Hoje 6 de junho de 2025, o escândalo do Mensalão completa 20 anos desde que veio à tona em junho de 2005, revelando um esquema criminoso de compra de apoio político no Congresso Nacional durante o governo do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O que foi o Mensalão?
O Mensalão foi um esquema
criminoso de pagamento mensal a parlamentares da base aliada em troca de apoio
em votações no Congresso. A operação envolveu grandes figuras do Partido dos
Trabalhadores (PT) e de outros partidos da base governista. Os recursos para
compra de parlamentares eram provenientes, em parte, de contratos públicos
desviados e de empréstimos fraudulentos com bancos.
Julgamento histórico
O caso foi julgado pelo
Supremo Tribunal Federal em 2012, no processo conhecido como Ação Penal 470. A época
o julgamento foi considerado um marco na luta contra a corrupção no Brasil.
Pela primeira vez, políticos de alto escalão e empresários poderosos foram
condenados pelo STF.
25 réus foram condenados:
Núcleo político
José Dirceu – ex-ministro da
Casa Civil (PT)
José Genoino – ex-presidente
do PT
Delúbio Soares –
ex-tesoureiro do PT
Valdemar Costa Neto –
deputado federal e atual presidente dirigente do PL
Roberto Jefferson – deputado
federal e presidente do PTB
Pedro Corrêa – deputado
federal e presidente do PP
Pedro Henry – deputado
federal (PP)
Bispo Rodrigues –
ex-deputado federal
Romeu Queiroz – ex-deputado
federal (PTB)
Vinícius Samarane –
ex-diretor do Banco Rural
Núcleo publicitário (operacional)
Marcos Valério Fernandes de
Souza – publicitário, operador do esquema
Cristiano Paz – sócio de
Marcos Valério
Ramon Hollerbach – sócio de
Marcos Valério
Simone Vasconcelos –
diretora da SMP&B
Geiza Dias – funcionária da
SMP&B
Kátia Rabello – presidente
do Banco Rural
José Roberto Salgado –
vice-presidente do Banco Rural
Vinícius Samarane – diretor
do Banco Rural
Núcleo financeiro e partidos
Henrique Pizzolato –
ex-diretor de marketing do Banco do Brasil
Emerson Palmieri –
ex-tesoureiro informal do PTB
Enivaldo Quadrado – dono da
corretora Bônus-Banval
Breno Fischberg – sócio da
Bônus-Banval
José Borba – ex-deputado
(PMDB/PR)
João Cláudio Genu – assessor
do PP na Câmara
Antonio Lamas
Algumas penas foram
significativas, e os condenados chegaram a cumprir parte delas em prisão
fechada ou semiaberta
O império da impunidade:
Apesar do impacto inicial do
julgamento, no final o “jeitinho brasileiro” prevaleceu e boa parte dos
condenados cumpriram penas curtas ou tiveram as penas convertidas para regime
domiciliar.
Hoje, no Lula III, muitos retornaram
a vida pública, ocupando cargos políticos ou influentes, alguns como José
Dirceu em plena campanha para retornar ao Congresso Nacional.
Com uma democracia capenga o
Brasil não foi capaz de promover reformas estruturais significativas contra a
corrupção no sistema político, o que tem permitido o retorno de muitos as cenas
do crimes.
Graças a impunidade, de 2005 para cá o Brasil tem enfrentado escândalos ainda maiores, como a Operação Lava Jato, que de igual forma terminou em “pizza” com as anulações das condenações por parte do STF, impulsionados por essa impunidade a corrupção tomou folego e agora o país assiste a mais um escândalo ROUBO DO DINHEIRO DOS APOSENTADOS, e de igual forma também deve terminar com a vitória da impunidade.
“O julgamento do Mensalão
foi um divisor de águas. Mas a impunidade foi mais resistente que a
indignação.”
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