A cada geração, o povo de
Deus enfrenta o mesmo desafio: permanecer firme na verdade revelada ou sucumbir
aos enganos cuidadosamente construídos por tradições humanas. A aparência de
piedade muitas vezes esconde um coração distante de Deus, e o culto que deveria
ser expressão de comunhão torna-se apenas uma repetição vazia.
A Palavra de Deus denuncia
esse tipo de religiosidade desde os tempos antigos. O profeta Isaías, inspirado
pelo Espírito, registra uma repreensão direta da parte do Senhor:
"Porque o Senhor disse:
Pois que este povo se aproxima de mim, e com a sua boca e com os seus lábios me
honra, mas o seu coração se afasta para longe de mim, e o seu temor para comigo
consiste só em mandamentos de homens, em que foi instruido" (Isaías
29:13).
Esse texto revela uma triste
realidade: é possível parecer devoto, pronunciar palavras corretas e mesmo
assim estar espiritualmente distante de Deus. O culto torna-se mecânico, fruto
de hábitos e mandamentos aprendidos, mas não nascidos de um coração transformado
pela Palavra.
Jesus retoma essa mesma
advertência séculos depois, diante dos fariseus e escribas de sua época,
dizendo:
"Em vão, porém, me
honram, ensinando doutrinas que são mandamentos de homens. Porque, deixando o
mandamento de Deus, retendes a tradição dos homens..." (Marcos 7:7-8).
Essa advertência de Jesus
não era contra o zelo religioso em si, mas contra a substituição da verdade de
Deus por sistemas humanos de ensino. Aqueles homens conheciam as Escrituras,
mas haviam se apegado tanto às suas tradições que já não discerniam mais o que
vinha de Deus e o que era apenas convenção.
Esse é um risco real também
em nossos dias. Quando a Palavra não é o fundamento da fé, qualquer argumento
bem articulado pode parecer convincente. Se o povo de Deus não for instruído na
verdade, pode facilmente confundir religiosidade com espiritualidade, tradição
com obediência, emoção com fé genuína.
É por isso que o
conhecimento da Palavra é essencial. Somente ela nos dá discernimento para
rejeitar o que é falso e permanecer na sã doutrina. Não basta ouvir belas
palavras ou participar de práticas religiosas.
A voz do Senhor ecoa através
dos séculos, chamando Seu povo de volta ao essencial: não uma religião baseada
em mandamentos de homens, mas uma vida fundamentada em Sua verdade eterna, que são as Escrituras.
Que nossos lábios não apenas
repitam fórmulas religiosas, mas expressem a realidade de um coração que vive
próximo do Senhor.
Que nosso culto não seja
vão, mas fruto de um relacionamento profundo com o Deus que se revela nas
Escrituras.
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