Perceber influências
espirituais ao redor não é sinal de desequilíbrio, mas de sensibilidade. O
discernimento é uma capacidade dada por Deus, mencionada entre os dons
espirituais (1 Coríntios 12:10), que possibilita ao cristão identificar a
origem de determinadas impressões, ambientes ou manifestações: se vêm do
Espírito Santo, da carne ou de forças malignas. Reconhecer isso é viver com os
olhos espirituais abertos, compreendendo que nossa luta não é contra pessoas,
mas contra “principados e potestades” (Efésios 6:12).
Diante dessa realidade, o
primeiro passo é cobrir-se em oração diária. Consagrar os olhos, a mente e o
coração ao Senhor logo pela manhã significa alinhar toda a percepção à vontade
divina, evitando que distrações, sentimentos ou influências externas se tornem
portas de acesso para o inimigo.
Além disso, é necessário
pedir discernimento e equilíbrio. Muitas vezes, Deus mostra situações
espirituais que não foram reveladas para serem divulgadas ou expostas, mas para
que sejam levadas em oração. O discernimento é acompanhado da responsabilidade,
pois a maturidade espiritual sabe que há tempo de falar e tempo de silenciar (Eclesiastes
3:7).
Outro aspecto essencial é
não absorver o peso do ambiente. O cristão discernidor não deve carregar em si
as cargas espirituais que identifica. Pelo contrário, deve rejeitar em oração
tudo o que não procede de Deus, entregando ao Senhor as pressões e opressões
que percebe. Essa postura impede que a sensibilidade espiritual se torne fardo
emocional ou psicológico.
Nesse processo, a Palavra de
Deus é o filtro seguro. João alerta a Igreja: “Amados, não creiais a todo
espírito, mas provai se os espíritos são de Deus” (1 João 4:1). Isso
significa que toda impressão ou percepção espiritual precisa ser confirmada
pela verdade bíblica. Nenhuma visão, sonho ou sensação pode ter mais autoridade
do que as Escrituras.
Por fim, é indispensável
andar em fé, não em medo. O discernimento espiritual não deve gerar pavor, mas
confiança. Afinal, “aquele que está em nós é maior do que aquele que está no
mundo” (1 João 4:4). A sensibilidade espiritual não é uma maldição, mas
uma arma poderosa para guerrear em oração, proteger vidas e iluminar ambientes
marcados pelas trevas.
Assim, quando Deus abre os
olhos de um filho seu, Ele também concede a graça necessária para permanecer
firme, não em força própria, mas no poder do Espírito Santo. O discernimento,
quando exercido com humildade e submissão a Cristo, torna-se uma ferramenta
preciosa para edificação da Igreja e avanço do Reino de Deus.
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