Seminário da Rede discute programa do partido


Vladimir Chaves

Marina Silva participou neste fim de semana, em Brasília, do 1º Seminário Programático da Rede Sustentabilidade para discussão de temas que vão compor o programa do partido. “Ainda que não sejamos um partido legal, pois nos foi negado o registro, somos um partido moral do ponto de vista político. Temos programa, militância e temos uma contribuição a dar para o país”, afirmou a ex-senadora.

Neste primeiro seminário foram abordados política econômica, reforma do Estado, políticas sociais para redução das desigualdades, segurança pública, desenvolvimento rural sustentável, cidades sustentáveis e sociedade do conhecimento: educação e inovação. A discussão desses temas entre os integrantes da Rede acontece de forma paralela ao debate realizado atualmente entre o partido e o PSB, que buscam convergências programáticas para um futuro governo, esforço que conta com uma plataforma digital para a participação de todos os cidadãos brasileiros.

Embora tenha sido um evento da Rede, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, presidente do PSB, participou da abertura do encontro no domingo e também acompanhou a discussão sobre política econômica. Na abertura, Campos destacou o esforço da Rede em estar na cena política de 2014. “Todo esse esforço que a Rede Sustentabilidade tem feito tem sido muito bonito e meritório no sentido de legar à democracia brasileira um espaço que melhore a política, que aproxime a juventude da política. Nós precisamos de mais integração entre a sociedade e a democracia que construímos nestes 30 anos.”

Heloisa Helena, que também participou do seminário, destacou que, apesar de todos terem diferenças ideológicas em alguns pontos, existe o esforço conjunto de promover mudanças estruturais profundas, que favoreçam a dignidade humana. “Estamos aqui para construir um programa que nos ajude a derrubar esse gigantesco muro da exclusão, que impõe miséria e sofrimento, e na busca dos eixos programáticos que são importantes para fazer essa mudança.”

Já Marina apontou todo o esforço que começou em 16 de fevereiro deste ano, quando o grupo decidiu pela construção da Rede como partido, até a negativa do registro pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), no início de outubro. “A nossa decisão foi a de que não iríamos permitir que saísse vitoriosa a ideia de que ao rasgar o papel está se rasgando a existência do sonho, das propostas e das ideias. Não estamos no papel, mas estamos no registro fiel das mentes e corações da sociedade brasileira. Essa é a nossa grande contribuição, de não nos deixar abater em função daqueles que acham que é possível eliminar o sonho, eliminar a vontade de transformar esse país de tantas possibilidades.”

Ela também afirmou que o seminário permite que a Rede construa sua identidade, mas que também aprenda a lidar com a diversidade a partir da coligação com o PSB. 

“Esse caminho de afirmação de nossas identidades, produzindo uma unidade na diversidade, é o grande desafio que temos. As melhores esperanças de que a inovação na política, o ideal da sustentabilidade econômica, social, ambiental, cultural, política e ética possa estar aqui presente, neste esforço político que deve ser inovador na forma e no conteúdo. E não se separa forma e conteúdo do necessário processo. Que seja democrático, que seja generoso, que seja aberto à participação da sociedade, que não tenha a pretensão de diluir os sonhos, que não tenha a pretensão de eliminar as diferenças, mas que seja capaz de construir, no exercício da austeridade, a unidade na diversidade.”

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