Principais montadoras do Brasil anunciam suspensão de produção de carros


Vladimir Chaves



Apesar de o governo federal alegar que tem atuado para aliviar o mercado automobilístico e, consequentemente, combater as paralisações nas montadoras e a ameaça aos empregos, o incentivo concedido à indústria de veículos não trouxe um alívio significativo.

Após as fábricas acelerarem a produção no mês de maio, quando aumentaram seus estoques em antecipação aos descontos subsidiados pelo governo, as companhias beneficiadas pela medida voltaram a interromper suas linhas de montagem.

A avaliação é que o melhor a ser feito é manter o estoque atual, estimado entre 100 mil e 110 mil carros. Esses veículos compõem o grupo de contemplados pelos bônus de R$ 2 mil a R$ 8 mil. No início deste mês, no entanto, o setor automotivo contava com 251,7 mil veículos estocados em pátios de fábricas e concessionárias, dos quais 115 mil unidades eram elegíveis para receber os créditos tributários autorizados pelo Ministério da Fazenda.

A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) estima que os descontos governamentais não deverão durar mais do que um mês. É dito que o incentivo será encerrado quando os créditos tributários, responsáveis pela redução de preços, atingirem o montante de R$ 500 milhões.

Na terça-feira, 6, a Hyundai interrompeu a produção do HB20 em sua fábrica em Piracicaba, interior de São Paulo. Todos os turnos de trabalho, assim como os departamentos administrativos, tiveram suas atividades suspensas por três dias, a fim de adequar a produção à demanda futura. A produção na Hyundai só será retomada na semana seguinte.

No estado do Paraná, a Renault também suspenderá a produção de carros de passeio em São José dos Pinhais durante toda a semana seguinte, apesar do preço da versão de entrada do modelo Kwid, um dos veículos fabricados na planta, ter sido reduzido para R$ 58.990 após um desconto de R$ 10 mil anunciado pela montadora francesa.

Durante essa semana de paralisação, aproximadamente 3.800 carros deixarão de ser produzidos, enquanto os trabalhadores aproveitarão suas férias coletivas.

A baixa também atinge a  a fábrica da General Motors (GM) em Gravataí (RS). A partir de segunda-feira, 12, a empresa também vai parar por dez dias. A fábrica responsável pela produção do Onix, o carro mais popular do País será atingida pela paralisação.

Já em São José dos Campos (SP), a GM desativará as linhas nas próximas duas semanas.

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