Consórcio Nordeste: PF investiga irregularidades em contrato de compra de ventiladores pulmonares


Vladimir Chaves



A Polícia Federal deflagrou hoje (26/4) a operação Cianose, que investiga a contratação pelo Consórcio Nordeste – entidade que inclui os Estados da região de mesmo nome – de empresa para o fornecimento de 300 ventiladores pulmonares durante o pico inicial da pandemia de Covid-19 no Brasil.

O processo de aquisição que se seguiu contou com diversas irregularidades, como o pagamento antecipado de seu valor integral, sem que houvesse no contrato qualquer garantia contra eventual inadimplência por parte da contratada. Ao fim, nenhum respirador foi entregue.

Foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão, em quatro diferentes Unidades da Federação (Distrito Federal, São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia), todos expedidos pelo Superior Tribunal de Justiça. As buscas contaram com a participação de auditores da Controladoria Geral da União.

Os investigados podem responder pelos crimes de estelionato em detrimento de entidade pública (art. 171, § 3º, do Código Penal), dispensa de licitação sem observância das formalidades legais (art. 89, caput e parágrafo único da Lei de Licitações) e lavagem de dinheiro (art. 10, da Lei nº 9.613/98).

O Consórcio Nordeste foi presidido no período da pandemia pelo governador da Bahia, Rui Costa (PT) — de março de 2019, quando a entidade foi fundada, até setembro de 2020 — e pelo ex-governador do Piauí Wellington Dias (PT), que hoje é um dos coordenadores da campanha de Lula, de setembro de 2020 a janeiro deste ano. Agora o consórcio é comandado pelo governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB).

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