PT manobra para melar candidatura do PT em João Pessoa


Vladimir Chaves



O nome do PT em João Pessoa para a disputa pela prefeitura nas eleições de outubro próximo parecia estar decidido com a vitória da deputada estadual Cida Ramos nas prévias do partido.

A vitória seria por WO, pois seu único concorrente, o deputado estadual e ex-prefeito Luciano Cartaxo, prevendo a derrota, desistiu. O desfecho da novela, porém, foi adiado; ficou para a próxima terça-feira, 26, por decisão da direção nacional do PT.

O legítimo processo das prévias foi atropelado pelo autoritarismo do PT, que decidiu tirar a decisão das mãos dos militantes do partido em João Pessoa para retorná-la ao balcão de negócios.

O prefeito Cícero Lucena (PP), que espera ser contemplado com uma decisão da executiva nacional do PT que lhe seja favorável, afirmou “Há um caminho pavimentado. Fazemos parte de uma aliança que tem todos os aliados do PT”; disse o pré-candidato à reeleição.

Cícero Lucena já é amplamente favorito; se o PT decidir mesmo “pavimentar” seu caminho, a eleição dele pode se transformar em um passeio.

Luciano Cartaxo, derrotado nas prévias do PT local, passou a cogitar em ser o ungido da direção nacional. Pouco depois da suspensão das prévias, desfazendo declarações de amargura que indicavam afastamento do partido, ele deu a seguinte declaração:

“Temos que aguardar as definições em relação ao que a Executiva Nacional irá fazer. Não há nenhuma decisão tomada, não vou trabalhar sobre suposições. A única decisão tomada é que não haverá prévia em João Pessoa, então eu não vou trabalhar sob essa condição. Tomei uma decisão em cima de um fato concreto, de que não haveria prévias. Agora vamos aguardar”.

O senador Humberto Costa, coordenador-geral do Grupo de Trabalho Eleitoral (GTE) do PT também se pronunciou sobre o imbróglio na capital da Paraíba: Em 15 de março, defendendo que a candidatura do PT fosse definida pela executiva nacional, o senador alegou que “forças externas” queriam derrubar a candidatura do PT”.

Contrariamente à preocupação alegada pelo senador, no PT, internamente, havia se chegado, com toda legitimidade, ao nome da deputada Cida Ramos. Esta, aliás, resiste às manobras, internas ou “externas”, e vem reafirmando sua candidatura:

“A prévia vai acontecer, mas só tem uma pré-candidatura que é a minha. A imprensa é testemunha de uma carta-renúncia, então a realidade hoje é só uma, temos apenas uma candidata inscrita que sou eu, tem uma resolução e um regimento do partido que nos dá garantia de que nós teremos sim a escolha sendo feita pela militância”, declarou a deputada petista, na terça-feira, 14.

 

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