A identificação dos
brasileiros com a direita segue alta mesmo após derrota do presidente Jair
Bolsonaro, no ano passado. De acordo com a pesquisa de opinião pública realizada
pelo Instituto da Democracia (IDDC-INCT), cerca de um quinto (22%) dos
brasileiros se diz de direita — o dobro daqueles que declaram de esquerda
(11%).
O percentual de eleitores
autodeclarados de direita viveu um boom durante o governo Bolsonaro e se mantém
até aqui. Para se ter ideia, em 2018, só 9% se consideravam totalmente de
direita. No ano seguinte, esse número dobrou. E em setembro do ano passado,
alcançou 24%, no maior patamar em cinco anos.
Nesta edição da pesquisa,
que foi a campo em agosto, no oitavo mês de mandato do presidente Lula e quando
Bolsonaro já estava inelegível, houve uma oscilação negativa de dois pontos,
ainda dentro da margem de erro, que é de dois pontos percentuais para mais ou
para menos.
A pesquisa do Instituto da
Democracia apresenta aos entrevistados uma escala de um (esquerda) a 10
(direita). O percentual dos que escolhem a nota mínima — e, portanto, são de
esquerda— se manteve o mesmo em relação à pesquisa de setembro. Há, porém, uma
diferença de cinco pontos percentuais se comparado com 2018, quando a Lava-Jato
vivia seu auge e só 6% se diziam de esquerda.
Majoritariamente
conservador
Além de uma parcela maior
de pessoas de direita, o Brasil tem hoje uma população com opiniões
majoritariamente conservadoras, em especial, nas chamadas pautas de costumes. Por
exemplo, 79% são contrários à legalização do aborto e 70% se opõem à
descriminalização do uso das drogas.
A pesquisa foi feita com
2.558 entrevistas presenciais de eleitores em 167 cidades, de todas as regiões
do país, entre 22 e 29 de agosto. O levantamento é financiado pelo CNPq e pela
Fapemig. A margem de erro é estimada em dois pontos percentuais para mais ou
menos e o índice de confiança é de 95%.
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