Parlamentares da CPMI criticam ofício de Flávio Dino sobre uso da Força Nacional


Vladimir Chaves



O presidente da CPMI do 8 de Janeiro, deputado Arthur Maia (União-BA), leu nesta quinta-feira (31) um ofício do ministro da Justiça, Flávio Dino, sobre o uso da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP) no dia dos ataques. O documento provocou forte reação dos parlamentares.

Segundo a nota do ministro, a FNSP só poderia ser acionada para conter os manifestantes após uma autorização do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha — o que ocorreu apenas às 17h29 do dia 8 de janeiro. O entendimento, segundo Flávio Dino, é fundamentado em uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de 2020.

No entanto o ex-ministro da Justiça e senador Sergio Moro (União), desqualificou os argumentos de Flávio Dino.

“Havia quatro pelotões de choque da Força Nacional de Segurança Pública no estacionamento do Ministério da Justiça. Os manifestantes romperam a barreira [da Polícia Militar] do Distrito Federal e passaram na frente do Ministério da Justiça. Havia quatro pelotões que não agiram. O Ministério da Justiça sabia do risco de invasão e depredação de prédios públicos, mas eles ficaram parados” disse Moro.

O ministro enviou um segundo ofício à CPMI sobre imagens gravadas no Palácio da Justiça no dia dos ataques. Flávio Dino informa que foram preservados apenas os vídeos incluídos como prova em um inquérito da Polícia Federal. As demais foram apagadas após 30 dias, como prevê o contrato firmado com a empresa terceirizada responsável pela gravação dos vídeos.

A CPMI está reunida para ouvir o general Marco Edson Gonçalves Dias. O militar era o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) no dia dos ataques.

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