Por Renato Cunha Lima: Religião é veneno?


Vladimir Chaves


"Religião é veneno", disse Mao Tsé- tung ao Dalai-lama em 1955, no início da ocupação chinesa do Tibete, invasão que resultou num massacre de um milhão de tibetanos.

O socialismo desde a revolução russa enxerga a religião como ameaça, na esquerda em geral a religiosidade sempre foi vista como obstáculo para suas narrativas de dominação da massa, muitas facetas na história mostram uma espécie de "concorrência" filosófica e sociológica.

Nem todos agiram como o ditador Mao que além de budistas perseguiu católicos na China, ou como Hittler que perseguiu e massacrou judeus, outros tentaram persuadir e infiltrar na religiosidade como na América Latina com a Teoria da Libertação, favoráveis ao ecumenismo e à inculturação da fé, em resumo utilizando do catolicismo para implementar narrativas comunistas e socialistas.

Narrativa, esse é o ponto fulcral, não pensem amigos que guerras são travadas apenas com armas, a maior guerra está nas mentes das pessoas, na cultura e suas tradições, por isso a tentativa de massacrar religiões, de infiltrar nas religiões e de diminuir ao menos seu grau de influência na sociedade.

Religiões e tradições são as grandes ameaças da narrativa manipuladora da esquerda, por isso testemunhamos até hoje ofensas à religiosidade e ao sagrado, como foi no desfile da Gaviões da Fiel em São Paulo.

Quem tiver um pouco de memória também se recordará dos movimentos feministas e LGBT, hoje dominados pela narrativa da esquerda, vilipendiando ícones religiosos e sacros como Santos e Crucifixos.

Volto a dizer, a narrativa conseguiu difundir conceitos que enfraqueceram as religiões ao longo do tempo, na França no início do século vinte surgiu o laicismo, princípio político que rejeita a influência da Igreja no Estado e os assuntos religiosos devem pertencer somente a esfera privada do indivíduo.

Na constituição brasileira inclusive institui no País como Estado laico, muitas vezes confundida como Estado sem religião, o que não é verdade, mas com base nisso não faltam tentativas de minar a religiosidade do povo, inclusive recentemente podemos observar autoridades no ministério público requerendo a retirada de crucifixos de repartições públicas.

De certo que Estado e Religião quando combinadas é danoso e arriscado para absolutismos totalitários, contudo povos precisam de liberdade religiosa e cultural, liberdade essa que continua até hoje incomodando a narrativa da esquerda.

Eis que na década de 90 surge o politicamente correto, um complexo e entranhando conceito de auto-vitimização de setores ditos e reconhecidos como minorias, não por acaso neste período, quando o socialismo e o comunismo perderam na narrativa econômica com a ícone queda do muro de Berlin e o fim da União Soviética.

Portanto sobrou para a esquerda dominar as lutas raciais, feministas, ambientais e LGBT, conceituando rótulos, teorias, retóricas e narrativas, de fato a esquerda encontrou terreno farto para desenvolver discursos para dominar estes setores da sociedade com sectarismos, aproveitando os métodos herdados pelo movimento sindical espalhando e difundido no mundo a estratégia de dividir para conquistar.

O politicamente correto ganhou força e hoje é reconhecido como o mal do século, por quem resiste a pasteurização do comportamento e hoje religiosidade é visto como contracultura, como na tríade tradição, família e propriedade.

Quanto a pergunta que entitula o texto, eu faço uma analogia com a medicina e veneno ou remédio depende do ponto de vista e da dosimetria e no caso da ameaça da narrativa da esquerda, ópio danoso a sociedade e aos indivíduos a religião é um antídoto, assim como as tradições culturais e a força da instituição família.

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