Reforma tributária: Relator defende imposto zero para medicamentos e alimentos.


Vladimir Chaves

Finalmente algo de positivo partindo da Câmara dos Deputados, é que, o relator da Comissão Especial sobre a Reforma Tributária, Luiz Carlos Hauly (PR), está defendendo em seu relatório a adoção de  imposto zero incidente sobre medicamentos e alimentos e a extinção de diversos impostos.

“São propostas que visam o amanhã, as próximas gerações. Isso aqui não é um projeto pensando em eleição, mas sim uma proposta para o futuro do Brasil”, disse Hauly.

Segundo ele, um dos principais objetivos da reforma é a simplificação do atual modelo, classificado de “caótico” por ele. O parlamentar avalia que as mudanças são fundamentais para melhorar o ambiente de negócios, a renda das pessoas e gerar empregos.  A alteração, defende, que é preciso acabar com problemas como regressividade (os mais pobres são mais tributados que os mais ricos), complexidade, burocracia e excesso de renúncias fiscais. Uma das principais medidas é o imposto zero sobre medicamentos e alimentos.

Se as propostas apresentadas pelo tucano forem aprovadas, ele acredita que o Brasil terá o potencial de registrar taxas de crescimento chinesas. O texto prevê a extinção de diversos impostos: ICMS (estadual), IPI e Cofins (federais), ISS (municipal) e Salário-Educação (partilhado). Seriam então criados apenas dois tributos: o Imposto sobre Valor Agregado (IVA), de competência estadual; e um seletivo, destinado à União, que incidiria sobre energia elétrica, combustíveis, cigarros, bebidas, entre outros produtos. Aos municípios seriam então transferidos todos os tributos sobre o patrimônio: IPTU, ITBI, IPVA, ITCMD e ITR.

Nesse sentido, Hauly pretende propor o fim da tributação diferenciada entre os estados. Atualmente, essa diferenciação acaba fazendo com que empresas e indústrias procurem determinados estados em detrimento de outros, provocando a chamada guerra fiscal. O tucano afirma que por causa disso e de todas as discrepâncias do sistema, o Brasil como um todo tem deixado de ser destino de empresas, que preferem, por exemplo, o vizinho Paraguai.


Toda a reestruturação do sistema de impostos brasileiro, de acordo com a proposta a ser apresentada por Hauly, acontecerá progressivamente. Durante os primeiros cinco anos seriam discutidos e aprovados os novos critérios de partilha, que entrariam em vigor a partir do 6° ano e seriam aplicados gradualmente por 15 ou 20 anos.

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