Estamos repetindo a receita catastrófica da estatização da vida produtiva


Vladimir Chaves


“É tão fácil estar errado – e persistir em estar errado – quando os custos de estar errado são pagos por outros.” – Thomas Sowell

Imagine um cozinheiro que fez um bolo com uma certa receita e todos que comeram adoeceram depois.

Imagine que ele repete a receita e todos novamente passam muito mal. O mais logico seria este padeiro jogar esta receita fora e não mais utilizá-la.

Infelizmente este é o caminho da receita errada que estamos tomando na solução desta pandemia, implementando uma verdadeira socialização da nossa economia.

Estamos abrindo mão de nossos direitos bovinamente acreditando que os políticos podem gerir melhor uma crise do que aqueles que produzem.

Isto é uma ilusão gigantesca já provada pela história. Dívidas públicas são prorrogadas, confiscos estão sendo executados, e, pasmem, aumento de impostos já caminham pelo Congresso. Até estatizações já são autorizadas pelo STF.

Acreditar que o endividamento do governo aumenta a riqueza é acreditar que burocratas assalariados são gastadores mais sábios do que donos de dinheiro.

O governo não pode fazer crescer uma economia e muito menos gerar riqueza. Este é o papel do setor privado.

Um aumento nos gastos do governo significa, assim, o enfraquecimento dos geradores de riqueza.

Estamos deslizando para uma farra de gastos fiscais em altíssima velocidade.

Mas lembre-se, déficits e endividamento governamentais são também uma questão moral crucial para a vida de cada brasileiro.

O governo deveria liberar os recursos necessários para os vulneráveis, preservação do emprego e empresários cortando severamente seus gastos.

Não há uma única palavra e nem sinalização sobre isto. Estamos repetindo a receita catastrófica da estatização da vida produtiva.

Se continuarmos assim, tenha a certeza de que a “cura” do governo para esta pandemia será muito pior do que a própria doença.


Antônio Cabrera
Ex-ministro da Agricultura, veterinário e empresário.

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