O líder do PMDB na Câmara,
Leonardo Picciani (RJ), entregou a Dilma Rousseff, nesta quarta-feira, a lista
de ‘ministeriáveis’ do PMDB. Chama-se Manoel Júnior o favorito para o posto de
ministro da Saúde. Trata-se de um deputado federal paraibano. Integra o grupo
político do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (RJ). Há 13 dias, numa
entrevista em João Pessoa, o agora candidato a ministro defendeu a renúncia da
presidente da República.
“Além da crise ética,
moral, financeira e política do país, temos uma crise de confiança”, disse
Manoel Júnior. “E a presidente precisa, neste momento, pensar no país. Ela
pensando no país saberá que a situação é quase insustentável.” Perguntou-se ao
deputado que conselho daria a Dilma. E ele, sem titubeio: “Se eu tivesse na
situação dela, diante dos dados econômicos que nós temos, eu renunciaria. […] A
situação dela é insustentável.”
Um dos objetivos de Dilma
com a reforma ministerial é acomodar na Esplanada ministros que, respaldados
por suas bancadas, retribuam a nomeação com votos no Congresso. Além de não ser
uma unanimidade na bancada federal do PMDB, Manoel Júnior talvez não disponha
de autoridade para pedir aos correlegionários que votem, por exemplo, a favor
da recriação da CPMF, uma priodade do governo.
Há oito dias, noutra
manifestação pública, o agora candidato a ministro avisou que votaria contra a
volta da CPMF. “O que for corte de gastos do governo nós aprovaremos, mas
aumento de impostos ou criação de qualquer contribuição que penalize a população,
dificilmente passará porque nós não podemos repassar para a sociedade mais essa
conta.''
Quem ouviu Manoel Júnior
nesse dia jamais poderia supor que dali a uma semana o deputado teria seu nome
anotado numa lista de pretendentes a uma vaga de ministro. “O PMDB já não é
mais governo há muito tempo, desde quando fomos excluídos de algumas políticas
públicas”, declarou.
O PMDB, por suas
“responsabilidades com o Brasil”, não pode deixar de apoiar determinadas ações,
acrescentou Manoel Júnior. Mas cuidou de dissociar o gesto do partido da figura
da presidente. “Não se configura apoio ao governo Dilma, e sim apoio ao Brasil,
ao país, à sustentabilidade da economia, do equilíbrio, que gera
desenvolvimento econômico e social.''
Confira o vídeo:
Blog do Josias de Sousa
0 comentários:
Postar um comentário