Por Marcos Alfredo Alves: Por que o São João de Campina Grande é o maior do mundo.


Vladimir Chaves

Cai em grande equívoco quem achar que o título de Maior São João do Mundo, ostentado com orgulho por Campina Grande há 32 anos, se mantém por conta de programação no palco principal do Parque do Povo. É uma leitura muito aquém sobre o real valor de uma iniciativa que, há muitos anos, saiu do status de festa para se transformar numa grande indústria do turismo de eventos.

Seria o equivalente a imaginar que o carnaval do Rio de Janeiro se projetou internacionalmente porque, nas escolas de samba, a grande atração dos desfiles na cidade maravilhosa, grandes atrações participavam e justificavam o sucesso da festa. Nem de longe. Muito pelo contrário. Assim como já acontece com o São João de Campina há anos, o evento é uma grande vitrine a atrair celebridades, artistas e afins.

A grandeza do São João de Campina Grande vem da força de suas raízes culturais e das múltiplas manifestações e eventos que marcam sua realização ao longo de 30 dias, além da programação artística do palco principal do Parque do Povo. Ele se agiganta com as exibições das quadrilhas juninas; nos shows autênticos dos trios de forró nas “ilhas” do PP; no conteúdo agregado dos parceiros como o Sesi e o Sebrae; nas parcerias dos veículos de comunicação da cidade; na grade das casas de shows, com alternativas para todos os públicos; nas viagens lúdicas do trem forroviário; na ornamentação dos estabelecimentos comerciais; no envolvimento de colégios, faculdades e das redes públicas de ensino municipal e estadual; nas promoções nos distritos e zona rural; na geração de milhares de empregos na cadeia produtiva junina; na superlotação dos hotéis, pousadas e da hospedagem alternativa.

Campina Grande, este ano especificamente, volta a realizar o Maior São João do Mundo, para desgosto de grupelhos que torcem contra a cidade. Com um layout renovado, fortalecimento de nossas tradições e a decisão acertada de “desinstitucionalizar” a festa e transformá-la num patrimônio de toda a cidade, a Prefeitura realiza um São João com os “pés no chão”, respeitando o dinheiro público e zelando pelo aspecto profissional na formatação do evento.

É o desafio de se fazer o mais com o menos, sem se perder a essência e garantindo a sobrevivência do evento em meio a uma grave crise econômica, uma crise hídrica muito grave e uma sensação de insegurança pública sem precedentes. É o São João da superação. E Campina Grande, mais uma vez, está provando para o Brasil e o mundo o seu valor.

(Publicado originalmente no Facebook de Marcos Alfredo Alves)

0 comentários:

Postar um comentário