Federação União Brasil e Progressistas se torna a maior força do Congresso


Vladimir Chaves



A formalização da federação entre União Brasil e Progressistas (PP), anunciada na noite de segunda-feira, 29, marca um novo capítulo no reordenamento das forças políticas no Congresso Nacional.

Com 109 deputados e 14 senadores, o novo bloco emerge como a maior bancada do Parlamento, superando o PL em número de cadeiras na Câmara dos Deputados. A coalizão tem efeitos diretos sobre o equilíbrio político em Brasília e também nas articulações eleitorais rumo a 2026.

Ao adotarem o formato de federação — uma estrutura jurídica mais rígida que as antigas coligações —, os dois partidos assumem um compromisso de longo prazo: atuar de forma unificada nas votações legislativas, apresentar candidaturas conjuntas até 2030, e adotar um estatuto e programa partidário comuns. Isso implica um novo arranjo nas composições estaduais e municipais, exigindo a superação de divergências internas e o alinhamento em disputas majoritárias.

O novo bloco nasce com um discurso de centro reformista, com foco em responsabilidade fiscal, inovação e compromisso social. No entanto, sua heterogeneidade é evidente: abriga desde figuras alinhadas ao governo federal até lideranças da oposição, como Ciro Nogueira (PP) e Ronaldo Caiado (União). Essa diversidade amplia o alcance eleitoral da federação, mas pode comprometer sua coesão em votações sensíveis no Congresso.

No curto prazo, o principal impacto se dará na Câmara dos Deputados. A base do governo Lula, já fragilizada por dificuldades de articulação, passa a enfrentar um cenário mais complexo. A negociação com o novo bloco se torna mais institucionalizada — e, ao mesmo tempo, mais incerta —, considerando os diferentes perfis ideológicos de seus integrantes. A fidelidade partidária dentro da federação será testada, especialmente em temas como economia e costumes, dificultando a formação de maioria qualificada.

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