Falta oxigênio nos hospitais do Amazonas por causa da alta de Covid-19.


Vladimir Chaves



Está faltando oxigênio nos hospitais do Amazonas. A empresa White Martins, que faz o fornecimento ao estado, só consegue produzir 25 mil metros cúbicos por dia, mas a demanda atual é de 70 mil metros cúbicos. O aumento do consumo de oxigênio nos hospitais amazonenses é por causa do agravamento da Covid-19.

Nesta quinta-feira, o problema foi abordado por autoridades de saúde do Amazonas e do governo federal em entrevista coletiva.

O secretário estadual da Saúde do Amazonas, Marcellus Campêlo, afirma que foi surpreendido com o crescimento da demanda: 2,5 vezes a mais que o registrado no pico da doença do ano passado.

De acordo com o secretário de Atenção Especializada do Ministério da Saúde, coronel Franco Duarte, enquanto a disponibilidade de oxigênio não for normalizada, os pacientes vão ser transferidos para outros estados.

O primeiro grupo de pacientes vai ser levado para Goiás, Distrito Federal, Piauí, Maranhão e Rio Grande do Norte.

O relaxamento das medidas de proteção contra o novo coronavírus e as aglomerações, principalmente nas eleições municipais do ano passado e as festas de final de ano, podem ser os principais motivos da piora do quadro da Covid-19 no Amazonas.

Com alta de 66% na média de mortes pela Covid-19 em 14 dias e os hospitais lotados, o Amazonas revive o pesadelo da pandemia. Famílias de pacientes relatam dificuldades de atendimento e profissionais de saúde reclamam de estrutura precária e sobrecarga de trabalho.

Segundo Tatyana Amorim, da Fundação de Vigilância em Saúde do estado, a descoberta de uma nova variante do coronavírus também pode estar relacionada ao crescimento de casos.

O governador Wilson Lima disse que vai ampliar as medidas de restrição para evitar a disseminação do novo coronavírus. Será publicado um decreto impondo toque de recolher das 19h às 6h em todo o Amazonas.

O transporte de passageiros, terrestre e fluvial, também está proibido no Amazonas. Apenas cargas poderão circular.

Wilson Lima disse ainda que o estado entrou na Justiça para que a White Martins garanta o fornecimento de oxigênio suficiente para atender os pacientes de Covid-19.

Em nota, a empresa informou que conseguiu ampliar até o limite máximo a capacidade de produção em Manaus – de 25 para 28 mil metros cúbicos por dia – e direcionou toda a produção de oxigênio da unidade para o segmento medicinal. A White Martins também afirma que já viabilizou o envio de 500 cilindros, com suporte da FAB, o que representou um acréscimo de volume de 5 mil metros cúbicos.

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