Com dinheiro público, gráfica do Senado imprimiu 34,9 milhões de páginas


Vladimir Chaves

Embora representem pouco mais de um terço da composição do Senado, parlamentares candidatos nas eleições deste ano são responsáveis por mais da metade das impressões feitas pela gráfica da Casa. Para eles, a estrutura pública já imprimiu nada menos que 34,9 milhões de páginas este ano, entre elas peças gráficas recheadas de reportagens positivas. O material chega aos eleitores via postal, também pago pelo Senado, ou pelas mãos dos congressistas e assessores. Senadores alegam que as publicações estão dentro das normas da Casa.

A gráfica do Senado imprimiu, este ano, 52,3 milhões de páginas, a pedido dos parlamentares. Além de cartões de visitas, os itens mais comuns são “boletins informativos” e livros com as leis brasileiras. Constituição, Código Penal e Estatuto da Criança e do Adolescente estão na lista. Assessores parlamentares justificam que os livros são pedidos por alunos e universidades. Mas chegam personalizados. A maioria deles é impressa com a foto e nome, além de um “prefácio” do parlamentar, reforçando o nome do autor da doação.


Parlamentares que vão disputar o pleito este ano são responsáveis por 66,8% dessa avalanche de papel. Candidato ao governo do Ceará, Eunício Oliveira (PMDB) foi quem mais imprimiu. Foram 8,8 milhões de páginas, sendo praticamente todas do exemplar Para o Brasil e o Ceará avançarem. É uma coletânea de discursos do senador. Cada item tem 176 páginas. Eunício pediu 50 mil exemplares. Segundo a assessoria do senador, a impressão é entregue a pessoas que o visitam em seu gabinete.


Correio Braziliense

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