Na semana do Dia Internacional dos Trabalhadores Congresso aprova MP de Dilma retirando direitos dos trabalhadores.


Vladimir Chaves

Por 12 votos a 7, Comissão Mista de deputados e senadores aprovou a Medida Provisória 665/14, editada pela presidente Dilma Rousseff (PT), no final do ano passado, que restringe o acesso dos trabalhadores a benefícios do INSS, como seguro-desemprego e o abono salarial.

O texto aprovado pela comissão impõe a carência para o primeiro pedido de seguro-desemprego, para 12 meses de trabalho nos 18 meses anteriores à demissão. No segundo pedido, essa carência passa a ser de 9 meses e nos demais, para seis meses ininterruptos de trabalho.

O relator, senador Paulo Rocha (PT), negociou novos prazos com o governo, que, no texto original da MP, previa carência de 18 meses nos dois anos anteriores à demissão. Rocha também alterou a medida provisória quanto ao abono salarial, que será pago ao empregado que comprovar vínculo formal de trabalho de no mínimo 90 dias.

O valor do abono seguirá a mesma regra do décimo terceiro, ou seja, só será pago integralmente a quem trabalhar o ano inteiro.

Críticas

Os parlamentares de oposição tentaram obstruir a votação do relatório na comissão mista e não pouparam críticas ao texto. O deputado Glauber Braga (PSB) disse que as alterações no seguro-desemprego se somam a outras ações do governo que penalizam o trabalhador.

"Os impactos sobre os trabalhadores brasileiros vão ser sentidos de maneira muito negativa. A terceirização, as medidas provisórias e a política econômica que está sendo desenvolvida precisam ter freio", afirmou.

O deputado Paulo Pereira da Silva (SD) manifestou a insatisfação com a aprovação dessa medida às vésperas do Feriado do Dia do Trabalhador (1º/5) e espera reverter à situação nos Plenários da Câmara e do Senado.

"Não vejo uma medida dessas contra o sistema financeiro ou contra poderosos do Brasil. É uma medida provisória para tirar direito dos trabalhadores”, criticou o deputado. “Sei que vocês [governistas] têm maioria aqui, nesta comissão, mas, na semana que vem, é no Plenário da Câmara. Com a insatisfação gerada pelo PT e pelo governo na base aliada, vocês terão muitas dificuldades para convencer os deputados."

Sindicalistas da Força Sindical acompanharam a votação na comissão mista e levaram cartazes com a inscrição: "Dilma: não mexa nos nossos direitos".


0 comentários:

Postar um comentário