O Sindicato Nacional dos
Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), que tem como vice-presidente
José Ferreira da Silva — o Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da
Silva —, registrou crescimento de 414% na arrecadação com descontos em aposentadorias
e pensões entre 2019 e 2024, segundo dados da Polícia Federal.
A entidade é uma das 11
associações investigadas pela PF e pela Controladoria Geral da União (CGU) por
suspeita de irregularidades nos descontos aplicados diretamente na folha de
pagamentos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O caso é alvo da operação
“Sem Desconto”, deflagrada na semana passada.
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Segundo a PF, Stefanutto
mostrou intenção de investigar esquema ao mesmo tempo em que autorizava
descontos indevidos nos contracheques de aposentados e pensionistas
Documentos da investigação
obtidos pela PF indicam que o Sindnapi arrecadou R$ 90,5 milhões em 2023 — o
maior valor desde o início da série histórica analisada, em 2019, quando o
sindicato recolheu R$ 17,6 milhões. Apenas nos três primeiros meses de 2024, o
valor chegou a R$ 26 milhões.
Segundo informações do INSS,
o Sindnapi tinha 302.360 associados em janeiro deste ano.
A entidade não se manifestou
sobre os novos dados, mas, na ocasião da operação, afirmou em nota que apoia a
apuração das denúncias. “Uma investigação séria e transparente ajuda a
identificar possíveis irregularidades, corrigir falhas e evitar que injustiças
continuem acontecendo”, disse o sindicato.
Em seu site institucional, o
Sindnapi declara que oferece aos associados serviços como cooperativa de
crédito, convênios com clínicas e laboratórios, turismo e lazer.
Irmão mais velho do
presidente Lula, o sindicalista José Ferreira da Silva, conhecido como Frei
Chico, disse após o caso da fraude vir à tona que esperava que os policiais
investigasse “toda a sacanagem que tem” no INSS.
“Nosso sindicato já foi
auditado, estamos tranquilos. Eu espero que a Polícia Federal investigue de
fato, porque tem muita entidade picareta por aí”, afirmou em entrevista ao
jornal Estadão.
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