Uma semana após a
conturbada votação da reforma trabalhista na Câmara, agora é a vez da reforma
da Previdência passar na Casa. As duas reformas foram enviadas pelo presidente
Michel Temer (PMDB) ao Congresso no final do ano passado. Pesquisa realizada
pelo Datafolha e revelada no jornal Folha de S. Paulo, nesta segunda-feira
(1º), aponta grande rejeição entre os brasileiros – 71% são contrários à
reforma.
Entre os funcionários
públicos, que representam 6% da amostra, a rejeição chega a 83%. Pela proposta do governo, esse é um dos
grupos mais ameaçados pelas mudanças nas regras para aposentadorias e pensões.
Entre todos os grupos
sociodemográficos, a taxa cresce entre mulheres (73%), brasileiros que ganham
entre 2 e 5 salários mínimos (74%), jovens de 25 a 34 anos (76%) e os com
ensino superior (76%).
Em pontos específicos,
pelo menos 27% são contra a idade mínima de 65 anos para a aposentadoria dos
homens e 25% se opõem à idade de 62 anos para mulheres. Na última semana,
prevendo uma derrota na aprovação do relatório, o relator, em acordo com o
governo, fixou a idade mínima de aposentadoria para mulheres em 62 anos e não
mais em 65, como havia anunciado. Os homens, porém, só poderão requerer
aposentadoria após os 65 anos, de acordo com o texto.
A pesquisa Datafolha
realizou 2.781 entrevistas em 172 municípios na quarta (26) e na quinta (27),
antes das manifestações ocorridas na última sexta-feira (28), com a greve geral
convocada pelos principais sindicatos do país. Apesar das manifestações
contrárias às reformas, Temer já avisou que continuará com as propostas.
A Comissão Especial da
Reforma da Previdência (PEC 287/16) pretende terminar a lista de inscritos
amanhã (terça-feira, 2) e votar o substitutivo do relator até quinta-feira (4).
A previsão é que o texto seja analisado pelo plenário da Casa na próxima
semana.
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