Uma estimativa da
Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) detalha que 70% das pessoas que vivem
com a doença de Chagas não sabem que estão infectadas. Ao todo, a Opas acredita
que cerca de 7 milhões de pessoas estejam contaminadas, sendo que sete a cada
10 delas podem viver por anos desconhecendo o diagnóstico, até o avanço dos
sintomas.
Infectologista do Sistema
Hapvida em João Pessoa, Fernando Chagas explica que sua transmissão ocorre
pelas fezes do barbeiro - o inseto deposita o material enquanto suga o sangue
da pessoa. Sem ter noção do que está
acontecendo, muita gente costuma coçar o local atingido, o que causa a entrada
do microorganismo no corpo.
“O inseto tem hábito
noturno, então às vezes a pessoa está dormindo, não sente a picada ou coça de
forma instintiva, colocando o microorganismo para dentro. Também é comum coçar
e depois levar a mão para outras partes do corpo, o que pode causar inchaços e
inflamações”, conta.
A ação silenciosa pode
mascarar a doença por anos, e até décadas. Conforme o especialista, no começo é
comum sintomas agudos como febre, inchaço, sensação de moleza, o que some após
algum tempo. Se perceber nesse período inicial, o tratamento é rápido e
dificilmente a pessoa terá sequelas graves da doença. Após isso, é comum
abrigar o microorganismo sem desconfiar, até que apareçam sinais de algo mais
sério.
Nesse caso, além da
doença, é preciso tratar também as sequelas.
“O vírus se aloja nos músculos - músculo cardíaco, esôfago, também no
cólon - e a pessoa começa a ter problemas intestinais, problemas cardíacos, as
pernas também começam a inchar, assim como o coração”, revela o médico.
Prevenção - É comum que o
barbeiro seja encontrado em locais próximos de matas e se aloje onde consiga
depositar seus ovos, como paredes sem reboco e lenhas. Para evitar a
contaminação, o infectologista recomenda a higienização dos ambientes e também
lavar as mãos com frequência.. “É importante limpar a casa, rebocar as paredes,
colocar telas, evitar ter galinheiro próximo do interior da casa, ter o hábito
de passar repelente e higienizar as mãos também ajuda”, lista.
Contaminação por alimentos
- Em 2005, um surto da doença em Santa Catarina acendeu o alerta para a
importância da higienização em alimentos como forma de evitar a transmissão da
Doença de Chagas. Na época, cerca de 30 pessoas foram contaminadas ao consumir
caldo de cana que continha o parasita. O açaí também pode propagar a infecção.
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