Alunos do Bolsa Família têm aprovação maior que os comuns


Vladimir Chaves

Os alunos do Norte e Nordeste que são beneficiários do programa Bolsa Família passam mais de ano do que o resto dos estudantes brasileiros no ensino médio, de acordo com dados divulgados pela ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello. No Norte e Nordeste, a taxa de aprovação é, respectivamente, 82,3% e 82,7%. Enquanto que no restante do Brasil o número é de 75,2%. A conclusão faz parte do cruzamento de dados do último Censo Escolar, de 2011, com números do MDS. A divulgação foi feita durante o 14º Fórum dos Dirigentes Municipais de Educação, em Mata de São João, na Bahia. “Acho que nunca na historia do mundo a gente teve um indicador social em que as crianças mais pobres fossem melhores que a media nacional”, afirmou a ministra.

“Assim que o Bolsa Família se tornou realidade, passou a ser conjunto para garantir essas crianças na escola. Não só taxa de abandono caiu, como taxa de aprovação melhorou. Pela primeira vez no Brasil, indicadores sociais iguais são melhores do que média nacional. É pouco, mas salto deste tamanho em 10 anos é um espetáculo. São os mais pobres que estão empurrando esses indicadores para cima”, disse a ministra a uma plateia com cerca de mil secretários de educação do País.

Os estudantes cadastrados no programa também superam os que não recebem o beneficio se comparamos os dados nacionais. Em 2011, 79,9% dos alunos do Bolsa Família de todo o Brasil passaram de ano enquanto que só 75,2% dos adolescentes que não precisam da ajuda conseguiram ser aprovados.

De acordo com a ministra, uma das explicações seria que a taxa mínima de presença exigida pelo Bolsa Família é maior do que a estabelecida pelas escolas públicas para os alunos que não estão cadastrados no programa. Abandono escolar é menor entre crianças e jovens que recebem Bolsa Família

Desde 2008, o Censo Escolar já apontava que as taxas de evasão são menores do que a de alunos que não participam do programa. Enquanto a taxa média de abandono escolar para alunos do ensino fundamental naquele ano foi de 4,8%, entre os participantes do programa registrou-se um índice de 3,6%. Entre os alunos do ensino médio a diferença é maior: 14,3% no total contra 7,2% entre os que recebem a bolsa.

Transferência de renda e educação
Desde a sua criação, em 2003, o Bolsa Família articula ações de educação para melhorar a situação de vida dos seus beneficiários. Além do monitoramento da frequência escolar de alunos de 6 anos a 17 anos a cada bimestre, uma parceria entre o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e o Ministério da Educação (MEC) prioriza a implantação do Programa Mais Educação em escolas com maioria de alunos beneficiados pelo programa.

A ação do MEC significa permanência dos estudantes em horário integral na escola. A adesão ao Mais Educação é feita pela escola que recebe recursos adicionais do MEC para desenvolver atividades ligadas ao esporte, à cultura, ao meio ambiente e ao reforço escolar, entre outras. Neste ano, o prazo para adesão ou readesão pelas instituições de ensino termina no dia 31 de maio.

Mais de 11,7 mil escolas se inscreveram no programa do MEC até o último dia 15. Essa quantidade representa 67% do total de unidades com maioria de alunos atendidos pelo Bolsa Família e o cumprimento da meta acertada entre os dois ministérios, que é alcançar pelo menos 50%.

Atualmente, cerca de 32 mil escolas já participam do Mais Educação. Destas, 17,9 mil têm maioria de estudantes do programa de transferência de renda. A meta para este ano é chegar 47 mil escolas no Mais Educação.

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