Discernimento e as influências espirituais


Vladimir Chaves

Perceber influências espirituais ao redor não é sinal de desequilíbrio, mas de sensibilidade. O discernimento é uma capacidade dada por Deus, mencionada entre os dons espirituais (1 Coríntios 12:10), que possibilita ao cristão identificar a origem de determinadas impressões, ambientes ou manifestações: se vêm do Espírito Santo, da carne ou de forças malignas. Reconhecer isso é viver com os olhos espirituais abertos, compreendendo que nossa luta não é contra pessoas, mas contra “principados e potestades” (Efésios 6:12).

Diante dessa realidade, o primeiro passo é cobrir-se em oração diária. Consagrar os olhos, a mente e o coração ao Senhor logo pela manhã significa alinhar toda a percepção à vontade divina, evitando que distrações, sentimentos ou influências externas se tornem portas de acesso para o inimigo.

Além disso, é necessário pedir discernimento e equilíbrio. Muitas vezes, Deus mostra situações espirituais que não foram reveladas para serem divulgadas ou expostas, mas para que sejam levadas em oração. O discernimento é acompanhado da responsabilidade, pois a maturidade espiritual sabe que há tempo de falar e tempo de silenciar (Eclesiastes 3:7).

Outro aspecto essencial é não absorver o peso do ambiente. O cristão discernidor não deve carregar em si as cargas espirituais que identifica. Pelo contrário, deve rejeitar em oração tudo o que não procede de Deus, entregando ao Senhor as pressões e opressões que percebe. Essa postura impede que a sensibilidade espiritual se torne fardo emocional ou psicológico.

Nesse processo, a Palavra de Deus é o filtro seguro. João alerta a Igreja: “Amados, não creiais a todo espírito, mas provai se os espíritos são de Deus” (1 João 4:1). Isso significa que toda impressão ou percepção espiritual precisa ser confirmada pela verdade bíblica. Nenhuma visão, sonho ou sensação pode ter mais autoridade do que as Escrituras.

Por fim, é indispensável andar em fé, não em medo. O discernimento espiritual não deve gerar pavor, mas confiança. Afinal, “aquele que está em nós é maior do que aquele que está no mundo” (1 João 4:4). A sensibilidade espiritual não é uma maldição, mas uma arma poderosa para guerrear em oração, proteger vidas e iluminar ambientes marcados pelas trevas.

Assim, quando Deus abre os olhos de um filho seu, Ele também concede a graça necessária para permanecer firme, não em força própria, mas no poder do Espírito Santo. O discernimento, quando exercido com humildade e submissão a Cristo, torna-se uma ferramenta preciosa para edificação da Igreja e avanço do Reino de Deus.

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