A liberdade que a religião não entende


Vladimir Chaves

A liberdade de quem vive o Evangelho de verdade sempre incomodou os religiosos. Desde os dias de Jesus, a palavra liberdade soava perigosa demais para aqueles que construíram sua fé em torno do controle. A religião tenta moldar pessoas obedientes, mas o Evangelho busca corações transformados.

Os fariseus, por exemplo, se escandalizavam ao ver Jesus se assentar com pecadores, curar no sábado ou perdoar quem, pela lei, deveria ser condenado. Eles não conseguiam compreender que a verdadeira santidade não nasce da rigidez das regras, mas da transformação que vem da graça. Jesus veio para libertar o homem, não apenas das correntes do pecado, mas também do peso da religião sem vida.

“Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres.” (João 8:36)

A graça é escandalosa justamente porque não pede permissão às tradições humanas. Ela não negocia com a culpa, não exige penitências para conceder perdão. Ela simplesmente oferece liberdade. E isso assusta quem aprendeu a servir por medo e não por amor.

Enquanto a religião busca controlar, o Evangelho convida a amar. A religião impõe fardos, o Evangelho remove pesos. A religião exige sacrifícios, o Evangelho apresenta o sacrifício já consumado na cruz.

“Foi para a liberdade que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes e não vos submetais, de novo, a um jugo de escravidão.” (Gálatas 5:1)

Quem vive o Evangelho entende que a obediência não nasce da imposição, mas da gratidão. Somos livres não para viver no pecado, mas para viver em Cristo; sem medo, sem culpa, com o coração rendido à graça.

“Onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade.” (2 Coríntios 3:17)

A liberdade do Evangelho não é rebeldia contra Deus, é o retorno ao propósito original: viver guiado pelo Espírito, não por regras mortas. É a liberdade que transforma o servo em filho e o pecador em nova criatura.

“Se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que tudo se fez novo.” (2 Coríntios 5:17)

No fim, é por isso que o Evangelho verdadeiro ofende os religiosos: porque ele mostra que Deus não quer apenas comportamentos corretos, mas corações livres.

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