Água do São Francisco só chegará a municípios no final de 2017, diz ministro.


Vladimir Chaves

O ministro da Integração Nacional, Helder Barbalho, afirmou nesta terça-feira (22), em audiência pública da comissão externa que acompanha as obras de transposição do Rio São Francisco, que os municípios beneficiados pelo projeto terão acesso à água em dezembro de 2017.

Segundo Barbalho, a execução física geral da obra é de 90,85%, e a água poderá ser entregue quando o percentual chegar a 95,6. Os 5,4% restantes são obras complementares como pontes, estradas de acesso e cerceamentos.

Ele explicou que a obra é dividida em dois eixos. As cidades abastecidas pelo Eixo Leste terão o acesso disponibilizado em abril do próximo ano, mas as do Eixo Norte, situadas no maior percurso, seguem até dezembro.

O ministro destacou que os trabalhos não estão parados. Segundo ele, a única etapa paralisada é a que estava sendo executada pela empresa Mendes Júnior. A empresa teria enviado um aviso ao ministério alegando incapacidade de completar a obra.

Em agosto, o ministério recebeu o aval do Tribunal de Contas da União (TCU) para abrir um processo de licitação de escolha da empresa que substituirá a Mendes Júnior, para que as obras não sofram descontinuidade.

Crise hídrica

O presidente da comissão, deputado Raimundo Gomes de Matos (PSDB), fez um apelo para que a transposição seja concluída logo porque a crise hídrica no Nordeste é grave. Segundo ele, a população carece de água até para as atividades mais básicas.

Relator da comissão, o deputado Rômulo Gouveia (PSB)  ressaltou que o ministro se sensibiliza com a situação dos nordestinos. “Ele entende a situação e está trabalhando arduamente para acelerar o processo o máximo possível”, avaliou.

Hipótese de seca
Helder Barbalho explicou que não pediu a dispensa de licitação porque ainda não há confirmação oficial de que haverá crise hídrica no próximo ano. “Uma dispensa de licitação de R$ 600 milhões é algo muito complexo. A repercussão da decisão é coletiva, mas a responsabilidade é minha”.

Segundo o ministro, se as obras continuarem sem interrupções, não haverá risco de crise. Ele disse que pedirá a dispensa caso haja comprometimento dos prazos estabelecidos. “Hoje, o colapso é uma hipótese, em janeiro eu saberei se efetivamente haverá seca ou não. A partir daí, justifica-se a decretação de um estado de calamidade e, consequentemente, um pedido de dispensa de licitação”, afirmou.


O ministro também destacou que, durante sua gestão, triplicou o repasse financeiro ao chamado Cinturão das Águas, no Ceará, para antecipar a finalização das obras. Helder Barbalho acrescentou que os recursos a serem investidos em 2017 já estão garantidos, e que, independentemente da crise, os trabalhos não irão parar. 

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