Jesus está voltando: Verdades que precisam ser ditas


Vladimir Chaves

Vivemos dias em que a urgência do Evangelho parece ter sido abafada pelo barulho dos interesses pessoais, pela institucionalização da fé e por uma superficialidade que não combina com o peso da eternidade.

Enquanto o mundo caminha para o seu desfecho profético, muitas igrejas (e líderes) seguem em direção oposta à cruz. Precisamos dizer a verdade: Jesus está voltando, e o Reino de Deus não é um negócio, não é palco de vaidades, nem lugar para entretenimento religioso.

Chamado não é brincadeira

O chamado ministerial não é uma profissão, nem uma escada para alcançar fama, aplausos ou lucro. É um encargo divino, um comprometimento com o céu, que exige renúncia, santidade e obediência.

“Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me.” — Mateus 16:24

Infelizmente, em muitos lugares, o chamado se tornou plataforma de autopromoção. Há mais ênfase nos títulos do que na transformação de vidas. Há mais interesse nas funções do que na missão.

A consequência? Igrejas cheias de corações vazios ou igrejas vazias de corações cheios.

Igrejas em crise espiritual

A crise não é estrutural, não é de público, não é tecnológica. A crise é espiritual.

Falta arrependimento. Falta temor. Falta Palavra.

Muitas igrejas estão cheias de programações, mas vazias da presença.

Há culto, mas não há fogo. Há líderes, mas não há lágrimas pelos perdidos.

“Tens nome de que vives, e estás morto.” — Apocalipse 3:1

Essa é a realidade de muitas congregações que se esqueceram da essência: buscar e salvar o que se havia perdido (Lucas 19:10).

Quando a busca por almas dá lugar à busca por status, o Evangelho se corrompe.

Ministério e vocação são sagrados

O ministério não é para quem quer, mas para quem foi chamado.

A vocação não pode ser comprada, nem forjada em cursos de retórica e marketing religioso.

Há pessoas sinceras, cheias do Espírito, que foram chamadas por Deus, mas estão do lado de fora dos púlpitos; enquanto outros, com aparência de piedade, mas negando o poder dela (2 Timóteo 3:5), são exaltados.

“Porque muitos são chamados, mas poucos escolhidos.” — Mateus 22:14

A vocação verdadeira dói, pesa, custa.

Ela se manifesta nas ruas, nas madrugadas em oração, no discipulado diário, na meditação constante da Palavra, no cuidado com vidas.

Mas, raramente, essas pessoas são honradas.

O sistema religioso inverteu os valores do Reino.

Honrarias para quem compra, esquecimento para quem renuncia

Hoje, as honrarias já não são mais para os que evangelizam de graça, mas para os que “investem” em cargos, títulos, visibilidade.

O púlpito tornou-se acessível a quem tem status, dinheiro, influência; não necessariamente a quem tem unção.

“Ai de vós, quando todos os homens falarem bem de vós! Porque assim faziam os seus pais aos falsos profetas.” — Lucas 6:26

Os verdadeiros profetas são rejeitados.

Os que choram pelos perdidos são ignorados.

Os que vivem em renúncia são considerados radicais, ultrapassados.

Os que exigem prioridade à Palavra são rotulados como rebeldes.

Tornou-se mais fácil usar o púlpito como arma do que buscar o irmão em amor para resolver a contenda em particular.

Mas Jesus disse que os últimos serão os primeiros (Mateus 19:30).

Cristo está voltando. E o que estamos fazendo?

Essa é a pergunta urgente.

Estamos edificando reinos pessoais ou preparando o povo para a eternidade?

Estamos entretendo ou exortando?

Estamos vendendo ou servindo?

Estamos preparados para encontrá-Lo?

“Eis que venho sem demora; guarda o que tens, para que ninguém tome a tua coroa.” (Apocalipse 3:11)

A Igreja precisa acordar.

Precisa voltar ao altar.

Precisa lembrar que a cruz ainda é o caminho.

E que ministério não é status, é serviço.

Chamado não é glamour, é entrega.

E que o Noivo está voltando, e virá buscar uma Igreja santa, irrepreensível, sem mácula nem ruga (Efésios 5:27).

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