Deputados “estupram” projeto contra corrupção aprovando emenda que “engessa” atuação de juízes e promotores.


Vladimir Chaves

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), embromou o quanto pode para colocar em votação o Projeto de Lei com as medidas contra a corrupção (PL4850/16), e só na calada da noite da madrugada desta quarta-feira (30), é que emendas de interesses dos parlamentares começaram a ser votadas, como a emenda do deputado Weverton Rocha (PDT-MA), que “engessa” a atuação de juízes e promotores, com dispositivos que blindam corruptos e punem juízes e promotores.

Aprovada por 313 votos a 132 e 5 abstenções. A emenda prevê casos de responsabilização de juízes e de membros do Ministério Público por crimes de abuso de autoridade. Entre os motivos listados está a atuação com motivação supostamente político-partidária.

Divulgação de opinião
No caso dos magistrados, também constituirão crimes de responsabilidade proferir julgamento quando, por lei, deva se considerar impedido; e expressar por meios de comunicação opinião sobre processo em julgamento. A pena será de reclusão de seis meses a dois anos e multa.

Qualquer cidadão poderá representar contra magistrado perante o tribunal ao qual está subordinado. Se o Ministério Público não apresentar a ação pública no prazo legal, o lesado pelo ato poderá oferecer queixa subsidiária, assim como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e organizações da sociedade civil constituída há mais de um ano.

Ministério Público
Entre os outros atos que poderão ensejar ação por crime de responsabilidade contra membros do Ministério Público destacam-se a instauração de procedimento “sem indícios mínimos da prática de algum delito” e a manifestação de opinião, por qualquer meio de comunicação, sobre processo pendente de atuação do Ministério Público ou juízo depreciativo sobre manifestações funcionais.

A pena e a forma de apresentação da queixa seguem as mesmas regras estipuladas para o crime atribuível ao magistrado.

Confira os votos dos deputados da Paraíba.

A favor do engessamento de juízes promotores:

Aguinaldo Ribeiro - PP
André Amaral - PMDB
Benjamin Maranhão - Solidariedade
Efraim Filho - DEM
Luiz Couto - PT
Manoel Junior - PMDB
Wellington Roberto - PR
Wilson Filho – PTB

Contra o engessamento de juízes e promotores:
Pedro Cunha Lima – PSDB
Rômulo Gouveia – PSD

Ausentes:
Damião Feliciano (PDT)

Hugo Motta (PMDB)

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