Religião sem Palavra é religião sem Deus


Vladimir Chaves

A cada geração, o povo de Deus enfrenta o mesmo desafio: permanecer firme na verdade revelada ou sucumbir aos enganos cuidadosamente construídos por tradições humanas. A aparência de piedade muitas vezes esconde um coração distante de Deus, e o culto que deveria ser expressão de comunhão torna-se apenas uma repetição vazia.

A Palavra de Deus denuncia esse tipo de religiosidade desde os tempos antigos. O profeta Isaías, inspirado pelo Espírito, registra uma repreensão direta da parte do Senhor:

"Porque o Senhor disse: Pois que este povo se aproxima de mim, e com a sua boca e com os seus lábios me honra, mas o seu coração se afasta para longe de mim, e o seu temor para comigo consiste só em mandamentos de homens, em que foi instruido" (Isaías 29:13).

Esse texto revela uma triste realidade: é possível parecer devoto, pronunciar palavras corretas e mesmo assim estar espiritualmente distante de Deus. O culto torna-se mecânico, fruto de hábitos e mandamentos aprendidos, mas não nascidos de um coração transformado pela Palavra.

Jesus retoma essa mesma advertência séculos depois, diante dos fariseus e escribas de sua época, dizendo:

"Em vão, porém, me honram, ensinando doutrinas que são mandamentos de homens. Porque, deixando o mandamento de Deus, retendes a tradição dos homens..." (Marcos 7:7-8).

Essa advertência de Jesus não era contra o zelo religioso em si, mas contra a substituição da verdade de Deus por sistemas humanos de ensino. Aqueles homens conheciam as Escrituras, mas haviam se apegado tanto às suas tradições que já não discerniam mais o que vinha de Deus e o que era apenas convenção.

Esse é um risco real também em nossos dias. Quando a Palavra não é o fundamento da fé, qualquer argumento bem articulado pode parecer convincente. Se o povo de Deus não for instruído na verdade, pode facilmente confundir religiosidade com espiritualidade, tradição com obediência, emoção com fé genuína.

É por isso que o conhecimento da Palavra é essencial. Somente ela nos dá discernimento para rejeitar o que é falso e permanecer na sã doutrina. Não basta ouvir belas palavras ou participar de práticas religiosas.

A voz do Senhor ecoa através dos séculos, chamando Seu povo de volta ao essencial: não uma religião baseada em mandamentos de homens, mas uma vida fundamentada em Sua verdade eterna,  que são as Escrituras.

Que nossos lábios não apenas repitam fórmulas religiosas, mas expressem a realidade de um coração que vive próximo do Senhor.

Que nosso culto não seja vão, mas fruto de um relacionamento profundo com o Deus que se revela nas Escrituras.

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