Romero relata no Senado crise hídrica de Campina Grande e aponta soluções


Vladimir Chaves

O prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues, relatou na manhã desta quinta-feira (3), no Senado Federal, a grave crise hídrica enfrentada por Campina Grande nos últimos meses. O pronunciamento foi feito durante sessão temática   do Senado, presidida pelo senador Cássio Cunha Lima, para discutir a crise hídrica no País, sobretudo, no Nordeste.

.O prefeito campinense também apresentou uma série de soluções para o enfrentamento do problema, que tanto afeta toda a população do Compartimento da Borborema.

A sessão temática do Senado, presidida pelo senador Cássio Cunha Lima (PSDB), reuniu representantes de ministérios e órgãos públicos tecnicamente ligados ao tema, bem como secretários estaduais e representantes de organizações preocupadas com a escassez de água no País.

Após parabenizar o senador Cássio Cunha Lima pela iniciativa, o prefeito campinense, que fez parte da Mesa dos Trabalhos, apresentou na tribuna um sucinto quadro das dificuldades da região por conta da estiagem prolongada e da crise hídrica. Segundo ele, dos 223 municípios paraibanos, 195 estão em situação de emergência, havendo, por conta do fenômeno El Niño, a tendência de agravamento do problema hídrico. Lembrou, ainda, que o açude responsável pelo abastecimento de Campina Grande, em Boqueirão, conta com menos de 14% da sua capacidade total.

“Infelizmente, apesar deste quadro, não há plano de contingência para Campina Grande, o município do Nordeste que mais apresenta dificuldades no atual cenário de seca. Além disso, a nossa pouca água deve passar pelo crivo do próprio Ministério da Saúde, pois devido a sua baixa qualidade, o consumidor corre o risco de ficar doente, mesmo porque apenas 42% do nosso povo tem acesso à água mineral”, destacou.

Segundo ele, apesar das atuais dificuldades, a prefeitura municipal tem executado algumas obras e ações par enfrentar o problema, tais como construção de cisternas, barragens subterrâneas, uso de carros pipa, compra de perfuratriz e muitas outras iniciativas. Romero, contudo, destacou a necessidade de mais providências para o atual contexto de dificuldades.

O prefeito sugeriu, então, ao governo federal a atualização do seu portal da transparência para o acompanhamento da liberação de recursos em favor das áreas mais seca do Nordeste; implantação de estações de tratamento móvel de água; distribuição de alimentos por parte da Conab; convênios para a perfuração de poços e implantação de dessalinizadores, além de solicitar a continuidade das atividades do Instituto do Semi-Árido (Insa), ameaça de encerrar as suas atividades em Campina Grande.

Para Romero Rodrigues, a solução definitiva será a conclusão do projeto de transposição das águas do Rio São Francisco, porém, em caráter emergencial, advogou a necessidade implantação de adutora de engate rápido, a exemplo do que já foi feito na região do Pajeú, no interior de Pernambuco. “Isto seria uma solução mais rápida e mais barata que a transposição”, alertou.


Por fim, ele lamentou que o mau gerenciamento dos recursos hídricos em Campina Grande, pois na cidade registra-se um desperdício d’água da ordem de 40%. Conforme explicou, 78% do esgoto de Campina Grande é coletado, mas apenas 7% é tratado, inviabilizando-se o seu reuso em indústrias ou na conservação de praças e canteiros.

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