O Senado finalizou em
março a análise de três propostas que tratam da reforma política. Mas o tema
permanece como prioridade na agenda da Casa. Podem ser votadas em Plenário nas
próximas semanas seis matérias, que tratam, entre outros temas, do
financiamento de campanha e da duração de mandatos no Executivo.
Duas outras propostas, que
determinam a desincompatibilização de governantes que queiram tentar a
reeleição, já aguardavam inclusão na ordem do dia, mas retornaram para reexame
da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). A essas oito matérias com
tramitação mais avançada, se juntam outras 33, apresentadas este ano e que
alteram as regras eleitorais.
Também na CCJ, aguarda
designação de relator a PEC 35/2014, de
autoria do senador Walter Pinheiro (PT/BA), que propõe o fim da reeleição,
mandato de cinco anos para chefes do Executivo e parlamentares, além de
restringir o acesso ao Fundo Partidário e ao tempo de rádio e TV e estabelecer
regras de transição.
A prioridade para as
propostas da reforma política é defendida por parlamentares de todos os
partidos com representação no Senado. O presidente da Casa, Renan Calheiros,
tem buscado ampliar a discussão dos temas, para qualificar a votação das
matérias. Por sua iniciativa, o Senado realizou sessão temática no fim de
fevereiro, que contou com a participação do ministro Gilmar Mendes, do Supremo
Tribunal Federal, entre outros convidados.
Matérias finalizadas
Entre as matérias com
tramitação já finalizada está o PLC 4/2015, que estabelece o tempo mínimo de
cinco anos de existência para que partidos políticos possam se fundir. O
projeto foi aprovado pelo Senado no início de março e sancionado dia 25 pela
presidente Dilma Rousseff.
Os senadores acolheram
ainda a PEC 40/2011, que permite coligações partidárias em eleições
majoritárias (presidente, governador, senador e prefeito), mas veda a
associação de partidos nas disputas de deputados federais e estaduais e
vereadores. A proposta foi enviada à Câmara dos Deputados.
Também trata da criação de
partidos a terceira proposição finalizada – PEC 58/2013 –, que foi rejeitada
por modificar lei já alterada pela PEC das coligações, aprovada dias antes e
que também tratou da formação de legendas.
Em pauta
O financiamento das
campanhas eleitorais e a divulgação de despesas pelos partidos são tratados em
três projetos de lei que constam da pauta do Plenário. O PLS 268/2011,
apresentado pela comissão especial que tratou da reforma política em 2011,
estabelece o financiamento público exclusivo de campanha. Acolhido na CCJ,
aguarda votação em Plenário.
Já o PLS 60/2012, da senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), restringe as doações aos candidatos. O projeto recebeu substitutivo na CCJ, para vedar as doações por empresas.
O terceiro projeto em pauta visa conferir maior transparência aos gastos nos pleitos. É o PLS 601/2011, do ex-senador Pedro Taques, que obriga candidatos e partidos a divulgar na internet relatórios referentes a recursos arrecadados e gastos na campanha eleitoral. A proposta foi rejeitada na CCJ, mas recebeu recurso para votação em Plenário.
Prontos
Estão prontas e aguardando
inclusão na ordem do dia as Propostas de Emenda à Constituição (PECs) 55/2012,
que trata do voto facultativo, e 38/2011, que muda as datas de posse nos cargos
dos Executivos. A primeira, do senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), foi rejeitada
na CCJ e terá cinco sessões de discussão antes da votação em 1º turno.
A segunda estabelece posse
do presidente da República em 15 de janeiro; de governador e prefeito em 10 de
janeiro; e de deputados estaduais e distritais em 1º de fevereiro. A PEC previa
mandato de cinco anos para esses cargos, mas esse dispositivo foi rejeitado na
CCJ. A PEC 38/2011 passou por cinco sessões de discussão e aguarda inclusão na
ordem do dia.
Também está aguardando
inclusão da agenda do Plenário o PLS 295/2011 Complementar, da senadora Gleisi
Hoffmann (PT-PR), determinando que 50% das vagas na Câmara de Deputados,
câmaras estaduais e assembleias legislativas serão preenchidas por mulheres.
Aprovado na CCJ, o projeto aguarda inclusão na ordem do dia.
Já as PECs 73/2011 e
48/2012, que exigem a desincompatibilização do presidente, governador e
prefeito que queiram se reeleger, já foram discutidas por cinco sessões e
estavam prontas para votação, mas retornaram para reexame na CCJ, por
requerimento apresentado pelo senador Romero Jucá (PMDB-RR).
Matérias novas
Desde o início da nova
Legislatura, em 2 de fevereiro, foram apresentadas no Senado 17 propostas de
emenda à Constituição e 16 projetos de lei que alteram o sistema eleitoral e as
regras para a realização de eleição. Cinco PECs acabam com a possibilidade de
reeleição para cargos do Executivo. São elas as PECs 19/2015, do senador
Telmário Mota (PDT-RR); 30/2015, de Romero Jucá (PMDB-RR); 37/2015, de Donizeti
Nogueira (PT-TO); 47/2015, de Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE); e 49/2015, do
senador Aécio Neves (PSDB-MG).
O financiamento das eleições é tema de quatro projetos de lei. O PLS 127/2015, de Romero Jucá, proíbe doações de empresa a candidato, mas autoriza doação de pessoa física a um único partido político. Donizeti Nogueira apresentou o PLS 166/2015, que trata de vários aspectos do financiamento das eleições.
O PLS 169/2015, da senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO), veda a doação por parte de empresas cujo faturamento em contratos com a administração iguale ou supere 60% de seu faturamento bruto. Já o senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA), autor do PLS 185/2015, quer impedir que partidos políticos recebam doação de ocupantes de cargos em comissão ou funções de confiança na administração pública direta ou indireta.
Todas as propostas foram
encaminhadas para parecer pela CCJ. As PECs devem necessariamente passar por
duas sessões de votação em Plenário, mas os projetos de lei podem ter decisão
terminativa na CCJ, se não for apresentado requerimento para votação em
Plenário.
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