Senador vai denunciar à PGR deputado governista que teria recebido propina para defender apostas esportivas


Vladimir Chaves



O senador Eduardo Girão (Novo-CE) anunciou, em pronunciamento no Plenário que vai apresentar denúncia junto à Procuradoria-Geral da República (PGR) contra deputado da base do governo, citado em reportagem da revista Veja desta semana, que teria pedido propina para aprovar leis favoráveis a empresas de apostas esportivas e não pressioná-las na CPI sobre manipulação de resultado em partidas de futebol. A matéria afirma que o deputado, líder do PSB, estaria cobrando R$ 35 milhões do presidente da Associação Nacional de Jogos e Loterias.

A denúncia envolve o relator da CPI, o deputado federal Felipe Carreras (PSB-PE), que teria pedido 35 milhões de reais a uma associação de empresas de apostas. O socialista negou a acusação.

“O deputado, como relator da CPI das apostas esportivas, teria oferecido, em troca, proteção ao setor na comissão, assim como o empenho na aprovação da regulamentação da matéria no Plenário da Câmara. [...] o referido parlamentar foi o relator do PL 442/1991, que trata dos jogos de azar, cassino, bingo, jogo do bicho, máquina de caça-níquel, tudo de ruim que você possa imaginar que vicia” discorreu Girão.

Para o senador, a Câmara dos Deputados tem o dever de abrir um processo na Comissão de Ética contra o parlamentar. 

"Bets"

Girão também criticou o fato de a Câmara ter aprovado, no início do mês, projeto que visa regulamentar os jogos de apostas de quota fixa, conhecidos como "bets" (PL 3.626/2023). O senador argumentou que a matéria deveria ser rejeitada no Senado, mas disse haver uma movimentação da maioria governista pela aprovação do texto. Para o parlamentar, agora cabe ao Senado “retirar os artigos mais nocivos, como a publicidade, que hoje é feita livremente na TV, na internet, nos estádios e nas camisas dos jogadores”.

O senador ainda condenou as negociações em torno do Ministério dos Esportes, assumido pelo deputado federal André Fufuca (PP-MA) no início deste mês.

“Como esse ministério tem pouco orçamento, foi acertado com o governo que, na aprovação da lei das apostas esportivas, parte expressiva dos recursos arrecadados com os impostos fosse dirigido a esse ministério. Não tem almoço grátis. Daí o interesse do centrão em abocanhar um ministério que não tinha orçamento. Vai ser irrigado com aposta, que, repito: é o suor, sangue de pessoas, de brasileiros que estão se viciando, estão se endividando” criticou.

 

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