Como alguém que recentemente
entregou a vida a Cristo, tenho enfrentado obstáculos por todos os lados. A
caminhada do novo convertido é cheia de desafios, e o que mais me surpreende é
que muitos desses desafios não vêm do mundo, mas de dentro da própria comunidade
religiosa. Parece que o simples fato de começar a viver uma fé autêntica
incomoda. Já enfrentei julgamentos, fofocas, olhares irônicos, acusações
levianas e até calúnias. Mas há um tipo de crítica que me chama mais atenção: a
rejeição ao saber.
Tenho ouvido frases como
“Deus não precisa de diploma”, ou “quem tem estudo não serve pra igreja”, como
se o fato de ter estudado fosse uma barreira para servir a Deus. Certa vez, uma
pessoa próxima ironizou minha fé dizendo: “Você virou evangélico? Como pode
alguém com estudo virar beato de igreja?”. Essa postura revela um preconceito
duplo: contra a fé e contra o conhecimento. Mas o Evangelho jamais foi inimigo
da sabedoria — pelo contrário, exalta a verdadeira sabedoria, aquela que vem do
alto.
É preciso lembrar que nem
todos os discípulos eram iletrados ou simples pescadores. O apóstolo Paulo, por
exemplo, era um homem extremamente culto, formado aos pés de Gamaliel, um dos
maiores mestres do judaísmo (Atos 22:3). Lucas, autor do Evangelho que leva seu
nome e de Atos dos Apóstolos, era médico (Colossenses 4:14). Mateus era
cobrador de impostos, função que exigia habilidades administrativas e
numéricas. Portanto, Deus não despreza a formação humana — Ele a usa para o
propósito do Reino.
A verdade é que Deus não
rejeita o conhecimento, mas sim o orgulho humano. Ele usa tanto o simples
quanto o instruído, contanto que haja coração rendido. O que Ele não aceita é
covardia espiritual. E isso, graças a Deus, eu não tenho. Coragem me sobra. Por
isso, cada pedra lançada em minha direção, em vez de ferir, se torna parte do
alicerce da minha fé.
Cristo não me chamou para
agradar homens, mas para segui-Lo. E é isso que farei. Porque “o que é nascido
de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé” (1
João 5:4).
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