Ponta Grossa (PR) Mabel Canto (PSDB) enfrenta Elizabeth Schmidt (União).

A eleição de mais gestoras representou a mudança do cenário de mulheres à frente do executivo municipal em alguns Estados. Em dezesseis deles foram registrados aumento no número de eleitas, sendo eles Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pernambuco, Paraíba, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rondônia, Santa Catarina, Sergipe e Tocantins. Enquanto Roraima, Goiás e Piauí mantiveram o mesmo número de prefeitas eleitas no pleito de 2020 e, por outro lado, Acre, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Paraná e Rio Grande do Sul registraram uma queda no número de eleitores.

Descumprimento das cotas

Segundo estudo do Observatório Nacional da Mulher na Política, vinculado à Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados, a cota mínima de 30% de candidaturas de mulheres foi descumprida em mais de 700 municípios nas eleições deste ano.

Paraíba:

Na Paraíba o número de mulheres eleitas em 2024 aumentou de forma significativa. No caso das prefeitas, foram 54 eleitas neste ano, 45,9% a mais que as 37 eleitas em 2020. Em relação às vereadoras, foram eleitas 452 mulheres em todo o estado, 25% a mais que as 360 eleitas há quatro anos.

As cidades da Paraíba que serão geridas por mulheres em 2025 são: Água Branca, Araçagi, Areia, Baraúna, Bayeux, Baía da Traição, Belém, Bom Jesus, Brejo dos Santos, Cajazeiras, Cajazeirinhas, Capim, Conde, Congo e Cruz do Espírito Santo. Também fazem parte da lista os municípios de Damião, Duas Estradas, Emas, Guarabira, Ibiara, Juazeirinho, Juru, Lagoa, Lagoa Seca, Malta, Marcação, Mari, Mato Grosso, Monte Horebe, Monteiro, Mulungu, Olho D’água, Passagem, Pedro Régis, Pilar, Pilões, Pitimbu, Pocinhos e Poço de José de Moura, Puxinanã, Queimadas, Rio Tinto, Santana de Mangueira, Santana dos Garrotes, Sossêgo, São Bentinho, São Domingos, São José de Espinharas, São José do Bonfim, São José do Brejo do Cruz, São Sebastião do Umbuzeiro, Uiraúna, Umbuzeiro, Vieirópolis e Zabelê.

De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em 2024 foram registradas, na Paraíba, 110 candidatas a prefeita, 136 a vice-prefeita e 3.132 ao cargo de vereadora.

As mais votadas:

Em Campina Grande as três maiores votações para a Câmara Municipal foram obtidas por mulheres: Jô Oliveira (PCdoB), com 5.178 votos; Carol Gomes (União Brasil), com 5.009; e Ivonete Ludgério (União Brasil), com 4.964.

Em João Pessoa, a representação feminina no Legislativo segue baixa, com apenas duas mulheres entre os 29 vereadores eleitos. Contudo, mesmo nesse contexto, a pedagoga Jailma Carvalho (PSB) obteve a segunda maior votação, com 10.127 votos na capital.


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