Em clima de festa e
confraternização, cerca de 700 pessoas, entre lideranças e militantes da
aliança PSB-REDE-PPS e de outros partidos, se reuniram ontem, dia 15 de março,
para discutir as diretrizes do programa de governo de Eduardo Campos e Marina
Silva.
O encontro contou com a
participação especial do pianista Arthur Moreira Lima, que executou no piano o
Hino Nacional e composições clássicas, como “Jesus, Alegria dos Homens”, de
Bach e “O Trenzinho do Caipira”, de Villa-Lobos, e da música popular, como
“Odeon”, de Ernesto Nazareth, “Asa Branca”, de Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga
e “Carinhoso” de Pixinguinha.
A ex-senadora e porta-voz da REDE, Marina Silva, e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, abriram o segundo Encontro Regional Programático da Aliança PSB-REDE-PPS. O evento marca a reafirmação da importância dos encontros regionais para construir um programa de governo pautado por ideias e propostas, que coloque um fim à atual política de distribuição de cargos. “Queremos uma governabilidade programática, não pragmática. Quando dizemos o que estamos fazendo, queremos aprofundar a democracia, melhorar e ampliar a participação política”, disse Marina Silva durante seu discurso no evento.
Ela também comentou a crise que paralisa o Congresso Nacional e como isso quase pôs a perder a votação do projeto do Marco Civil da Internet, um projeto construído através de muito debate e participação, lembrando a proposta da REDE de promover uma nova forma de fazer política no Brasil. ”O Marco Civil foi ameaçado de chantagem no Congresso. Temos a maturidade e clareza que não vamos fazer a política do quanto pior, melhor. Queremos a política do quanto melhor, melhor. Não queremos fortalecer aqueles que usam de chantagem para mais um cargo, mais um ministério, mais um conselho. Vamos apoiar todas as propostas justas e corretas que passarão pelo Congresso”, disse Marina.
Marina e Eduardo
reafirmaram o compromisso de aprofundar as conquistas e os avanços dos últimos
governos, mas sem complacência com os erros. “Temos o compromisso de fazer com
o que os ganhos que tivemos nos últimos 20 anos, da democracia, da estabilidade
da economia, da inclusão social não sejam perdidos”, disse. O maior risco para
essas conquistas, segundo Marina, está no atraso da política. “O Brasil está a
beira de perder estas conquistas porque não consegue institucionalizá-las. Boa
parte dos problemas que enfrentamos não são técnicos, é falta de visão
estratégica”, comentou.
Ela deu como exemplo o
atual problema energético. “Estamos com as usinas térmicas a pleno vapor,
importando diesel para produzir uma energia cara que será paga com o bolso do
contribuinte”, reforçando o compromisso da Aliança com políticas sérias,
pautadas em uma visão estratégica para o
país.
A ex-senadora também
lembrou a importância do avanço na implantação de programas sociais e a
necessidade de um realinhamento político. “Estamos caminhando para os programas
de terceira geração, para criar igualdade de oportunidades, políticas
customizadas para aqueles que estão em situação fragilizada”, disse. “Nós aqui
só temos uma coisa: nós temos o dever de não nos omitir. É por isso que estamos
aqui”, concluiu.
O encontro foi voltado para a criação de propostas e não
somente a crítica. O governador de Pernambuco, Eduardo Campos, citou sua
campanha para o governo do Estado em 2006 para mostrar como o processo
democrático pode ser determinante para a vitória. ”Começamos pelas ideias, pelo
programa. Mais que de repente surpreendemos a todos. Ganhamos uma eleição que
muitos jamais poderiam imaginar que iríamos ganhar. E fizemos um grande governo
porque discutimos com o povo as ideias deste governo.”
LIDERANÇAS
Os representantes do Rio
de Janeiro, Estado que organizou e acolheu o encontro regional, foram as
primeiras lideranças a falar.
O vereador do Rio de
Janeiro, Jefferson Moura, representante da REDE, lembrou os 50 anos do famoso
comício de João Goulart na Central do Brasil, “o último grande ato em defesa da
democracia”, que ocorreu no centro do Rio. O presidente do PPS do Rio, Comte
Bittencourt, deputado federal Glauber Braga, do PSB, representaram seu
partidos.
Alfredo Sirkis lembrou que o próprio centro de convenções onde o encontro acontece é resultado de um acordo feito em 2000 com o prefeito eleito na época. “Isso aqui é fruto de um acordo programático.” “Temos que avançar programaticamente. Numa profunda reforma tributária que desonere o trabalho e o investimento e onere a intensidade de carbono. Que dê recursos para os municípios, porque é lá que se resolve os problemas do Brasil.”
O deputado Miro Teixeira, do PROS, criticou a distribuição de cargos. “Aqui está cheio de ministro do Lula – que não chegaram lá por loteamento. Chegaram porque éramos todos companheiros de luta.” “Não havia o loteamento. Não havia entrega dos cargos porque pura e simplesmente isso iria representar alguns minutos a mais na televisão. Ou mais adiante como se viu, resultar no mensalão. Nós não temos nada a ver com essas práticas.”
O presidente do PPS,
Roberto Freire, também ressaltou a importância do processo de discussão. “Aqui
estão políticos que trazem na face, na palavra, na presença, na história esse
dever da vitória. A vitória passa a ser um dever. Talvez daí talvez sabendo que
esse sonho não será interrompido porque não tem escândalos.”
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