Fúria socialista: Maduro desencadeia nova onda de terror contra a oposição


Vladimir Chaves

 


Por Lucas Ribeiro

Ditadura venezuelana anuncia prisão de 31 pessoas acusadas de complôs contra governo de Nicolás Maduro. Objetivo da operação Fúria Bolivariana é aniquilar toda a dissidência contra o regime

Nos últimos dias, a narcoditadura venezuelana iniciou uma nova onda de terror contra a oposição. A Promotoria de Justiça de Venezuela, sob a liderança de Tarek William Saab, anunciou a detenção de 31 civis e militares, acusados de estarem envolvidos em cinco complôs contra o governo de Nicolás Maduro. As supostas conspirações ocorreram entre maio do ano anterior e os primeiros dias de 2024. Saab afirmou que os detidos são “convictos e confessos”, embora não tenha apresentado provas. Entre os detidos estão ex-oficiais militares, e Saab mencionou o envolvimento de elementos na Colômbia. Os planos incluíam supostos atentados contra Maduro e outras figuras importantes do governo. Saab também indicou que estão em busca de outras 11 pessoas, incluindo políticos, jornalistas, militares aposentados e ativistas de direitos humanos. A nova investida autoritária do regime começou no dia 23 de janeiro.

Entre as ações de acosso do regime de Maduro estão as recentes detenções de líderes da oposição como Juan Freites, Luis Camacaro e Guillermo López. Essas prisões, denunciadas pela líder do partido Vente Venezuela, María Corina Machado, reafirmam a total destruição do Estado de Direito e da democracia A situação desses líderes, ainda desaparecidos após a detenção, é um testemunho da severidade com que o governo lida com a dissidência.

Todos eles são figuras destacadas da oposição na Venezuela, atuando no partido Vente Venezuela. Guillermo López, advogado de Trujillo, é o diretor do comando de campanha de Maria Corina Machado. Luis Camacaro, coordenador estadual do partido em Yaracuy, é conhecido por sua atuação no setor musical e legislativo. Juan Freites ocupa a posição de coordenador geral do Vente Venezuela, com formação em economia e análise política. Esses líderes, representando diferentes regiões, desempenham papéis cruciais na articulação política do partido contra o governo de Maduro.

 

Neste contexto, emergiu a controversa "Furia Bolivariana", uma estratégia anunciada por Maduro, que, sob a alegação de combater o terrorismo e golpes de estado, tem sido na verdade um chamado à violência contra a oposição e cidadãos que exigem seus direitos fundamentais. Este plano, além de reprimir, também incluiu atos de vandalismo contra partidos opositores e instituições da sociedade civil, exacerbando a tensão política. Curiosamente, essa perseguição contra opositores na Venezuela ocorreu, coincidentemente, logo depois que o consórcio de poder PT/STF arremeteu contra o deputado Carlos Jordy, líder da oposição no Brasil. No nosso país assim como em nosso vizinho, os políticos contrários ao regime são perseguidos.

Recebemos um informe do Comitê de Direitos Humanos do Partido Vente Venezuela explicando a assustadora realidade venezuelana atual, onde a liberdade política e a segurança pessoal estão sob constante ameaça.

Ocorreu uma escalada de terror contra oposição com uma série de atos vandálicos registrados em 23 de janeiro de 2024, sob a bandeira da Furia Bolivariana. Residências de líderes opositores, sedes de partidos políticos, sindicatos e até estabelecimentos comerciais em diversos estados, como Caracas, Vargas, Aragua, entre outros, foram pichados com a expressão Furia bolivariana, num padrão que denota uma ação sistemática e orquestrada pelo regime tirânico. Esta campanha de intimidação não apenas provoca danos materiais, mas também estigmatiza os cidadãos, atentando contra a liberdade de associação e impactando diretamente os direitos civis e políticos no contexto da campanha eleitoral de 2024. O dirigente oficialista Diosdado Cabello, em declarações no dia 22 de janeiro, endossou essas ações como parte do plano Furia Bolivariana.

A sede principal do Vente Venezuela (principal partido de oposição à ditadura), localizada na Quinta El Bejucal em Altamira, amanheceu com a mesma inscrição, assim como diversas outras sedes estaduais do partido, que sofreram ataques semelhantes. Estes atos de vandalismo estendem-se também a outras entidades e residências de dirigentes do partido, refletindo um ambiente de ameaça e perseguição política.

Essas ações de intimidação seguem a fórmula preconizada por Lula da Silva em 2022 quando ele recomendou “mapear endereços” dos deputados de oposição e “enviar 50 pessoas” para incomodá-los ou por José Genoíno, ex-deputado e mensaleiro petista, quando sugeriu boicote aos empresários judeus.

As detenções arbitrárias de figuras-chave da oposição, como Juan Freites e Luis Camacaro, demonstram uma escalada na repressão do governo Maduro. Freites foi abordado por uma camionete enquanto pilotava sua moto e foi forçadamente retirado da via, enquanto Camacaro foi detido por funcionários do Sebin (Serviço de Inteligência na Venezuela Chavista) em San Felipe após participar de uma manifestação pacífica. Ambos foram levados à sede do Sebin, e suas condições de saúde e locais exatos de reclusão permanecem desconhecidos. Essas ações, segundo o relatório do Comitê de Direitos Humanos do Vente Venezuela, são reflexos da tática de intimidação e silenciamento adotada pelo regime.

As ações de autoritarismo e violência do regime venezuelano não passaram despercebidas pela comunidade internacional. Os Estados Unidos, por meio do secretário adjunto do Departamento de Estado para a América Latina, Brian Nichols, e do porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, expressaram preocupação com as detenções baseadas em "acusações sem fundamento", ressaltando que tais atos vão contra o espírito do acordo da rota eleitoral de Barbados e pedindo um fim aos ataques políticos. As declarações americanas apontam para a necessidade de um processo político mais aberto e eleições presidenciais competitivas.

A detenção de Sebastiana Barráez, jornalista de Infobae, e de outros comunicadores e ativistas, sob acusações graves como traição à pátria, exemplifica a ausência de liberdade de imprensa no país. Este ato foi condenado por organizações como o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Imprensa (SNTP) e o Colegio Nacional de Periodistas (CNP), destacando a gravidade do ataque às liberdades civis sob o governo de Maduro.

Outra das pessoas que receberam ordem de detenção foi a Tamara Suju, advogada e ativista venezuelana, destacada defensora dos direitos humanos, diretora executiva do Casla Institute e delegada da WJA na Corte Penal Internacional, enfrenta uma ordem de detenção emitida pelo regime de Nicolás Maduro. Acusada pelo fiscal geral chavista, Tarek William Saab, de traição à pátria, terrorismo e envolvimento em conspirações contra o governo, Suju denuncia a criminalização de advogados e defensores de direitos humanos pelo regime, expressando sua indignação nas redes sociais e criticando as ações tirânicas de Saab e do governo Maduro conforme relatou o portal Infobae.

María Corina Machado, uma das vozes mais fortes da oposição venezuelana, tem criticado as ações do governo, chamando-as de "tramas surrealistas e delirantes", e se mantém firme na luta contra a repressão, mantendo o foco na rota eleitoral. Luis Almagro, secretário-geral da OEA, também reagiu, condenando as práticas do governo venezuelano como uma afronta aos esforços internacionais para promover a democracia e o respeito aos direitos humanos.

O panorama na Venezuela é um reflexo de uma realidade política cada vez mais autoritária, totalitária e repressiva, em que as liberdades civis e políticas não existem e estão sob ataque constante, gerando preocupações sérias em nível internacional.

(Artigo publicado originalmente no site www.brasilsemmedo.com)

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