Vivemos dias em que a
urgência do Evangelho parece ter sido abafada pelo barulho dos interesses
pessoais, pela institucionalização da fé e por uma superficialidade que não
combina com o peso da eternidade.
Enquanto o mundo caminha
para o seu desfecho profético, muitas igrejas (e líderes) seguem em direção
oposta à cruz. Precisamos dizer a verdade: Jesus está voltando, e o Reino de
Deus não é um negócio, não é palco de vaidades, nem lugar para
entretenimento religioso.
Chamado não é brincadeira
O chamado ministerial não é
uma profissão, nem uma escada para alcançar fama, aplausos ou lucro. É um
encargo divino, um comprometimento com o céu, que exige renúncia, santidade e
obediência.
“Se alguém quer vir após
mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me.” — Mateus 16:24
Infelizmente, em muitos
lugares, o chamado se tornou plataforma de autopromoção. Há mais ênfase nos
títulos do que na transformação de vidas. Há mais interesse nas funções do que
na missão.
A consequência?
Igrejas cheias de corações vazios ou igrejas vazias de corações cheios.
Igrejas em crise espiritual
A crise não é estrutural,
não é de público, não é tecnológica. A crise é espiritual.
Falta arrependimento. Falta
temor. Falta Palavra.
Muitas igrejas estão cheias
de programações, mas vazias da presença.
Há culto, mas não há fogo.
Há líderes, mas não há lágrimas pelos perdidos.
“Tens nome de que vives, e
estás morto.” — Apocalipse 3:1
Essa é a realidade de muitas
congregações que se esqueceram da essência: buscar e salvar o que se havia
perdido (Lucas 19:10).
Quando a busca por almas dá
lugar à busca por status, o Evangelho se corrompe.
Ministério e vocação são
sagrados
O ministério não é para quem
quer, mas para quem foi chamado.
A vocação não pode ser
comprada, nem forjada em cursos de retórica e marketing religioso.
Há pessoas sinceras, cheias
do Espírito, que foram chamadas por Deus, mas estão do lado de fora dos
púlpitos; enquanto outros, com aparência de piedade, mas negando o poder dela (2
Timóteo 3:5), são exaltados.
“Porque muitos são chamados,
mas poucos escolhidos.” — Mateus 22:14
A vocação verdadeira dói,
pesa, custa.
Ela se manifesta nas ruas,
nas madrugadas em oração, no discipulado diário, na meditação constante da
Palavra, no cuidado com vidas.
Mas, raramente, essas
pessoas são honradas.
O sistema religioso inverteu
os valores do Reino.
Honrarias para quem compra,
esquecimento para quem renuncia
Hoje, as honrarias já não
são mais para os que evangelizam de graça, mas para os que “investem” em
cargos, títulos, visibilidade.
O púlpito tornou-se
acessível a quem tem status, dinheiro, influência; não necessariamente a quem
tem unção.
“Ai de vós, quando todos os
homens falarem bem de vós! Porque assim faziam os seus pais aos falsos
profetas.” — Lucas 6:26
Os verdadeiros profetas são
rejeitados.
Os que choram pelos perdidos
são ignorados.
Os que vivem em renúncia são
considerados radicais, ultrapassados.
Os que exigem prioridade à
Palavra são rotulados como rebeldes.
Tornou-se mais fácil usar o
púlpito como arma do que buscar o irmão em amor para resolver a contenda em
particular.
Mas Jesus disse que os
últimos serão os primeiros (Mateus 19:30).
Cristo está voltando. E o
que estamos fazendo?
Essa é a pergunta urgente.
Estamos edificando reinos
pessoais ou preparando o povo para a eternidade?
Estamos entretendo ou
exortando?
Estamos vendendo ou
servindo?
Estamos preparados para
encontrá-Lo?
“Eis que venho sem demora;
guarda o que tens, para que ninguém tome a tua coroa.” (Apocalipse 3:11)
A Igreja precisa acordar.
Precisa voltar ao altar.
Precisa lembrar que a cruz
ainda é o caminho.
E que ministério não é
status, é serviço.
Chamado não é glamour, é
entrega.
E que o Noivo está voltando,
e virá buscar uma Igreja santa, irrepreensível, sem mácula nem ruga (Efésios
5:27).
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