44,8% das empresas foram afetadas negativamente pela pandemia na primeira quinzena de julho


Vladimir Chaves

Dos 2,8 milhões de empresas em funcionamento na primeira quinzena de julho, 44,8% informaram que a pandemia afetou negativamente suas atividades, enquanto para 28,2% o efeito foi pequeno ou inexistente e para 27,0% o efeito foi positivo.

As empresas do setor de Serviços foram as que mais sentiram impactos negativos (47,0%), com destaque para o segmento de Serviços prestados às famílias (55,5%). No Comércio, 44,0% relataram efeitos negativos e na Construção, 38,0%. No setor industrial, 42,9% das empresas destacaram impacto negativo, enquanto para 33,1% o efeito foi pequeno ou inexistente e para 24,1% o impacto foi positivo.

Os resultados da terceira rodada da Pesquisa Pulso Empresa refletem as percepções das empresas em funcionamento ao final da primeira quinzena de julho, comparadas à segunda quinzena de junho. A pesquisa acompanha os principais efeitos da pandemia de Covid-19 na atividade das empresas não financeiras e faz parte das Estatísticas Experimentais do IBGE.

Os efeitos negativos foram percebidos por 44,9% das empresas de pequeno porte, 39,1% das intermediárias e 39,2% das de grande porte. Por grandes regiões, os efeitos seguiram negativos para mais da metade (51%) das empresas no Centro-Oeste, 48% no Norte, 47% no Sul e 46% no Sudeste. No Nordeste, o efeito foi positivo para 38% das empresas.

A queda nas vendas ou serviços comercializados devido à pandemia foi sentida por 46,8% das empresas. Já 26,9% disseram que o efeito foi pequeno ou inexistente e 26,1% relataram aumento nas vendas com a pandemia. A queda nas vendas foi sentida por 46,9% das companhias de pequeno porte, 40,7% das intermediárias e 31,9% das de grande porte. Nas empresas de maior porte, destaque para o percentual de 37,6% que relataram efeito pequeno ou inexistente.

Para os setores, a percepção de redução nas vendas foi sinalizada por 51,6% das empresas do Comércio, 45,8% de Serviços, 40,8% da Indústria e 31,9% da Construção. Por segmento, observa-se um maior percentual de empresas com percepção de redução nas vendas no Comércio Varejista (54,5%), Serviços profissionais, administrativos e complementares (48,1%) e Serviços prestados às famílias (47,7%).

Na primeira quinzena de julho, 47,4% das empresas em funcionamento não tiveram alteração significativa na sua capacidade de fabricar produtos ou atender clientes, 41,2% tiveram dificuldades e 11,3%, facilidades. Além disso, 51,8% não perceberam alteração significativa no acesso aos seus fornecedores e 38,6% tiveram dificuldades.

Cerca de 47,3% das empresas em funcionamento tiveram dificuldades em realizar pagamentos de rotina na primeira quinzena de julho, enquanto 46,3% consideraram que não houve alteração significativa.

Quanto ao pessoal ocupado, oito em cada dez empresas em funcionamento (80,7% ou 2,2 milhões) mantiveram o número de funcionários na primeira quinzena de julho em relação à quinzena anterior, 13,5% indicaram redução no quadro e 5,3% aumentaram o número de empregados.

Já entre as 380 mil empresas que reduziram a quantidade de empregados, 70,8% diminuíram em até 25% seu pessoal. Independentemente do porte, atividade econômica ou localização geográfica, os maiores percentuais de redução ficaram no patamar de até 25% do pessoal.

Entre as ações para atenuar os efeitos da pandemia, destacou-se a prevenção e manutenção de medidas extras de higiene, adotadas por cerca de 86,7% das empresas em funcionamento. Além disso, 38,7% mantiveram o trabalho domiciliar (teletrabalho, trabalho remoto e trabalho à distância) e 22,4% anteciparam férias dos funcionários.

Cerca de 32,0% das empresas alteraram o método de entrega de seus produtos ou serviços, enquanto 18,0% lançaram ou passaram a comercializar novos produtos e/ou serviços na primeira quinzena de julho.

 

Estima-se, ainda, que 37,6% das empresas adiaram o pagamento de impostos e 12,8% conseguiram uma linha de crédito emergencial para pagar os salários dos funcionários.

Na adoção dessas medidas, cerca de 34,8% das empresas sentiram-se apoiadas pela autoridade governamental, sendo mais frequente entre as empresas de grande porte (500 ou mais funcionários Entre as que adiaram o pagamento de impostos, esse percentual foi de 65,4% e entre as que conseguiram linhas de crédito para o pagamento da folha salarial, 80,6%.

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