Desde 2008, o Comitê para
a Proteção dos Jornalistas publica anualmente seu Índice de Impunidade,
relatório que lista os países com maior índice de impunidade em casos de
assassinatos de profissionais de imprensa. A organização considera apenas os
ataques deliberados, em particular aqueles relacionados ao trabalho das vítimas.
(O índice não inclui jornalistas mortos em combate ou enquanto realizavam
tarefas de risco, como a cobertura de protestos violentos nas ruas).
Na edição de 2014, o
Iraque figurou mais uma vez como o primeiro do ranking, com uma proporção média
de três assassinatos não solucionados por cada milhão de habitantes. O país
ocupa o topo da lista desde a publicação do primeiro relatório, há seis anos.
A Síria – que atualmente
lidera como país mais perigoso do mundo para jornalistas – foi classificada
como o quinto pior local em relação à impunidade, sendo a primeira sua vez no
Índice anual. De acordo com o CPJ, a inclusão da Síria na lista destaca o
crescente número de “assassinatos seletivos”, nos quais os jornalistas são
alvos deliberados.
Somália, Filipinas e Sri Lanka ficaram em segundo, terceiro e quarto lugares, respectivamente. A classificação destes países reflete os altos índices de violência atuais, bem como o fracasso na solução de casos antigos.
O Brasil aparece na 11ª posição do ranking, com 0,045 casos não solucionados a cada milhão de habitantes. No ano anterior, o país ocupava a décima colocação, com média de 0,046 casos não solucionados por milhão de habitantes.
A listagem abaixo mostra
os 13 primeiros lugares no ranking da impunidade. São assassinatos que
permanecem sem solução, ocorridos no período entre janeiro de 2004 a dezembro
de 2013.
Algumas observações
importantes no Índice:
** 96% das vítimas de
assassinato eram repórteres locais, sendo que a maioria realizava coberturas
referentes a temas como política, corrupção e guerra.
** Houve novos casos de
assassinatos em 2013 em oito dos países que aparecem repetidamente no ranking
anual.
** Em quatro países da lista (Filipinas, Paquistão, Rússia e Brasil), houve pelo menos uma condenação em casos envolvendo o assassinato de um jornalista. No Brasil, por exemplo, foi notório o assassinato do jornalista Décio Sá em abril de 2012. A condenação do assassino confesso ocorreu em fevereiro deste ano.
** Em pelo menos 40% dos
casos as vítimas receberam ameaças antes de serem mortas.
** Quase um terço dos
jornalistas assassinados foi ou capturado ou torturado antes de ser morto.
** Os grupos políticos,
incluindo facções armadas, são suspeitos em mais de 40% dos casos. Funcionários
de governos e militares são considerados suspeitos principais em 26% dos casos.
Observatório da Imprensa
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