Por que no mundo não temos descanso?


Vladimir Chaves

Por muitos anos vivi longe da vontade de Deus, em uma busca constante por satisfação em fontes que jamais saciaram minha sede. O mundo promete prazer, mas entrega apenas vazio; acena com liberdade, mas aprisiona a alma. Quem vive afastado de Deus experimenta uma inquietação contínua: a consciência não encontra alívio e o coração não encontra paz. É exatamente isso que o profeta Isaías declara: “Os ímpios, diz o meu Deus, não têm paz” (Isaías 57:21).

Quando escolhemos viver imersos no pecado, nossa mente é assolada por culpas, medos, ansiedades e depressões. O sono até pode vir, mas não é repousante; o corpo até descansa, mas não se restaura, porque a alma permanece inquieta. A falta de paz nos consome silenciosamente, como um veneno que percorre as veias, roubando a serenidade interior. A ausência da presença de Deus abre espaço para a ansiedade, o peso da consciência e a sensação de vazio que nenhum bem material ou prazer terreno pode preencher.

Por outro lado, a Palavra revela que o verdadeiro descanso está em Cristo. Ele mesmo convidou: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei” (Mateus 11:28). O mundo alimenta a carne, mas somente Jesus alimenta a alma.

A inquietação de quem anda na contramão da vontade de Deus é a prova de que fomos criados para viver em aliança com o Criador. Fora desse propósito, nada faz sentido, e, em fuga, muitos recorrem a vícios para disfarçar e amenizar a dor interior.

Somente quando nos entregamos ao Senhor encontramos a verdadeira paz.
“Em paz me deito e logo adormeço, porque só tu, Senhor, me fazes repousar seguro” (Salmo 4:8).

Sou testemunha de que o verdadeiro repouso da mente e do corpo não está em uma vida sem problemas financeiros, mas em uma vida reconciliada com Deus. A vida sem Cristo escraviza, mas a presença de Cristo liberta.

Viver em conformidade com a vontade de Deus é caminhar em direção ao descanso verdadeiro, não apenas físico, mas também ao descanso eterno prometido aos que permanecem em Cristo.

terça-feira, 2 de setembro de 2025

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A verdadeira sabedoria começa no temor a Deus


Vladimir Chaves

"O temor do Senhor é o princípio da sabedoria, e o conhecimento do Santo é entendimento." (Provérbios 9:10)

A sabedoria, segundo a Bíblia, não é apenas acúmulo de informações, diplomas ou experiências de vida. Ela é uma forma de viver que se alinha com os valores eternos de Deus. O livro de Provérbios, ao afirmar que o temor do Senhor é o princípio da sabedoria, nos ensina que não há inteligência espiritual, discernimento moral ou clareza de propósito sem que o coração esteja submetido ao Criador.

O temor a Deus não deve ser confundido com medo ou pavor, mas com reverência, respeito profundo e reconhecimento da autoridade divina. É a consciência de que Ele é Santo, Justo e Senhor de todas as coisas. Esse temor gera obediência, humildade e dependência, conduzindo o homem ao caminho da vida.

Na ausência do temor de Deus, o que resta é apenas conhecimento humano, limitado e passageiro. A história mostra que sociedades, por mais avançadas que tenham sido em ciência, filosofia ou tecnologia, colapsaram moralmente quando se afastaram de princípios espirituais. Isso confirma que a sabedoria que não nasce de Deus é frágil, pois não consegue responder às questões mais profundas: Quem somos? Para onde vamos? Qual o propósito da vida?

Somente os que têm temor ao Senhor compreendem o verdadeiro propósito da existência. Eles entendem que foram criados não para viver apenas para si mesmos, mas para glorificar a Deus e andar em seus caminhos. O temor do Senhor ilumina o sentido da vida, molda escolhas e orienta passos. Sem ele, o homem se perde em ilusões, buscando sentido em riquezas, prazeres ou poder, caminhos que terminam em vazio e frustração.

Temer ao Senhor é reconhecer que todas as respostas que buscamos encontram-se nEle. É viver com a certeza de que a vida só alcança plenitude quando está alicerçada na obediência e no amor ao Criador.

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A plenitude de Cristo em suas manifestações


Vladimir Chaves

Cada título de Cristo revela uma dimensão única do Seu caráter e da Sua obra redentora, oferecendo-nos profundidade para compreensão e entrega espiritual.

A videira verdadeira (João 15:1) nos mostra que toda vida espiritual genuína depende de estar ligado a Ele. Assim como os ramos não podem frutificar se separados da videira, nós não podemos produzir frutos de justiça e amor sem permanecer em Cristo. Ele é a fonte de vida, crescimento e plenitude espiritual.

A luz do mundo (João 8:12) revela que Cristo ilumina o caminho em meio às trevas do pecado, da dúvida e da ignorância espiritual. Sua presença dissipa a escuridão, permitindo que enxerguemos a verdade, a beleza da criação e a profundidade do amor de Deus.

O Bom Pastor (João 10:11) cuida de Suas ovelhas com conhecimento, carinho e sacrifício. Ele nos conduz a pastos verdes, nos protege do perigo e está disposto a dar Sua própria vida por nós. Neste papel, Cristo nos convida à confiança e à segurança que só Sua presença pode oferecer.

O caminho, a verdade e a vida (João 14:6) indica que Ele não é apenas um guia, mas a própria essência da salvação. Não há outro caminho para Deus senão por Cristo; n’Ele reside a verdade absoluta e a fonte da vida eterna. É um convite a vivermos alinhados com Sua vontade e com os princípios do Reino de Deus.

O leão da tribo de Judá (Apocalipse 5:5) nos lembra de Seu poder e autoridade. Como leão, Ele é Rei e Juiz, capaz de derrotar o pecado, a morte e todo inimigo que se levante contra o Seu povo. Mas Seu poder não anula Sua mansidão; Ele governa com justiça e compaixão.

O pão da vida (João 6:35) revela que Cristo satisfaz nossa fome espiritual. Assim como o pão alimenta o corpo, Ele nutre a alma com Sua palavra, graça e presença, oferecendo-nos plenitude que o mundo não pode dar.

A ressurreição e a vida (João 11:25) nos assegura que, por Ele, a morte não tem a última palavra. Ele é a fonte da vida eterna e nos convida a crer n’Ele para experimentar a vitória sobre o pecado, a dor e a separação de Deus.

O Alfa e o Ômega (Apocalipse 22:13) declara que Cristo é o princípio e o fim de todas as coisas. Toda a história converge para Ele; n’Ele tudo começa e tudo se completa. Ele é a constante imutável em meio à transitoriedade do mundo.

O Cordeiro de Deus (João 1:29) revela o sacrifício perfeito, o que tira o pecado do mundo. N’Ele, justiça e amor se encontram; a expiação pelos nossos pecados foi realizada de forma definitiva, oferecendo reconciliação e paz com Deus.

Quando meditamos sobre cada um desses títulos, percebemos que Cristo não é apenas um personagem histórico ou religioso, mas a manifestação completa de Deus em Sua essência e ação. Ele é vida, luz, provisão, justiça, proteção, autoridade e redenção. Cada atributo nos convida a uma relação pessoal, profunda e transformadora com aquele que é o centro de todas as coisas e o alvo de toda adoração.

 

segunda-feira, 1 de setembro de 2025

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Entre galos e trombetas: A profecia de Cristo e o contexto romano


Vladimir Chaves

Quando lemos nos Evangelhos que Jesus advertiu a Pedro: “Em verdade te digo que, hoje, nesta noite, antes que o galo cante duas vezes, três vezes me negarás” (Marcos 14:30), à primeira vista pensamos no canto literal de um galo ao amanhecer. Porém, um detalhe histórico-cultural pode ampliar a nossa compreensão: a expressão “canto do galo” era também usada no contexto romano para se referir ao toque da trombeta que marcava a troca da guarda militar durante a madrugada.

O império romano dividia a noite em quatro vigilâncias:

Primeira vigília (18h às 21h)

Segunda vigília (21h à meia-noite)

Terceira vigília (meia-noite às 3h) – chamada “canto do galo”

Quarta vigília (3h às 6h)

A terceira vigília, que ia aproximadamente da meia-noite às três da manhã, era conhecida justamente por esse nome porque os toques de trombeta que anunciavam a troca da guarda aconteciam nesse período, coincidindo também com o horário em que galos realmente costumam cantar.

Isso significa que, quando Jesus disse que Pedro o negaria “antes que o galo cantasse”, Ele não estava apenas se referindo ao galo, mas apontando para o momento específico da madrugada em que os acontecimentos se desenrolariam. Pedro negou a Cristo justamente entre meia-noite e três da manhã, dentro do tempo exato que Jesus havia profetizado.

Esse detalhe histórico amplia a percepção em pelo menos três aspectos:

A precisão profética de Jesus – Cristo não apenas predisse a negação, mas delimitou o tempo em que ela ocorreria, demonstrando pleno conhecimento dos fatos futuros.

A pressão do contexto – Era madrugada, a cidade estava sob tensão, Jesus já havia sido preso, e soldados romanos circulavam pelas ruas e no pátio do sumo sacerdote. O “canto do galo” (a troca da guarda) representava também a vigilância e a força do império, aumentando o clima de medo que levou Pedro a negar.

A aplicação espiritual – O detalhe nos mostra que a Bíblia não contém palavras ao acaso. Cada expressão tem um peso histórico e espiritual. O “canto do galo” tornou-se o marco do momento em que Pedro se deu conta da sua falha. Assim, aquilo que para os soldados era apenas um aviso de mudança de turno, para Pedro foi o som que despertou sua consciência.

Portanto, compreender o pano de fundo histórico da expressão nos ajuda a enxergar a narrativa não apenas como um registro devocional, mas como um relato enraizado no contexto cultural e político do primeiro século. A Palavra de Deus é viva, e quanto mais mergulhamos em seus detalhes, mais percebemos que nada nela é superficial.

 

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Brasil: Quando uma nação zomba de Deus, colhe destruição


Vladimir Chaves

Todas as vezes que uma nação se afasta de Deus, abre brechas espirituais para ser entregue a juízos e tormentos. A história bíblica comprova isso: Israel, quando andava nos caminhos do Senhor, prosperava; mas quando se inclinava à idolatria e ao pecado, era entregue a nações inimigas, assolado por crises, fome e destruição. O mesmo princípio se aplica hoje.

O Brasil, que outrora foi conhecido como "a nação do avivamento", tornou-se palco de zombaria ao sagrado. A cultura popular exalta a imoralidade e a profanação, a política se afunda em corrupção, a justiça deixou de ser justa e, até mesmo dentro das igrejas, vemos a proliferação de heresias, onde a autopromoção substitui a verdadeira adoração. Não é coincidência que vivemos tempos de injustiça, violência crescente e desesperança. Quando o povo escolhe afastar-se de Deus, inevitavelmente experimenta as consequências.

A Palavra é clara: “Por isso Deus lhes enviará a operação do erro, para que creiam na mentira” (2 Tessalonicenses 2:11). Ou seja, quando o coração de uma nação se endurece contra o Senhor, Ele permite que espíritos de engano ajam, confundindo líderes e multidões, levando o povo a colher o que plantou.

O Brasil sofre não apenas por problemas causados pela corrupção e pela injustiça institucionalizada, mas, sobretudo, por uma crise espiritual. Enquanto a zombaria contra Deus é aplaudida e o pecado transformado em entretenimento, as portas do inferno se escancaram sobre a nação. A única saída é o arrependimento coletivo, o retorno às Escrituras e a busca pela misericórdia do Senhor.

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O evangelho é o remédio da alma


Vladimir Chaves

"Ai de mim se não anunciar o evangelho!" (1 Coríntios 9:16)

Não pregar o evangelho é o mesmo que esconder o remédio do doente. O mundo jaz enfermo pelo pecado, e Cristo é a única cura. Quando conhecemos a verdade e não a compartilhamos, estamos, na prática, negando aos outros a oportunidade de vida eterna.

O apóstolo Paulo reconheceu essa responsabilidade e declarou que anunciar o evangelho não era motivo de vanglória, mas uma necessidade imposta a ele por Deus. Da mesma forma, cada cristão foi chamado a ser um portador dessa mensagem, pois só ela é capaz de restaurar corações, libertar cativos e trazer vida onde havia morte.

Hoje você terá contato com pessoas que precisam do “remédio” que Deus já colocou em suas mãos: a Palavra da vida. Ore por sensibilidade e coragem para não se calar diante das oportunidades. Lembre-se: um simples testemunho pode ser a diferença entre a morte e a vida para alguém.

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Quem você alimenta determina quem governa sua vida


Vladimir Chaves

A Palavra de Deus nos mostra que essa batalha é constante e inevitável. O apóstolo Paulo declarou:

“Porque a carne deseja o que é contrário ao Espírito, e o Espírito o que é contrário à carne; eles estão em conflito um com o outro, de modo que vocês não fazem o que desejam.” (Gálatas 5:17)

Alimentar o espírito é buscar forças em Deus por meio da oração, da leitura da Palavra, dos louvores, do jejum e da adoração sincera. Jesus mesmo disse:

“Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus.” (Mateus 4:4)

Quanto mais nos nutrimos das coisas do alto, mais fortalecidos estamos para resistir às tentações e caminhar em santidade. O fruto dessa alimentação espiritual é visível:

“Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio.” (Gálatas 5:22-23)

Por outro lado, muitos alimentam a carne, que busca prazeres passageiros, vícios, ira, vaidade e amor ao dinheiro. Paulo advertiu sobre isso:

“As obras da carne são manifestas, as quais são: adultério, prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões, facções, invejas, homicídios, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas...” (Gálatas 5:19-21)

O que semeamos é o que colheremos:

“Quem semeia para a sua carne, da carne colherá destruição; mas quem semeia para o Espírito, do Espírito colherá a vida eterna.” (Gálatas 6:8)

Portanto, cabe a cada um de nós decidir diariamente qual lado vamos alimentar. Se alimentamos a carne, seremos escravos dos desejos passageiros; mas se alimentamos o espírito, desfrutaremos da verdadeira liberdade em Cristo e da vida abundante que Ele prometeu.

domingo, 31 de agosto de 2025

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Discernimento espiritual é olhar com os olhos de Deus


Vladimir Chaves

O discernimento espiritual nos permite ver as pessoas como elas realmente são. Não se trata de uma habilidade humana ou de simples percepção natural, mas de um dom concedido por Deus. Ele nos capacita a enxergar além das aparências, a perceber intenções ocultas e a distinguir a verdade da mentira.

Enquanto o olhar humano se prende ao que é visível, o discernimento espiritual revela o que está no coração. É como receber um olhar semelhante ao do próprio Deus, que não se deixa enganar pelas aparências.

A Palavra declara:

“O homem vê o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração.” (1 Samuel 16:7)

Esse dom não nos é dado para julgar ou condenar, mas para andar em sabedoria, guardar-nos dos enganos e conduzir nossa vida em santidade. O discernimento espiritual é uma luz no caminho, que nos dá prudência e sabedoria.

sábado, 30 de agosto de 2025

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Pregar a Palavra a tempo e fora de tempo


Vladimir Chaves

Muitos se calam diante das pressões sociais, políticas e até religiosas. Falar de fé tornou-se, para alguns, “fora de moda” ou até motivo de perseguição. Mas o conselho de Paulo a Timóteo permanece como um chamado urgente: “Prega a palavra, insta a tempo e fora de tempo” (2Tm 4:2).

Essa ordem confronta nossa tendência natural de só abrir a boca quando nos sentimos seguros, aceitos ou apoiados. Pregar “a tempo” é fácil. Mas e “fora de tempo”? É aí que se prova a fidelidade.

O cristianismo contemporâneo, em boa parte, corre o risco de se tornar um evangelho de conveniência. Prega-se quando agrada, quando o auditório aplaude, quando há benefícios. Mas quando a mensagem bíblica confronta o pecado, quando chama à responsabilidade, quando exige renúncia… o silêncio parece mais confortável.

Paulo já previa essa crise: “Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina” (2Tm 4:3). O problema não é apenas a resistência do mundo, mas também a omissão de quem deveria anunciar a verdade.

Pregadores, líderes e cristãos comuns precisam entender: o evangelho nunca será totalmente “bem-vindo” num mundo que prefere a escuridão à luz. O chamado para pregar “fora de tempo” é, na prática, um convite à coragem. É falar quando o discurso dominante diz para calar. É permanecer firme quando tudo ao redor grita por relativismo.

Pregar a Palavra, em qualquer tempo, é mais do que falar em púlpitos. É testemunhar com integridade no trabalho, na família, na política, nas redes sociais. É resistir à tentação de suavizar o evangelho para torná-lo “aceitável”. A verdade de Cristo não precisa de maquiagem.

Pregar a Palavra a tempo e fora de tempo é um ato de obediência radical. É afirmar que a mensagem de Cristo não está condicionada às circunstâncias. É entender que o evangelho é urgente demais para ser silenciado.

Em dias de discursos vazios, hipócritas e de verdades descartáveis, ousar anunciar a Palavra é, talvez, o maior ato de rebeldia santa que podemos praticar.

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Cristo se levantou para receber Estevão: um detalhe singular do primeiro martírio cristão.


Vladimir Chaves

O martírio de Estevão, narrado em Atos 6 e 7, é um dos momentos mais solenes e impactantes do Novo Testamento. Ele foi o primeiro a derramar o próprio sangue pela fé em Cristo, tornando-se o primeiro mártir da Igreja. Contudo, há um detalhe na narrativa bíblica que chama atenção de estudiosos e cristãos ao longo dos séculos: no instante em que Estevão vê os céus abertos, ele não contempla Cristo sentado à direita de Deus, como em tantas outras passagens, mas de pé, em posição de honra e acolhimento.

“Mas ele, cheio do Espírito Santo, fixando os olhos no céu, viu a glória de Deus e Jesus, que estava em pé à direita de Deus” (Atos 7:55).

Essa é a única passagem bíblica em que Cristo aparece não sentado, mas levantado. O que esse detalhe significa? Por que, diante do martírio de Estevão, o Senhor rompe com o padrão das demais descrições?

O Cristo que reina sentado

O Novo Testamento, em várias ocasiões, apresenta Jesus assentado à direita do Pai. Essa posição simboliza:

Realeza e autoridade: O trono é lugar de governo e domínio.

Descanso após a obra consumada: Cristo completou a redenção na cruz e assentou-se, indicando missão cumprida.

Intercessão constante: Como sumo sacerdote eterno, Ele reina e intercede pela Igreja.

Portanto, o Cristo sentado é a imagem de poder, estabilidade e soberania.

Cristo se levanta como Testemunha

Nos tribunais terrenos, Estevão foi julgado injustamente e condenado à morte. Mas nos tribunais celestiais, Cristo se ergue como testemunha e advogado de seu servo fiel.

Cristo se levanta em Honra

Como um rei que se levanta para receber um hóspede de honra, Jesus se coloca de pé para acolher Estevão, o primeiro mártir, em glória eterna. É como se o céu inteiro se mobilizasse para recebê-lo.

Cristo se levanta em Solidariedade

O Cristo que esteve em pé diante do Sinédrio e diante de Pilatos, agora se ergue novamente, mas desta vez em identificação com seu discípulo. O Senhor não é indiferente à dor dos seus.

Cristo se levanta como Juiz

Ao mesmo tempo, o levantar de Cristo é um ato de julgamento contra aqueles que derramavam sangue inocente. Ele se coloca de pé para declarar que o céu não ignora a injustiça da terra.

O consolo da Igreja perseguida

O detalhe da visão de Estevão não é apenas uma curiosidade bíblica, mas um sinal eterno de esperança para todos os cristãos perseguidos. Ele revela que:

Cristo não permanece passivo diante da dor dos seus servos.

O céu se move em honra daqueles que permanecem fiéis até o fim.

O martírio de Estevão inaugura uma história em que cada vida entregue por Cristo é recebida com glória.

Esse detalhe nos lembra que não seguimos um Deus distante, mas um Senhor que acompanha, se identifica e honra os que sofrem por Ele.

sexta-feira, 29 de agosto de 2025

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Jesus entra pela porta que você abre e o diabo pela brecha que você esquece de fechar


Vladimir Chaves

A vida cristã é feita de escolhas diárias, e cada uma delas abre ou fecha portas espirituais. Jesus, em Seu amor, não força a entrada em nosso coração, mas espera que permitamos a sua presença. Ele mesmo declara:

"Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele comigo." (Apocalipse 3:20)

Por outro lado, o inimigo não pede permissão; ele procura brechas, pequenos descuidos, pecados ocultos e concessões que parecem insignificantes, mas que dão espaço para a sua ação destrutiva. A Palavra nos alerta:

"Não deis lugar ao diabo." (Efésios 4:27)

Enquanto Jesus é o convidado que traz vida, paz e comunhão, Satanás se infiltra sorrateiramente pelas fendas que deixamos abertas; uma mentira tolerada, um ressentimento guardado, uma prática aparentemente inofensiva que contamina a alma.

Por isso, é necessário vigiar. O mesmo coração que abre a porta para Cristo precisa estar atento para fechar todas as brechas ao inimigo. Manter a vigilância em oração, santidade e obediência à Palavra é a chave para experimentar a plenitude da presença de Deus e resistir às investidas do mal.

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Como é bom acordar sentindo a presença de Deus.


Vladimir Chaves

Cada manhã traz consigo um convite do Senhor: levantar, recomeçar e confiar novamente em Seu cuidado. Quando abrimos os olhos, não é apenas um novo dia que começa, mas uma nova chance de viver debaixo da graça divina.

O sussurro suave do Espírito Santo nos lembra: “Levante-se e recomece, estarei contigo por mais um dia.” Isso nos encoraja a caminhar sem medo, porque sabemos que o Deus que nos sustenta não nos abandona.

“As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim; renovam-se a cada manhã. Grande é a tua fidelidade.” (Lamentações 3:22-23)

Saber que o Pai olha para nós com amor e renova a Sua misericórdia diariamente nos enche de paz. O sorriso de Deus sobre a nossa vida é algo indescritível, capaz de transformar simples manhãs em momentos de profunda graça.

Cada dia é uma dádiva. O fôlego que temos, a oportunidade de viver, de recomeçar e de agradar ao Senhor, tudo vem d’Ele. Quando entendemos que o sorriso de Deus está sobre nós, nosso coração se enche de paz e gratidão. Essa presença nos fortalece a viver de maneira que o honre em cada atitude.

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A Bíblia não cabe em uma tela de celular


Vladimir Chaves

É impressionante a quantidade de pessoas trocando a Bíblia pelo celular. Em cada culto observo essa prática e fico surpreso com a naturalidade com que muitos substituem a leitura da Sagrada Escritura pelo aparelho que, durante o dia, serve a tantos outros propósitos, muitas vezes profanos. Para alguns, pode parecer apenas uma questão de praticidade, mas será que não estamos perdendo algo muito maior?

Trazer a Bíblia para dentro de um celular é como comparar uma taça com um pinico: ambos são recipientes, mas enquanto a taça é destinada a algo puro e especial, o pinico serve para receber as impurezas do corpo. O mesmo acontece com a Palavra de Deus. Ao colocá-la no mesmo espaço que tantas distrações, conteúdos fúteis e até pecaminosos, diluímos a reverência que ela merece.

Há ainda os que têm vergonha de andar nas ruas com a Bíblia em mãos. O celular, nesse caso, torna-se uma saída confortável, e é o primeiro passo para esconder publicamente a fé que deveria ser proclamada sem reservas.

A Palavra de Deus não é apenas um texto para ser lido, mas um testemunho vivo. Segurá-la em mãos é também um ato de confissão pública, um símbolo de que ainda cremos na inspiração divina e na autoridade das Escrituras.

“Porque não me envergonho do evangelho de Cristo; pois é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê” (Romanos 1:16).

Não se trata de demonizar a tecnologia, mas de lembrar que a Bíblia física carrega consigo um valor espiritual e testemunhal que o celular jamais poderá substituir. É um chamado à reflexão: até que ponto a praticidade está roubando de nós a reverência?

quinta-feira, 28 de agosto de 2025

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A bênção que não pedimos pode gerar batalhas que não esperamos


Vladimir Chaves

Davi não pediu para ser rei. Era apenas um pastor de ovelhas quando foi ungido por Samuel. Ainda assim, antes de sentar-se no trono, enfrentou perseguições, exílios e quase perdeu a vida nas mãos de Saul.

José também não pediu para ser o filho preferido de Jacó, nem para receber a túnica colorida que o diferenciava entre seus irmãos. Mas por causa dela (símbolo de favor) quase morreu em uma cova e foi vendido como escravo para o Egito.

Ambos ilustram uma realidade dura e, ao mesmo tempo, reveladora: às vezes, o simples fato de carregarmos algo que Deus decidiu colocar em nossas mãos é suficiente para despertar inveja, perseguição e ódio. Não por algo que fizemos, mas por aquilo que representamos.

Essa verdade ecoa até hoje. Talvez você não tenha pedido a posição em que está, o dom que carrega, a porta que se abriu. Ainda assim, Deus quis lhe entregar. E, por isso, alguns não suportam ver sua existência como um testemunho vivo da graça e da escolha divina.

Jesus nos alertou:

“E sereis odiados de todos por causa do meu nome; mas aquele que perseverar até ao fim será salvo.” (Mateus 10:22)

A rejeição, portanto, não é sinal de que você está no caminho errado, mas muitas vezes de que está exatamente onde Deus queria. Davi e José atravessaram desertos de rejeição até ver o propósito se cumprir. Você também pode estar nesse processo, e a fidelidade de Deus será o selo que confirmará cada promessa.

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Quando a justiça de Deus se encontra com a cruz de Cristo


Vladimir Chaves

Poucos temas bíblicos revelam tão claramente a profundidade da condição humana e a grandeza da obra de Cristo quanto a justificação. Para compreendê-la, é preciso antes encarar nossa realidade espiritual: todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus (Rm 3:23). Diante do tribunal divino, todo ser humano é réu, culpado, sem defesa possível.

A lei não foi dada para salvar, mas para expor o pecado. Por isso, qualquer tentativa de se justificar por obras, moralidade ou religiosidade fracassa inevitavelmente. A necessidade da justificação nasce do fato de que ninguém consegue alcançar justiça diante de Deus por si mesmo.

Deus é perfeitamente justo e santo. Isso significa que Ele não pode agir como um juiz corrupto que fecha os olhos diante de um crime. Ignorar o pecado seria negar sua própria natureza. Sua justiça exige que a culpa seja punida: “o salário do pecado é a morte” (Rm 6:23).

Se Deus punisse cada pecador conforme merece, ninguém seria salvo. Mas se simplesmente absolvesse sem punição, deixaria de ser justo. É nesse ponto que a justificação se apresenta como o coração do plano de salvação.

Cristo, o fundamento da justificação

A resposta divina ao dilema foi enviar o Filho. Jesus viveu sem pecado, cumpriu toda a lei, e voluntariamente tomou sobre si a condenação que nos cabia. Na cruz, Ele não apenas morreu fisicamente: Ele assumiu sobre si a ira divina destinada à humanidade caída. Como escreveu Isaías: “o castigo que nos traz a paz estava sobre Ele” (Is 53:5).

Paulo resume esse mistério com clareza: “Aquele que não conheceu pecado, Deus o fez pecado por nós, para que n’Ele fôssemos feitos justiça de Deus” (2Co 5:21). Em Cristo, a justiça de Deus não é anulada, mas plenamente satisfeita. E, ao mesmo tempo, a graça é revelada em sua forma mais pura.

Graça, não é mérito

A justificação não é uma conquista humana. Não depende de boas obras, disciplina moral ou esforços religiosos. É dom gratuito, fruto exclusivo da graça divina: “pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus” (Ef 2:8-9).

A graça não ignora a justiça, mas a cumpre em Cristo. A punição foi aplicada, mas não sobre nós, e sim sobre o Filho. Essa é a essência da justificação: Deus nos declara justos porque alguém pagou em nosso lugar.

A fé

Se a justificação é obra de Deus, como ela chega até nós? Pela fé. Mas é importante compreender: não somos justificados pela intensidade da nossa fé, mas pelo objeto dela. Não é a força do crer que salva, mas Aquele em quem cremos. A fé é o canal pelo qual recebemos a justiça imputada de Cristo.

Assim, a justificação é o ponto de encontro entre a justiça rígida de Deus e a sua graça abundante. E somente em Cristo esse encontro se torna possível.

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Louvor: Quando a música vira decoração e a igreja perde a direção


Vladimir Chaves

A igreja evangélica vem enfrentado um dilema silencioso e perigoso: Pois o louvor se tornou, em muitos lugares, decoração de culto ou preenchimento do tempo. Bonito, emocionante, mas vazio de propósito. Canta-se muito, mas proclama-se pouco. O que deveria ser testemunho vivo do Evangelho frequentemente se reduz a uma lista aleatória de músicas, selecionadas sem critério, sem direção bíblica e sem a clareza do porquê.

O salmista nos alerta:

“Louvai ao Senhor, invocai o seu nome; fazei conhecidas as suas obras entre os povos. Cantai-lhe, cantai-lhe salmos; falai de todas as suas maravilhas.” (Salmo 105:1-2)

Se o louvor não narra a história de Deus e não aponta para a obra de Cristo, torna-se apenas som. A congregação canta, mas não é edificada; repete versos, mas não contempla o Evangelho.

O perigo das preferências pessoais

Quando não olhamos para a Escritura, escolhemos músicas que agradam ao nosso gosto musical, à moda do momento ou, em contrapartida, nos prendemos ao legalismo da tradição, cantando sempre as mesmas canções, sem reflexão. O resultado é um culto moldado por conveniências humanas, não pela Palavra.

Isaías já denunciava esse culto aparente, mas vazio:

“Este povo se aproxima de mim com a sua boca e me honra com os seus lábios, mas o seu coração está longe de mim.” (Isaías 29:13)

Não basta saber cantar, ter técnica ou popularidade. Se o coração não aponta para Cristo, tudo não passa de performance religiosa.

Uma igreja sem direção

Um louvor sem propósito é como uma bússola quebrada: até pode se movimentar, mas não indica o caminho certo. Hebreus lembra que o verdadeiro louvor nasce do sacrifício espiritual e da confissão de fé:

“Por meio dele, pois, ofereçamos a Deus, sempre, sacrifício de louvor, que é o fruto de lábios que confessam o seu nome.” (Hebreus 13:15)

Quando o repertório não conduz a igreja ao reconhecimento de Cristo, cria-se uma comunidade que canta muito, mas caminha sem direção.

Tradição e popularidade não são critérios

Outra armadilha comum é o costume de cantar “o que sempre cantamos” ou simplesmente aderir ao que é popular no meio gospel. Mas tradição e popularidade não são critérios de adoração. O chamado de Pedro é outro:

“Vós, porém, sois geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz.” (1 Pedro 2:9)

Se nossa música não proclama as virtudes de Deus, não cumpre sua missão.

As disputas absurdas entre líderes

O cenário se agrava quando o louvor deixa de ser serviço a Deus e se transforma em arena de vaidades. Não são poucas as igrejas marcadas por disputas entre líderes de ministério, vocalistas e músicos que disputam espaço, microfone e prestígio. Alguns brigam para “aparecer mais”, outros competem por quem escolhe as músicas ou quem tem mais influência sobre a congregação.

Essas disputas absurdas revelam um problema ainda mais profundo: o coração que busca palco e não cruz, reconhecimento humano e não a glória de Deus. Nesse contexto, até chamamos de louvor, mas muitas vezes o que oferecemos é apenas alimento para o nosso próprio ego.

O louvor que conta a história de Deus

O louvor verdadeiro não é sobre nós. Ele não existe para massagear nossos sentimentos ou agradar nosso paladar espiritual. Ele é testemunho da salvação e participação na obra do Senhor. O Salmo 96 nos convida a um cântico novo, não no sentido de novidade musical, mas de renovação da mensagem que aponta para Cristo:

“Cantai ao Senhor um cântico novo; cantai ao Senhor, todas as terras. Cantai ao Senhor, bendizei o seu nome; anunciai a sua salvação dia após dia.” (Salmo 96:1-2)

Cantar sem refletir é perigoso, porque molda uma fé superficial. Mas cantar com consciência, proclamando o Evangelho, molda uma comunidade que aprende a viver em adoração.

Um chamado à reflexão

Se o louvor que entoamos não conduz a igreja ao Evangelho, estamos apenas embelezando o culto com melodias passageiras. Se músicos e líderes se consomem em disputas por palco e influência, estamos proclamando a nós mesmos, não a Cristo.

A grande questão que fica é:

O que nossa igreja tem cantado aponta para Cristo ou para o ego humano?

Nosso louvor tem ensinado a congregação a viver o Evangelho, ou apenas preenchido o silêncio com belas canções?

Estamos cultivando adoradores ou apenas formando plateias?

Enquanto essas perguntas não forem respondidas à luz da Escritura, seguiremos correndo o risco de chamar de “louvor” aquilo que, na verdade, não passa de entretenimento religioso.

Somos chamado a viver e falar a verdade, mesmo que isso cause desconforto.

“Eis as coisas que deveis fazer: Falai a verdade cada um com o seu companheiro; executai juízo de verdade e de paz nas vossas portas.” Zacarias 8:16

quarta-feira, 27 de agosto de 2025

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A fé que não cabe só no domingo.


Vladimir Chaves

Muitas pessoas ainda associam a fé cristã a algo restrito ao domingo, como se seguir a Cristo fosse apenas participar de um culto semanal ou marcar presença em uma igreja. Essa visão, no entanto, reduz a essência do evangelho a um ritual e não a uma transformação de vida.

Jesus nunca chamou alguém para um compromisso parcial. Seu convite foi radical:

“Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome cada dia a sua cruz e siga-me” (Lucas 9:23).

Repare na expressão “cada dia”. Isso mostra que seguir a Cristo não é uma experiência isolada no final de semana, mas uma decisão diária de renúncia e entrega.

O que significa viver essa renúncia diária?

Negar a si mesmo – abrir mão do orgulho, da vaidade e do desejo de viver apenas para si.

Carregar a cruz – assumir compromissos de fé mesmo quando eles parecem difíceis ou impopulares.

Seguir os passos de Jesus – amar, perdoar, servir e obedecer, em todos os contextos da vida.

Seguir a Cristo de segunda a segunda é ser cristão na família, no trabalho, nos relacionamentos, nas redes sociais e até nos momentos em que ninguém está olhando. É viver a fé de forma autêntica, não apenas no ambiente da igreja.

Cristianismo não é peso, é privilégio

Vale lembrar que essa renúncia não significa viver uma vida pesada ou triste. Pelo contrário, é justamente na entrega a Cristo que encontramos sentido, paz e alegria verdadeira. Quando abrimos mão do “eu”, recebemos algo infinitamente maior: a vida abundante que Jesus prometeu.

Enfim: Seguir a Cristo não é escolher um dia da semana para ser religioso, mas assumir um estilo de vida transformado pela graça. É um chamado para todos os dias, para todas as áreas, para todos os momentos.

O verdadeiro cristão não vive apenas o domingo da adoração, mas também a segunda da renúncia, a terça da fidelidade, a quarta da perseverança, a quinta da oração, a sexta da devoção e o sábado do descanso em Deus. Porque ser discípulo é viver uma caminhada constante, do primeiro ao último dia.

E você, como tem vivido sua fé no dia a dia?

Deixe seu comentário abaixo e compartilhe sua experiência.

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A história de Davi, Nabal e Abigail: quando a vingança bate à porta


Vladimir Chaves

A vida de Davi nos ensina que até mesmo os escolhidos de Deus enfrentam dilemas emocionais e espirituais. Em 1 Samuel 25 encontramos um episódio marcante: o encontro entre Davi, Nabal e Abigail. Essa passagem revela o quanto a ira e o desejo de vingança podem nos conduzir a decisões precipitadas, mas também mostra como confiar em Deus nos livra de erros irreparáveis.

Vejamos:

Davi, ainda não coroado rei, vivia fugindo de Saul com seus homens. Nesse período, ele e seu grupo protegeram os rebanhos de Nabal, um homem muito rico, mas descrito na Bíblia como maligno em suas obras. Quando Davi pediu alimentos em reconhecimento pelo cuidado prestado, recebeu desprezo e afronta.

A resposta de Nabal foi tão ofensiva que Davi, tomado pela ira, decidiu matar todos os homens da casa dele. O desejo de vingança incendiou seu coração.

É nesse cenário que surge Abigail, esposa de Nabal, uma mulher sábia e prudente. Ela rapidamente levou provisões a Davi, pediu perdão em nome do marido e o exortou a não manchar sua história com sangue desnecessário. Davi reconheceu a voz de Deus por meio dela e desistiu da vingança.

O perigo da vingança

A reação inicial de Davi nos lembra o quanto somos vulneráveis quando somos injustiçados. A ofensa de Nabal despertou nele a tentação de revidar na mesma moeda.

A vingança nos tira do centro da vontade de Deus e nos coloca no lugar que pertence somente a Ele: o de Juiz. Ao ceder à ira, Davi quase arruinou seu futuro reinado.

Deus é o único juiz

Abigail foi instrumento para lembrar Davi de que a vingança não lhe cabia. Ao ouvir sua palavra, Davi reconheceu:

“Bendito seja o Senhor, Deus de Israel, que hoje te enviou ao meu encontro!” (1 Samuel 25:32)

Pouco tempo depois, sem que Davi precisasse mover um dedo, o próprio Deus julgou Nabal, que morreu. Isso nos ensina que a vingança do homem é limitada, mas o juízo de Deus é perfeito.

Conclusão

A história de Davi, Nabal e Abigail nos mostra que a vingança é uma armadilha que nos afasta do coração de Deus. Quando entregamos nossas causas ao Senhor, Ele mesmo luta por nós.

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“Seja feita a Tua vontade”


Vladimir Chaves

“Coisas incríveis acontecem quando dizemos: Deus, seja feita a Tua vontade.” Essa simples declaração carrega uma das maiores demonstrações de fé que podemos oferecer ao Senhor. É a entrega da nossa própria vontade à soberania d’Ele, reconhecendo que os planos de Deus são mais altos do que os nossos (Isaías 55:8-9).

Jesus nos deu o maior exemplo dessa entrega no Getsêmani, quando orou em profunda angústia: “Meu Pai, se possível, afasta de mim este cálice; contudo, não seja como eu quero, mas sim como Tu queres” (Mateus 26:39). Ao dizer isso, Ele nos mostrou que confiar na vontade de Deus não significa ausência de dor ou luta, mas certeza de que o resultado final será sempre maior e melhor do que qualquer coisa que poderíamos construir sozinhos.

Quando dizemos: “Seja feita a Tua vontade”, abrimos mão do controle ilusório e colocamos nossa vida nas mãos do Criador. É nesse lugar de rendição que o impossível se manifesta: portas se abrem, caminhos se endireitam, milagres florescem em cenários improváveis e nossa fé se fortalece em meio às provas.

terça-feira, 26 de agosto de 2025

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A prosperidade que conduz à ruína


Vladimir Chaves

Não se engane com a “vida perfeita” do ímpio. Muitas vezes, quem vive longe de Deus aparenta ter tudo: dinheiro, sucesso, prazer, status e bens materiais. Porém, essa perfeição é apenas exterior e passageira.

O salmista Asafe confessou: “Quanto a mim, os meus pés quase se desviaram; pouco faltou para que escorregassem os meus passos. Pois eu tinha inveja dos soberbos, ao ver a prosperidade dos ímpios” (Salmos 73:2-3). Aos olhos humanos, a vida deles parecia invejável, mas ao buscar a presença de Deus, ele compreendeu que o fim dos ímpios era destruição.

Assim também nos adverte Provérbios 14:12: “Há caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele conduz à morte.” O brilho do mundo pode encantar momentaneamente, mas conduz ao vazio eterno.

O cristão não deve se deixar seduzir por aparências. O verdadeiro valor da vida está em andar com Deus, pois “o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre” (1 João 2:17).

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Não jogue pérolas aos porcos


Vladimir Chaves

“Não deis aos cães o que é santo, nem lanceis aos porcos as vossas pérolas; para que não as pisem com os pés e, voltando-se, vos despedacem.” Mateus 7:6

Esse é um dos ditos de Jesus no Sermão do Monte, e traz uma advertência sobre discernimento espiritual: “Não deis aos cães o que é santo”

Nos tempos de Jesus, “cães” não eram animais de estimação, mas vistos como impuros, agressivos e vadios.

A expressão aponta para pessoas hostis às coisas de Deus, que zombam ou desprezam o que é sagrado.

“Nem lanceis aos porcos as vossas pérolas”

Porcos também eram animais impuros na lei judaica (Lv 11.7).

Pérolas aqui simbolizam o valor do evangelho, as verdades espirituais, a sabedoria divina.

Um porco não reconhece o valor de uma pérola; assim, pessoas sem disposição espiritual não percebem a preciosidade da Palavra.

“Para que não as pisem com os pés e, voltando-se, vos despedacem”

A rejeição pode se transformar em hostilidade: aqueles que desprezam as verdades espirituais podem reagir com ódio e perseguição.

Isso mostra que nem sempre insistir em compartilhar verdades é sábio; é preciso sensibilidade ao Espírito para discernir quando falar e quando silenciar.

Jesus não está dizendo para negar o evangelho a todos os pecadores, pois Ele mesmo comia com publicanos e pecadores.

O ensino é: não desperdiçar a Palavra com quem zomba e rejeita de forma obstinada, para não profanar o que é santo.

O cristão precisa de discernimento espiritual: há momentos de insistir na pregação, mas também momentos de se retirar (como Paulo fez em At 13.46 quando rejeitaram sua mensagem).

A advertência se conecta ao contexto de Mt 7 (não julgar, mas também não ser ingênuo).

Jesus ensina que o evangelho é precioso como uma pérola, e que devemos ter sabedoria ao compartilhá-lo, evitando expor as coisas santas a zombaria ou profanação.


segunda-feira, 25 de agosto de 2025

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