“Prego batido ponta virada” tempo de guia do PT-PB será ofertado ao PMDB


Vladimir Chaves

Apesar dos caciques do PT não admitirem de público, devido a uma estratégia traçada para não perderem apoios de petistas mais a esquerda, no Processo de Eleições Internas (PED), já é dado como certo à entrega do tempo de guia eleitoral da legenda ao PMDB. Estados como Paraíba, Rio Grande do Norte e Sergipe o “prego” já foi batido faltando apenas entortar, ação essa que só deve acontecer depois da realização do processo de eleições internas do PT.

O vale tudo do PT para assegurar o apoio do PMDB à reeleição da presidenta Dilma, já não é mais segredo e passou a ser noticia rotineira na grande imprensa. Nesta segunda, o Jornal Valor Econômico traz com riqueza de detalhes toda a submissão do PT ao PMDB.

Leia a integra da matéria.

PMDB ocupa espaço de PSB e predomina em alianças

Se o PT em 2014 será mais "fominha" - como se diz do jogador que não passa a bola - o PMDB também marca os petistas sob pressão. Nos 15 Estados onde o PT está propenso a ceder cabeça de chapa a aliados, apenas em Pernambuco e no Mato Grosso o PMDB não exerce carga pelo apoio petista.

No primeiro caso, porque o partido há muito se opõe ao PT e, no segundo, por falta de nomes à sucessão do governador Silval Barbosa. Com isso, a tendência é que os petistas apoiem os senadores Armando Monteiro (PTB-PE) e Blairo Maggi (PR-MT) - embora este diga que não cogita concorrer.

Nos demais 13 Estados, no entanto, pemedebistas estão na cola. Em três deles os acordos estão adiantados. Em Sergipe, é certo o apoio do PT, hoje no comando do governo, ao vice de Marcelo Déda, Jackson Barreto. No Rio Grande do Norte, a parceria é com a família Alves, que pode lançar o ministro Garibaldi Alves (Previdência); o filho dele, deputado estadual Walter; ou o presidente da Câmara, Henrique Eduardo. Na Paraíba, o senador Vital do Rêgo deve garantir apoio ao irmão e ex-prefeito de Campina Grande, Veneziano.

No Pará, é o senador Jader Barbalho que faz gestões para o PT apoiar seu filho, Helder. No Amazonas, o senador Eduardo Braga duela com outro partido da base, o PP da deputada federal Rebecca Garcia, e tende a levar a melhor. Em Alagoas, a disputa também é com o PP. O senador Benedito de Lira faz pressão contra a adesão petista à candidatura do presidente do Senado Renan Calheiros ou de seu filho, deputado federal.
O PMDB divide outra bola com o PP no Tocantins, com o Pros, no Ceará; o PCdoB, no Maranhão; e no que resta da parceria entre o PT e o PSB, no Espírito Santo e no Amapá. Em Santa Catarina, pemedebistas estão de olho - bem como o PSD do governador Raimundo Colombo - no apoio do PT. Em Rondônia, o governador Confúcio Moura tenta reeditar a aliança de 2010.

O desafio do PMDB é voltar a controlar um eleitorado nos Estados acima dos 20%, patamar que não conseguiu alcançar pela primeira vez em 2010 quando decaiu para 15,3% (cinco governadores).

A missão será muito difícil se a legenda perder o Rio, onde esperneia contra o senador Lindbergh Farias (PT). O Estado corresponde a mais da metade do eleitorado administrado pelo PMDB.

Por outro lado, o PMDB deverá se manter como parceiro preferencial para apoios petistas - posto que já foi do PSB em 1998 e 2006. Em 2010, o PSB teve quase o mesmo número de candidatos apoiados pelo PT que o PMDB, mas os Estados dos pemedebistas reuniam quase o dobro do eleitorado.

Nas últimas disputas, as eleições em que os petistas mais lançaram nomes foram as de 2002 (24) e 2006 (18). Nestes anos, vigorou a verticalização, que proibia partidos de firmarem alianças regionais com adversários nacionais. A regra causou a multiplicação de candidaturas a governador.

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