“Para que você aprendesse a ouvir a minha voz”


Vladimir Chaves

Quantas vezes nos perguntamos por que precisamos passar por dores, perdas e provações? A alma clama em meio ao sofrimento: “Senhor, por que eu?”. A resposta de Deus, no entanto, não aponta para o acaso ou para a injustiça, mas para um propósito: as provações não são castigos, mas escolas espirituais onde aprendemos a ouvir a voz d’Ele.

A Palavra afirma: “Meus irmãos, tende por motivo de toda alegria o passardes por várias provações, sabendo que a aprovação da vossa fé produz perseverança” (Tiago 1:2-3). O sofrimento não vem para nos destruir, mas para nos moldar. A fé que não é provada continua imatura; mas a fé testada torna-se firme como o ouro refinado no fogo (1 Pedro 1:7).

Muitas vezes nos tornamos surdos à voz de Deus, mas é no deserto que Ele cala as distrações e nos ensina a depender somente d’Ele. Foi assim com Israel: antes de entrar na Terra Prometida, tiveram que atravessar o deserto para aprender que “nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca do Senhor” (Deuteronômio 8:3).

Deus permite que enfrentemos vales sombrios para que nossos ouvidos espirituais sejam abertos. Jó, após perder tudo, não apenas ouviu falar de Deus, mas declarou: “Com o ouvir dos meus ouvidos ouvi, mas agora te veem os meus olhos” (Jó 42:5). O sofrimento o levou a uma experiência mais profunda e íntima com o Senhor.

Assim também é conosco. As lágrimas que derramamos são o terreno onde a voz de Deus ecoa mais nítida. Ele nos chama à confiança, à rendição e ao aprendizado. Quando tudo parece ruir, percebemos que a única voz que resta ouvir é a d’Ele, e descobrimos que essa voz sempre foi suficiente.

Portanto, quando questionamos: “Por que, Senhor, tive que passar por isso?”, a resposta do céu ecoa com ternura e firmeza: “Para que você aprendesse a ouvir a minha voz”.

E, uma vez que aprendemos a ouvir, não somos mais os mesmos. Caminhamos mais firmes, falamos com mais sabedoria, vivemos com mais fé e aprendemos a descansar na certeza de que a voz de Deus não apenas nos guia, mas também nos sustenta.

“As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem” (João 10:27).

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