Médica de Campina Grande vai apresentar pesquisa sobre zika vírus em simpósio nos Estados Unidos


Vladimir Chaves

Responsável pela primeira pesquisa que estabeleceu a relação entre o vírus da zika e o surto de casos de microcefalia, a médica Adriana Melo, do Instituto de Saúde Elpídio de Almeida - Isea, vai apresentar os resultados dos estudos desenvolvidos em Campina Grande no 12º Simpósio Internacional de Ultrassonografia em Obstetrícia e Ginecologia, nos Estados Unidos. O evento, que começa nesta quarta-feira, 17, acontecerá em Miami, na Flórida, vai reunir especialistas em medicina fetal de todo o mundo e segue até o próximo dia 20.

A médica paraibana vai participar do debate inaugural do simpósio com outros três especialistas. Com o tema "Infecção Intra-uterina por Zíka vírus. O que procurar?", a discussão será transmitida para médicos e pesquisadores de doze países. A Dra. Adriana Melo apresentará os avanços das descobertas da equipe liderada por ela em relação à síndrome congênita do zika e também mostrará como funciona o serviço municipal criado em Campina Grande que oferece atendimento às gestantes e aos bebês com malformações em decorrência do vírus.

Adriana Melo ganhou notoriedade em todo o mundo pelas descobertas acerca desse novo problema mundial de saúde. Ela acompanha gestantes de Campina Grande no próprio Isea e conseguiu detectar a presença do vírus da zika em gestantes com bebês com microcefalia e nos próprios bebês. Além disso, a especialista em medicina fetal identificou que os danos causados pela doença nas crianças são maiores que a microcefalia. Ela observou o aparecimento de calcificações e de líquido existentes nos cérebros, responsáveis por restringir o desenvolvimento de várias funções do corpo, a exemplo da artrogripose e ventriculomegalia.


A médica possui dois doutorados pela Universidade de São Paulo e participa do Instituto de Pesquisa Joaquim Amorim Neto, Ipesq. Esta semana, o prefeito Romero Rodrigues anunciou que a Prefeitura vai destinar uma bolsa de estudo mensal à medica, que trabalha com medicina fetal há 17 anos, para que ela dê continuidade às pesquisas desenvolvidas no Isea, em parceria com a UniFacisa e o Ipesq.   

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