As ferrovias do Brasil
estão esquecidas há um tempo, mas agora, parece que isso vai mudar. No primeiro
trimestre de 2022, iniciaram as primeiras operações do maior trem da América
Latina, com 120 vagões. A Rumo é a empresa responsável por esse novo transporte
por ferrovia que está levando desenvolvimento regional ao Sudeste e
Centro-Oeste.
O trem imenso chama
atenção pelos 2 quilômetros de extensão e capacidade de conectar o Porto de
Santos, em São Paulo, com o município de Rondonópolis em Mato Grosso. O modelo
de trem tem 50% a mais da capacidade original, que contava com 80 vagões
apenas. Dessa forma, vai conseguir carregar 11.500 toneladas úteis em cada
composição. Assim, as primeiras operações realizadas com o modelo já bateram
recordes no mês de março, chegando a mais de 5 bilhões de toneladas por
quilômetro útil. Saiba mais sobre esse novo trem com a matéria de hoje.
Cessões do Governo Federal
para Construção de Ferrovias pelo Brasil já contam com 78 pedidos de empresas
interessadas e previsão de criação de mais de 2 milhões de empregos
Embora as operações com o
novo trem de 120 vagões tenham ganhado força apenas em 2022, a empresa Rumo já
resguarda outros valores históricos quanto à cargas. Em 2021, ela conquistou o
maior volume de carga da história, alcançando o patamar de 64 bilhões de Toneladas
Por Quilômetro Útil (TKU). Todavia, esse valor foi resultado de um melhor
transporte na região do Mato Grosso, que ampliou em 20 milhões de toneladas
úteis a movimentação de cargas. Isso equivale a um market share de 43% do
volume total de grãos exportados.
No ano de 2021, a Rumo contabilizou 1.585 viagens com o modelo de 120 vagões, sendo o modelo movido por 4 locomotivas apenas. Todavia, se essa carga transportada tivesse sido realizada no modelo antigo, de 80 vagões, seriam necessárias 792 viagens a mais, totalizando 2.377 viagens. Essa conquista traz diversos benefícios como aumento do desenvolvimento regional, escoamento do agronegócio pelo trem e conexão entre longas distâncias.
Trem da Rumo permite um
transporte de safras de soja com menor emissão de gases do efeito estufa e
otimiza as cargas
Você pode estar se
perguntando, mas, afinal, qual a grande vantagem de ter um transporte de trem
dessa magnitude? Embora pareça um modelo de transporte muito retrô, as
ferrovias cumprem um papel importante no transporte de safras de soja e outros
produtos do agronegócio. Afinal, elas conectam longas distâncias e podem
carregar milhões de toneladas anualmente, com baixa emissão de gases do efeito
estufa.
“A cada 10 mil toneladas
transportadas pela ferrovia, no comparativo com as rodovias, é possível evitar
a emissão de aproximadamente 1.500 toneladas de CO², uma compensação
equivalente ao plantio de mais de 10 mil árvores na Mata Atlântica”. Thiago
Alvarenga, gerente executivo de planejamento da Rumo.
Os especialistas do
Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) apontam para uma
colheita histórica de quase 40 milhões de toneladas de soja no Estado para
2022. Isso supera o último registro, de 2021, em 36,05 milhões de toneladas.
Hoje, a Rumo consegue transportar 74 mil toneladas de soja por dia, entre Porto
de Santos e Rondonópolis. Isso equivale a uma média de 6,5 trens de 120 vagões
por dia.
Todavia, a empresa já
registrou dias de fluxo intenso com 11 viagens, sendo 7 partindo de
Rondonópolis, e movimentando mais de 126 mil toneladas por dia. Vale lembrar,
que o incrível trem também tem ligação com a Malha Central, a partir dos
terminais de São Simão (GO) e Rio Verde (GO), os quais contribuem para as
grandes cargas entregues.
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