O crime agradece: Câmara aprova criminalização do abuso de autoridade


Vladimir Chaves


Em menos de cinco horas, a Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei n° 7596/2017 que criminaliza o abuso de autoridade por agentes públicos.

A urgência para votar o projeto foi aprovada por volta de 17 horas por 342 votos a 83. Cinco horas depois, às 22 horas, o plenário aprovou o projeto em si com o presidente da casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), atropelando a votação para que ela fosse simbólica, sem que fosse preciso mostrar quem votou a favor ou contra a aprovação.

Os deputados mais “preocupados” com o tema foram aqueles que defendem “Lula livre”. O NOVO foi o único partido que atuou de verdade, com requerimentos, para tentar evitar que o projeto fosse aprovado em tempo recorde.

Deputados ligados à segurança pública disseram que vão pressionar pelo veto de pontos da proposta, como a restrição do uso de algemas e a obrigatoriedade de identificação de policial. “Estamos criminalizando a atividade policial”, disse o deputado Subtenente Gonzaga (PDT-MG).

Líder do PSL, o deputado Delegado Waldir (GO) disse que a proposta vai inviabilizar a atuação das forças policiais. “Quando a gente coloca em uma mesma panela o Executivo, o Legislativo e o Judiciário, estamos esquecendo que cada um tem um papel diferente. O policial brasileiro é a linha de frente”, afirmou.

Investigação judicial

Para o deputado Marcelo Calero (Cidadania-RJ) algumas investigações, como a de crimes de colarinho branco, podem ser afetadas pela proposta aprovada. “Não podemos comprometer investigações de grande porte que mudaram a cara da política brasileira. Essa lei não pode ser sinônimo de impunidade”, disse.

Ele criticou a definição de crime quando a autoridade der início ou proceder a investigações ou processos sem justa causa fundamentada ou contra quem sabe ser inocente.

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