Cuidar da alma: O chamado para uma vida centrada em Deus


Vladimir Chaves

“E não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei, antes, aquele que pode fazer perecer no inferno a alma e o corpo.” (Mateus 10.28)

Jesus nos lembra que a vida verdadeira não está apenas no corpo, mas na alma; a parte eterna e imortal do ser humano. O corpo é o instrumento que nos conecta ao mundo físico por meio dos sentidos: paladar, visão, tato, olfato e audição. Já a alma é o centro de quem somos: nela habitam a vontade, os sentimentos, o intelecto, a memória, a imaginação e a capacidade de amar e decidir.

Quando o corpo sofre, a alma sente; e quando a alma adoece, o corpo também padece. Essa conexão revela que o cuidado com a alma é tão essencial quanto o cuidado físico. Porém, enquanto o corpo é passageiro, a alma é eterna. Por isso, Jesus nos adverte a temer não os que podem ferir o corpo, mas aquele que tem poder sobre a eternidade da alma.

Estudar e compreender a natureza da alma fortalece a fé cristã, pois nos lembra da dignidade e da responsabilidade que temos diante de Deus. Em um mundo cada vez mais materialista e relativista, é urgente reafirmar a verdade bíblica: a alma humana é imortal e precisa de salvação. Fomos criados à imagem e semelhança do Criador (Gn 2.7) e chamados a viver em santidade e comunhão com Ele.

Desde o princípio, Deus concedeu ao homem consciência, razão e poder de decisão moral ; dons que refletem sua própria natureza. Adão foi colocado no jardim para lavrar e guardar (Gn 2.15), discernindo entre o certo e o errado (Gn 2.16-17) e nomeando os animais (Gn 2.19). Tudo isso mostra que a alma humana possui uma inteligência e sensibilidade únicas, que expressam a imagem divina. 

Também na dimensão afetiva, o homem revela a alma viva que Deus lhe deu. A criação de Eva e a reação de alegria de Adão (Gn 2.18,23) mostram a capacidade humana de amar, se relacionar e expressar emoção; marcas profundas da presença do Espírito de Deus em nós.

Assim como a água é essencial para a vida física, a presença de Deus é essencial para a vida espiritual. Quando deixamos de ter sede de Deus, morremos por dentro. Por isso, é vital manter viva a fome de conhecer o Senhor, de buscar sua presença e de andar em comunhão constante por meio da Palavra e da oração.

As distrações deste mundo (preocupações, prazeres e conquistas) podem sufocar o desejo espiritual e apagar a chama da fé (Mc 4.19). Precisamos guardar o coração, alimentar a alma com as verdades de Deus e manter os olhos fixos em Cristo.

Cuidar da alma é mais do que um dever; é um ato de amor ao Criador e de preparo para a eternidade. O corpo um dia voltará ao pó, mas a alma permanecerá diante de Deus; e o modo como a tratamos hoje determinará o destino que viveremos para sempre.

0 comentários:

Postar um comentário

Conteúdo é ideal para leitores cristãos interessados em doutrina, ética ministerial e fidelidade bíblica.